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segunda-feira, 29 de março de 2010

Royalties - a sociedade em alerta

Recebi por e-mail a convocação para integrar a famosa lista de assinatura  a favor dos royalties do petróleo para permanecerem nas mãos dos produtores, no caso particular, o Estado do Rio de Janeiro. Não assinei (e nem sei se assinarei) e confesso que, apesar de já ter lido bastante a respeito, ainda não tenho total opinião formada sobre isso. Por enquanto, não sou nem a favor nem contra, “muito pelo contrário”.

Sou natural de Campos e sei que vou provocar (não é a toa que sou “anarquista”), mas não consigo deixar de me pronunciar, diante da mobilização de grande parte dos cariocas contra a divisão dos royalties – não sei, mas uma passeata que tem a alienada Xuxa, junto com  Garotinhos e Rosinhas da vida, me é altamente suspeita, me cheira a alienação de uma boa parte da população que “vai na onda” sem questionar nada (a Xuxa é o exemplo-mor dessa alienação) liderada por interesseiros, que só têm a perder do próprio bolso com tal mudança na lei, e no meio disso, uns poucos honestos e bem intencionados que defendem o ambiente e nada mais.

Como eu nunca vou “na onda de ninguém”, continuo questionando e buscando me informar melhor. O que tenho lido de pessoas, “aparentemente” sem interesse, como economistas sérios, que nada ganham sendo contra ou a favor (assim mesmo, não boto “minha mão no fogo” por ninguém), é que nos
estados produtores como o Estado do Rio e o do Espírito Santo continua valendo o antigo acordo e que a proposta atual com a nova redistribuição de recursos seria válida a partir da exploração do pré-sal,

ou seja, os interessados (e interesseiros) não gostaram das novas regras que estão sendo definidas com a exploração do pré-sal, porque fizeram projeção das futuras somas gigantescas que teriam, se as antigas regras fossem mantidas também com o pré-sal, ou seja, o Rio não vai perder nada, apenas não vai ganhar muito mais do que já ganha. E pelo que entendi, mesmo com as novas regras, o Rio vai continuar ainda ganhando muito, pois os maiores recursos do pré-sal ficariam com os estados produtores e o Rio é o maior deles.

Outra coisa que tentam nos enfiar goela abaixo é que os estados produtores sofrem com os danos  ambientais, o que os outros estados, inclusive os distribuidores, estariam livres, mas então o que dizer, por exemplo, do caso de Carajás no Pará, que sofre com os impactos ambientais na floresta e nos rios com a extração de minério de ferro, e recebem de beneficio uma miséria quando comparado aos lucros com o minério, a divisão é feita entre todo o país, como na maioria de todos os outros produtos no Brasil, só o petróleo tem essa exceção.

E na prática, o que eu vejo, campista que sou, é que minha cidade, com todos os royalties que recebe, mostra o escandaloso caso de corrupção explícita visível a cada esquina da cidade (ninguém me contou, eu mesma constato abismada quando vou a minha cidade) – a população miserável  continua tão (ou mais) miserável quanto no tempo pré-royalties, constroem-se hospitais de luxo, no meio de um bairro paupérrimo (o luxo extremo espanta o pobre morador descalço), de cara percebe-se o superfaturamento da obra, pois só há luxo na arquitetura, mas nada lá funciona (ninguém me contou, eu mesma fui lá, é um escândalo), os médicos concursados ficaram anos recebendo sem trabalhar (salário vindo dos royalties) pois nada funcionava e ainda hoje é precário o atendimento, que nem primário consegue ser, ou seja, um elefante branco superfaturado.

Outro superfaturamento escandaloso são os shows de famosos artistas que, enquanto aqui no Rio, gastamos uma fortuna para vê-los nos “Canecões e Halls” da vida, lá os mesmos shows são gratuitos. Tudo bem, o povo “não quer só comida, quer também diversão e arte”, mas se não têm nem a comida, nem a saúde, nem a educação, então dar música é um engodo, é um “enrola trouxa”, e o povo campista faminto, desempregado, analfabeto e doente, vai “cantando” e “dançando” conforme a música, sem questionar o que tem por trás desses shows superfaturados, com o dinheiro dos royalties que. ao invés de ir para os hospitais, para as escolas, vai parar no bolso das “Rosinhas” e “Garotinhos”  da vida.

Campos tem pouco mais de 500 mil habitantes, e pelo que me informei por fontes seguras, é a 4ª cidade em recursos em caixa, vinda dos royalties, um montante de dinheiro suficiente para promover melhorias no saneamento básico, em asfaltos e ruas calçadas, escolas e hospitais, mas não é isso que se vê por lá – a população sobrevive de um comércio falido e o restante vive de empregos terceirizados na Petrobrás nas plataformas em Macaé, e a antiga classe média “média” (hoje média baixíssima) mal consegue fechar as contas no fim do mês (não é teoria, é visível na prática, tenho muitos parentes lá nessa situação calamitosa - com a chegada dos royalties são poucos com muito, e muitos com pouco, mas muito pouco).

Há cerca de dois anos atrás, homens da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro entraram na cidade, numa operação chamada “Telhado de vidro”, afastando o prefeito por corrupção, mostrando o resultado de anos de desvio de dinheiro público, da existência de funcionários fantasmas, de contratações irregulares, contratações de firmas sem licitações, obras superfaturadas, corrupção ativa, prática velada de nepotismo, enfim, escândalos atrás de escândalos. Eu já trabalhei na Perícia do Estado e Campos há muito sofre intervenção, pois é conhecida pela escandalosa lista de mais funcionários "doentes" licenciados do que na ativa.

Campos é hoje uma cidade com graves problemas sócio-econômicos, com uma massa de desempregados sem capacitação profissional, analfabetos, com hospitais e postos de saúde que atende de maneira muito precária, com um sistema educacional avaliado negativamente por órgãos mundiais especializados como a ONU e a cidade está cada vez mais suja e abandonada. Aonde estão indo parar todos os recursos dos royalties???? E não contentes, ainda querem mais????? E Macaé, pelo que sei, não fica atrás, “tá na mesma”, apartamentos mais caros que os da Vieira Souto, enquanto a população ribeirinha continua na mesma m.... de sempre.

Agora, também não me decidi a favor dos outros estados levarem os royalties, pois a impressão que eu tenho é que a emenda do Ibsen Pinheiro foi criada por “inveja” de outros interesseiros, interessados também em botar a mão na enorme fatia que vem por aí com o pré-sal,

ou seja, independente de qual será o veredicto final dessa briga de poderosos e interesseiros, todos nós brasileiros honestos, não alienados, que desejamos um país mais culto, menos analfabeto, menos doente, menos corrupto, menos impune, devemos vigiar a correta distribuição desses recursos em prol da sociedade, se esses recursos vão mesmo chegar aos municípios e se serão revertidos em prol da população  e protestar contra o uso indevido desses royalties que, até o momento, só tem enchido o bolso de uns poucos e nada mais, por isso a briga de todos os estados, todos querem uma fatia desse bolo fácil, fácil, de se levar prá casa (ou seja, “cabe no bolso” que é uma beleza). 

Agora, prá descontrair, ouçam o humorista Leandro Hassum "zoando" a cidade de Macaé, e de quebra sobra também prá Campos, minha cidade natal. 

sexta-feira, 26 de março de 2010

Lavagem cerebral - "O menino do pijama listrado"

Ambientado na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, o filme mostra os acontecimentos da época, focado a partir do ponto de vista de dois meninos que, ingênuos, mergulhados em seu mundo infantil sem compromissos, em geral não percebem, ou quando percebem, compreendem pouco (ou nada) o universo dos adultos.

Um menino de 8 anos de idade, filho de um oficial do 3º Reich de Hitler, se vê entediado, sem amigos, quando é obrigado a se mudar com os pais, da capital berlinense para o interior do país (deixando para trás os amigos da escola), para uma casa ao lado de uma “fazenda” (o campo de concentração de Auschwitz) com os seus “estranhos moradores vestidos de pijamas”.

Do outro lado da cerca eletrificada (que ele também não entende, concluindo, na sua inocência, que deve servir para evitar que os animais da “fazenda” fujam) está o futuro e único amigo (o menino de “pijama listrado com um número no bolso e nome estranho”) que ele fará nessa sua nova vida, escondido dos seus pais, que o proíbem de se aproximar da “fazenda”.

O filme mostra a inocência de duas crianças, com universos e educação totalmente diversos, a ponto de até estranharem o nome uma da outra, mostrando que nunca haviam confrontado diretamente pessoas “da outra raça”, a não ser que “deveriam ser inimigas” pelas histórias que lhe contavam e pela visão deturpada e preconceituosa dos adultos.

O filme passa longe das torturas do holocausto (não faz diferença, pois todos nós, espectadores, já vimos o bastante) até porque não é dada aos meninos a chance de presenciar as torturas, e o filme mantém o olhar e interpretação das crianças diante dos acontecimentos que elas presenciam, e da explicação deturpada dos pais para manter os filhos longe da verdade.

Nem mesmo o menino judeu sabe explicar porque está naquela “fazenda”, e interessante é que, depois de ver um falso filme do partido nazista sobre a “fazenda”, o menino alemão sente-se até injustiçado, achando que é ele o prisioneiro do lado de cá da cerca, já que o amigo judeu tem amiguinhos e ele não.

O filme nas poucas vezes que enfoca o olhar dos adultos sobre os acontecimentos da época, o faz para mostrar a crescente desilusão da mãe do menino alemão (o bem-vindo e bendito instinto materno), que inicialmente era como todos, doutrinada (provavelmente desde criança) a ser anti-semita, e passa pouco a pouco a se humanizar, ao lidar com os judeus, e percebe horrorizada, o maniqueísmo do marido, fiel ao partido nazista em detrimento da família, e a transformação da filha mais velha, sendo doutrinada e militarizada pelo professor nazista.

E vamos assistir, petrificados, o desfecho final impactante, em sua impiedosa ironia do destino ("pimenta nos olhos dos outros é refresco"), mergulhados em dor e terror, numa reflexão incontestável de que, qualquer que seja a lavagem cerebral que acompanha sermões de incitação a intolerância e ódio a minorias, como ocorre nos discursos homo fóbicos, anti-semitas, etc, seja em religiões, seitas ou escolas,

são nossos filhos que pagam pela nossa reprovável anuência, conivência e alienação ("quem cala, consente", o eterno "me deixa fora disso") tornando-nos diretamente responsáveis pelos adultos conformados "com o sistema", impiedosos e preconceituosos, nos quais se transformarão nossos filhos (veja trailer abaixo).




Nossa eterna "anuência" com corrupção e impunidade

Há pouco tempo atrás, um amigo me mandou um e-mail, que cronometrava todos os escândalos de corrupção ocorridos na política brasileira, desde o tempo da ditadura militar até os dias de hoje – o acervo histórico começava pelo governo Geisel que tinha apenas 8 escândalos, e ia aumentando gradativamente com o apagar das luzes dos governos seguintes, até o escandaloso recorde de mais de 100 casos no governo Lula

– mandei de volta a minha resposta pro amigo, parabenizando o governo Lula, pois os governos militares (que foram os mais cruéis, autoritários, corruptos e sanguinários dos governos que já tivemos), foram os que menos registraram escândalos, significando apenas que os outros 92 ou mais casos (para chegar ao recorde do governo Lula) da época, que com certeza ocorreram, aconteceram "por debaixo dos panos" e foram omitidos pelos militares.

Os números mostram o equívoco, pois na época da ditadura tudo era abafado e chegou-se ao cúmulo, prá quem não sabe, de “O Jornal do Brasil” da época, espertamente, divulgar na sua 1ª página, receitas culinárias, numa jogada prá lá de original, denunciando, na maior ironia do século, a censura à liberdade de expressão na época da ditadura.

O número enorme de denúncias no governo Lula é uma conquista positiva, pois mostra que, pelo menos, não mais se "varre prá debaixo do tapete", os escândalos, os roubos e as corrupções que ocorrem (e muitos deles iniciados em governos anteriores e que vieram a tona no governo atual, vide o escândalo dos sanguessugas e dos vampiros que era desde o governo Fernando Henrique com o José Serra como ministro da Saúde ), mesmo os que envolvem parentes do presidente e correligionários do partido do governo, na verdade na mesma proporção da época da ditadura, só que naquela época, tudo era na surdina.

Agora, já a impunidade, essa sim, ainda é a mesma daquela época, ainda persiste na mesma (ou maior) proporção, é ainda um problema grave desde a ditadura até os dias de hoje. Não nascemos corruptos, não “tá no sangue”, não “tá na genética” dos brasileiros, não somos mais corruptos que os demais países, o que ocorre é que os corruptos lá de fora pensam mil vezes antes de cometerem um delito, pois a punição "virá a cavalo" (na verdade, a jato, eu diria), enquanto aqui a impunidade corre solta (chega-se a conclusão de que “vale a pena ser corrupto no Brasil”).

É a lei do Gérson que predomina aqui até hoje, a mesma impunidade que ocorre na política, ocorre também no trânsito, na saúde, na educação, no esporte, e o pior é que, prá onde se olha, vê-se o escandaloso flerte da corrupção com o tráfico de drogas, o mais recente é o caso (recorrente) de jogadores “flertando” com bandidos da pior espécie.

Abaixo reproduzo trecho, extraído da "Veja Rio" desse mês, de uma matéria que mostra como a impunidade ocorre aqui, no caso, o esporte - o jogador Adriano sendo "escoltado" por conhecidos marginais, armados de fuzis, num baile funk, numa favela do Rio (e depois reclamam, quando eu critico esse trio macabro, que andam sempre de mãos dadas: "FRAmengo x funk x marginalidade"), e como é lá fora, quando um atleta se envolve em escândalos:

“Há um conceito recorrente na sociologia brasileira, segundo o qual, os únicos meios garantidos de ascensão social dos pobres são a música, o futebol ou o narcotráfico. De certa forma, esse axioma carregado de cinismo e crueldade explica a proximidade dos ídolos do esporte com os fora da lei. Cada um à sua maneira, eles encarnam um modelo de sucesso: o craque simboliza a consagração pelo talento esportivo e o traficante, o poder dentro da favela".

"Quando eles se juntam, no entanto, dois fenômenos perversos acontecem. O primeiro é a confusão que se instala na cabeça de milhões de crianças e jovens que idolatram figuras como Adriano, Vagner Love e outros tantos jogadores envolvidos em situações parecidas. Goste-se ou não, eles são vistos como heróis, como exemplos por uma multidão de meninos e meninas, de todas as classes sociais".

"A segunda consequência também é nefasta. Da união com o crime, o beneficiado é sempre o bandido, que, de certa forma, legitima a sua posição. Quando celebridades aparecem ao lado de traficantes, isso fortalece o poder desses marginais nas áreas que eles dominam,.... Nesses lugares, eles (os atletas) são assediados e têm escolta armada. E se deixam levar, sem perceber o prejuízo que causam à sua própria imagem".

"Evidentemente, ninguém quer nem pode proibir as visitas de jogadores ao local de onde vieram. O que se recrimina é a maneira como alguns vêm fazendo isso. Sob a desculpa do "não posso abandonar minhas raízes", eles se juntam a traficantes em seu mundo paralelo, ... “ (Veja Rio - março, 2010).

E a reportagem continua mostrando o que acontece lá fora, quando um atleta se envolve em casos de adultério, brigas, drogas, ou qualquer conduta que o desabone diante do público que o venera, ele perde contratos de propaganda e é "linchado" na mídia, obrigando-o a se retratar publicamente com pedidos de desculpas,

enquanto aqui no Brasil  o jogador Adriano, o “Imperador”? (do Império do Mal??? O FRAmengo? O comando do tráfico??) na sua ótica estreita, corrompida  e prá lá de peculiar, ao invés de vir a público se retratar, no entanto, se limita a dizer que “as pessoas ruins são aquelas que o criticam e não os parceiros da noitada que andam de fuzis” (what?????) - veja vídeo no final do texto, como mesmo com todas as evidências, ainda passam a "mão na cabeça" desses marginais travestidos de atletas.

Prá terminar, cabe a nós, a sociedade como um todo, refutar o comportamento desses marginais travestidos de desportistas (ou de políticos, de profissionais da saúde, etc). Eu faço a minha parte, no meu trabalho, na área de saúde, denunciando toda a forma de mau-caratismo, falta de ética e corrupção, e por isso não sou vista com bons olhos por muitos.

Por ser mulher, contestadora e “anarquista”, sou massacrada com assédio moral e calúnias, na tentativa de me fazerem calar, mas não me dobro, mesmo brigando em geral sozinha, por dignidade e ética no trabalho, continuo enfrentando os poderosos, mesmo quando a prejudicada acaba sendo só eu mesma.

Um dia, um dos meus filhos, então adolescente, me falou: “Mãe, não se iluda, brasileiro já nasce corrupto”. Entrei em pânico, é esse o legado que vamos deixar para as futuras gerações? Mesmo que minhas denúncias não dêem em nada (pois “uma só andorinha não faz verão”) pelo menos, deixo aos meus filhos, hoje jovens adultos, o aprendizado do que é ética, caráter, dignidade e responsabilidade, através do meu exemplo e de minhas lutas,

ao invés de, como a maioria da sociedade, cruzar os braços (o eterno "me deixa fora disso"), e confortavelmente botar a culpa “no sistema, “no governo”, com paradigmas do tipo “é sempre assim”, “sempre foi assim”, “não adianta que não vai mudar”, 

e esperar uma solução “das autoridades” para uma situação vexatória para o país, que já assola o país há décadas e que, por conta da nossa eterna "aquiescência", estamos “fazendo escola”, vendo nossos filhos nascerem e crescerem sob o manto da impunidade, achando inclusive natural, como se a corrupção fizesse parte da índole do povo brasileiro.
 






domingo, 21 de março de 2010

Assédio moral no trabalho é crime

Existe um projeto de lei tramitando no congresso para transformar em crime o assédio moral no trabalho. Todas nós, mulheres, temos, pelo menos, uma história de assédio prá contar (estima-se que 70% dos que sofrem assédio sejam mulheres - veja vídeo no final do texto). Eu, como não me dobro a machos (aqui eu excluo os homens, seres humanos do sexo masculino que, parafraseando Descartes, "como nós mulheres, pensam, logo existem"), tenho várias.

Todas as vezes que não aceitamos (e brigamos contra) as regras do "mundo macho" (em geral, regras essas, sempre desfavoráveis a nós, mulheres, ou então, contra os nossos princípios éticos e morais) sofremos humilhações (eu já fui injustamente posta prá fora da sala onde eu trabalhava, por brigar pela ética e contra mau-caratismo),

constrangimentos repetitivos ( já fui trancada, por mais de uma vez, a chave,   para  ouvir desaforo de machinho  de m.... - na verdade, gay enrustido - por ser contestadora, e não aceitar falta de ética) e perseguições (eu já tive que desistir de um cargo, por conta, pois o tal machinho "enrustido", então chefe, não suportou a concorrência), nos rotulam como incompetentes (como se não tivéssemos capacidade ou inteligência para assumir tarefas complexas no trabalho),

e muitos desses machinhos "enrustidos", por não terem argumentos convincentes, partem para ofensas do tipo "mal amada" ou piadinhas do tipo "eu sei do que você tá precisando" (e no meu caso, ninguém fez nada, ninguém, absolutamente ninguém, veio em minha defesa, em nenhum desses vários assédios que sofri).

Os idealizadores do “Dia Internacional da Mulher” até tiveram boa intenção, ao homenagear um grupo de mulheres americanas brutalmente assassinadas nessa data, no século XIX, durante uma greve no trabalho, por igualdade e salários equiparados aos dos homens, mas o que questiono é onde foi parar essa “boa intenção”,

já que continuamos a ser massacradas e assediadas moralmente (temos de nos contentar de não sermos mais queimadas vivas, como aconteceu na época ???). Eu já denunciei alguns deles, num conselho de ética, e repito, nada, absolutamente nada, foi feito até hoje (interpretam sempre, como convém, como "briguinhas pessoais", e fica por isso mesmo).

O interessante é que, antigamente, esse assédio moral era próprio de machos típicos, aqueles que cuspiam no chão, coçavam o saco em público, e tratavam a mulher "puxando-a pelos cabelos" como no tempo das cavernas, e o assédio sexual, então, era explícito, vinha de "brinde" com o assédio moral.

Mas "os tempos mudaram". Hoje o que se observa é que os "atuais machinhos de m...." que assediam a mulher moralmente (e nunca sexualmente, portanto "algo suspeito no ar") quando, num embate com uma mulher (que não se dobra às suas "leis", e exige os direitos dela), se vêem sem argumentos e partem para o fatídico “mal amada” ou “eu sei do que você tá precisando”,

esses machinhos, na verdade, escondem um 3º sexo "enrustido", ou seja, não têm coragem de "sair do armário" (e se escondem atrás de um casamento fajuto e até têm filhos, mas de vez em quando dão uma "desmunhecadinha básica", altamente suspeita e extremamente reveladora - prestem atenção, não falha nunca),

e por odiarem o sexo "frágil", partem sempre para o assédio moral, nunca o sexual, afinal eles sabem que o "que nós mulheres estamos precisando" é o mesmo que eles também gostariam, ou seja, de um "queen size" (vasculhei um "dicionário de gírias gays", para melhor me inteirar desse mundo à parte), mas não têm coragem de assumir que "jogam no nosso mesmo time".

Eu tenho um talento, um dom especial, prá detectar esses machos enrustidos.Por exemplo, há uns quinze anos atrás, comentei (em segredo, claro) minhas "suspeitas" de um colega de trabalho, as amigas diziam "você tá vendo coisas, o fulano é casado, tem filhos, etc,. Anos depois o fulano se separa e foi  "curar a depressão" logo aonde? Em New York. Não deu outra, o fulano voltou e "saiu do closet" assumindo publicamente um caso com um colega macho do trabalho, e minhas amigas para mim: "Que boca a tua, hein?" Eu sabia o tempo todo, "tava na cara".

O interessante é que, se em um trabalho, eu já fui ofendida com piadinhas do tipo "eu sei do que você tá precisando", já em um outro trabalho, ao contrário, eu já fui interpelada por um outro tipo de "macho enrustido", que eu classifico como "Irenes", que são as "bichas velhas" (segundo os manuais de gíria GLS),

que por estarem "velhas", perdendo terreno (no "mercado de homens") para nós, mulheres alfa (mulheres elegantes, bem vestidas, competentes e bem resolvidas e que não ficam correndo atrás de qualquer "queen size", principalmente no trabalho, e por isso mesmo objeto de desejo dos homens, prá desespero dessas "Irenes"),

resolvem então nos assediar moralmente nos chamando de "lady" (que eu, inocente e totalmente alheia a esse universo gay, não entendia o estranho "apelido", mas desconfiada do jeitinho "afetado" do macho, resolvi vasculhar, e descobri que significa "lésbica de aspecto feminino"). Só gays conhecem o termo, assim, ao me dar esse apelido, o machinho enrustido, a tal "Irene", se traiu. Enfim, coisas de "Irenes". Só rindo. Mais hilário, impossível.

Homem que é homem não tem medo de concorrência, disputa com a mulher,  uma posição ou um cargo com as mesmas armas (competência, inteligência), e se a mulher conquista um cargo igual ou acima dele, ele a respeita, e inclusive, a admira.

Homem que é homem admira a mulher bem vestida, que se comporta femininamente, mas se for preciso, a mulher "soltar os bichos" para se impor, na sua profissão, exigindo respeito no seu trabalho, por sua dignidade e competência, o homem continuará ao lado da mulher, aprovando sua atitude (o homem moderno não tolera os "bibelôs" de antigamente).

Homem que é homem sabe que a única diferença entre os dois sexos é apenas a força física, e por isso, não a usa contra a mulher, porque seria desleal o embate (por isso é lamentável a frase do goleiro Bruno na mídia dizendo "Quem nunca saiu na mão com a mulher?"

- mas o que esperar desses lesados e oligóides jogadores de futebol? e claro, só podia vir de FRAmenguistas, um "imperador" ??? bêbado, um imbecil machista, e no meio disso, uma fêmea - não mulher, diga-se de passagem - que não se respeita, disputando macho cafajeste e predador, só podia dar no que deu).

Agora o legal disso tudo, dos “tempos que, graças a Deus, estão mudando”, é que o 3º sexo assumido, ao contrário, é aliado e defensor do sexo feminino, são pessoas de caráter, que fizeram (e assumiram) suas escolhas sexuais e, como nós mulheres, lutam pelo seu "lugar ao sol".  Assim um conselho para esses machinhos de m.... e "Irenes" da vida: "saiam do armário" e virem gente como a gente.

PS : Sei que alguns dirão: é louca, escrever isso no blog...... e eu pergunto: por que não? Estou no meu direito de defesa. Não escrevem e xingam o presidente da república "a torto e a direita"?  Por que então eu não posso denunciar esses "machinhos de m...."? Vou ser queimada viva em praça pública? E saibam, não sou leviana, eu não estou contando nenhuma novidade, muitos também já perceberam as "desmunhecadinhas básicas" desses tais machinhos enrustidos.

Vão me denunciar na justiça? Maravilha, o que não me falta são provas incontestáveis por falta de ética e moral. E não sou só eu a única mulher assediada por esses mesmos machinhos enrustidos, portanto vai "chover" processos. Eu ia chamar um homem prá me defender fisicamente, mas desisti, porque são os atos e as palavras desses trogloditas "enrustidos" que vocês vão julgar. Peguem a senha e façam fila, pois a lista de desafetos deles é enorme.
 






sábado, 20 de março de 2010

"E aí, meu idoso?" !!!!!! Não, simplesmente não dá.

Ninguém quer envelhecer. No máximo aceita-se “ficar idoso”. Um amigo me mandou uma mensagem em power point, cujo título era “Idosos X velhos” que intui que o velho" é “démodé”, está “fora de moda”, vive amargurado pelo passado que não volta mais, enquanto o idoso” vê o futuro à frente, independente da idade que tenha.

Acho que, na verdade, a diferença está no espírito, e não na palavra em si, e leva a mal não, mas a palavra “idoso” não combina com nada, fica até pejorativo, soa falso. E 3ª idade, então? Alguém já ouviu alguém chamar uma criança “de 1ª idade”? Então por que essa bobagem de “3ª idade”?

Imagina chamar meu pai de “meu idoso”!!!! Claro que “meu velho” é muito mais carinhoso, é mais verdadeiro. Imagina só: nos muitos aniversários de casamento, nas famosas bodas, o marido chega prá esposa e diz “parabéns, minha idosa” !!! - simplesmente horroroso - é muito mais afetuoso dizer “parabéns, minha velha".

Quase todos, os que insistem em ser chamados de idosos, usam o argumento de que velho significa fora de uso, o que seria, portanto, depreciativo. Mas eu não concordo. Prá mim, tudo que vem junto com a palavra velho, me traz boas lembranças.

A velha casa da fazenda, onde me faz recordar, nada mais nada menos, que a minha velha infância, que me faz relembrar com saudade da minha velha avó que, sentada na sua velha cadeira de balanço, contava as velhas histórias dos velhos tempos, tão longínquo prá mim, menina que eu era.

Quando vou a minha cidade natal, volto no tempo, nas velhas lembranças da infância, o velho coreto das brincadeiras das tardes de verão, o velho farol que o mar levou e ficou para sempre na minha memória de menina, a velha igreja e o seu velho sino (marcando a nossa juventude, que um dia iria embora) com o seu velho badalar.

Imagina mudar tudo para: a idosa casa da fazenda....a minha idosa infância....a minha idosa avó...na sua idosa cadeira de balanço.....as idosas histórias dos idosos tempos...Simplesmente horrível, perde-se toda a poesia, toda a naturalidade, toda a força da vida vivenciada.

Portanto, quando eu chegar aos meus 65 anos (ainda vai demorar um bocado), o tal marco para a “3ª idade”, por favor, eu quero ser uma velhinha, nada mais do que apenas uma “adorável anarquista velhinha”.



terça-feira, 16 de março de 2010

Macho, esboço de homem

Num papo sobre trabalho, com um amigo, comentando sobre os problemas de uma amiga em comum, o então amigo, diga-se de passagem, macho, comentou "meio em tom de brincadeira", que eu deveria, como gosto de dar uma de cupido juntando casais afins e compatíveis, tentar “arranjar um partido” para a tal amiga, concluindo que a mesma “precisava de um macho prá melhorar o astral”.

Ao discordar e questionar que o problema da amiga não era falta de macho, e muito menos de sexo, ele me interpelou alegando que é a falta de sexo que deixa a mulher irritada e literalmente mal-amada. "Taí um clichê" que é totalmente falso, inventado por machistas chauvinistas e raivosos, que não seguram a onda, quando têm que enfrentar uma mulher poderosa, à altura, que luta e briga por seu “lugar ao sol”, sem abaixar a cabeça para o dito sexo forte.

Já falei sobre esse tema aqui num texto (“Mal-amados” em setembro de 2009), mas como o assunto não se esgota, volto ao tema porque, ao contrário dos machos, as mulheres não jogam no sexo suas frustrações, ao contrário, só conseguem se ligar em sexo, quando estão bem no trabalho, no lar com os filhos, e claro, com o parceiro.

E muitas, inclusive, melhoram o astral quando se livram do parceiro (que em geral as estão "podando" e não estão sendo os companheiros que elas esperavam) e ficam sozinhas e bem-resolvidas (pois melhoram a auto-estima e assim, esperançosas e sem pressa, descartam machos aos montes, pois procuram um novo relacionamento a altura do seu potencial), e ao contrário, as carentes, com baixa auto-estima, em geral partem direto para um novo relacionamento e em geral trocam "seis por meia dúzia".

Nós, mulheres alfa, quando estamos literalmente "putas" com algo, a falta de sexo nunca será a causa, e muito menos a solução dos problemas (claro que eu me refiro a mulheres, aqui eu excluo o que eu chamo de "fêmea", pois essas procuram sexo por sexo apenas). Para nós, mulheres, principalmente as do tipo alfa,  procurar sexo, principalmente casual, para melhorar o astral, de nada adiantará, porque diferente dos machos, quando estamos literalmente "putas", a causa em geral é nobre,

estamos em geral indignadas, por exemplo, com a falta de ética, de caráter e de coleguismo no ambiente de trabalho, ou então estamos literalmente "possessas" pela não participação do parceiro (atual ou ex) nas árduas tarefas de educação dos filhos (em comum ou não), e em tantas outras tarefas e obrigações que, infelizmente, nós mulheres, em nome da nossa independência, assumimos em demasia.

Enquanto que os machos (aqui eu excluo os homens, aqueles que eu classifico como "ser humano do sexo masculino" que, como nós mulheres, têm cérebro e parafraseando Descartes, "pensam, logo existem" ), esses machos chauvinistas a que me refiro, não aguentam um embate com uma mulher alfa,  quando estão perdendo terreno na disputa por algum espaço para alguma mulher, e não têm mais argumentos convincentes, partem prá baixaria e atacam com os fatídicos "mal amada" ou "eu sei do que você tá precisando", frases típicas de machinhos de merda, esboço de homem que eles nunca conseguirão ser.

E literalmente quando esses machos estão "putos" com alguma coisa, pode contar que são eles é que não estão "dando no couro", ou estão cismados com um belo par de chifres que anda nascendo na própria testa, ou pior, estão "putinhos" por uma causa chinfrim, um exemplo típico é o time que provavelmente perdeu e vão então se aliviar "dando umazinha" casual  para melhorar o astral, astral esse "arrasado" porque não aceitam que "o timinho de merda é nada mais, nada menos que..... um timinho de merda". Isso sem falar dos enrustidos, que se fazem de "cabra macho", mas no fundo são umas "franguinhas", doidos para "sair do armário" e, por não terem coragem, ficam hostilizando as mulheres (pura inveja do sexo oposto).

sábado, 13 de março de 2010

Cinema - a arte dentro da arte

Do mesmo jeito que costumam ficar impressionados com meus conhecimentos em cinema, eu fico abismada como tem gente totalmente alheia ao cinema. Não gostar de cinema é um direito (mesmo que lamentável na minha opinião, mas um direito) mas muitos dizem "gostar de ver filmes", porém são totalmente alienados em relação ao contexto, à temática que o filme aborda, assim vão ao cinema (ou a locadora) em busca de "filme, apenas filme para se divertir", e aceitam indicação de qualquer desavisado que de nada entendem de 7ª arte.

A indústria cinematográfica produz muito lixo, há milhares de filmes intragáveis, impossíveis de se assistir, já desde os créditos iniciais, e entrar na porta de um cinema (ou de uma locadora) e só escolher pelo título, ou por dicas de desavisados, é risco na certa de levar prá casa, além de um filme indigesto, uma noção equivocada dessa maravilhosa arte de contar histórias.

Cinema, quando de qualidade, é pura cultura em forma de entretenimento, aborda temas políticos, biográficos, artísticos, filosóficos, psicológicos, e históricos. Conhecer o que rola nos bastidores, o "making of" por trás das câmeras, é prá mim, virar cineasta "por tabela". Fico impressionada como muitos assistem filmes, sem questionar o que levou um cineasta a abordar um determinado tema por um ou outro prisma. Conhecer o que rolou na cabeça do cineasta é desvendar um mistério que enriquece (e muito) o conteúdo e o valor de um filme.

Muitos artistas colocam em suas obras suas experiências de vida, e muitas vezes expressam o contingente de uma época sob a forma de denúncia, explícita ou não, em suas obras. Muitas dessas formas de arte só podem ser compreendidas (e admiradas) conhecendo-se "os bastidores" e o "making of" dessas produções.

Chico Buarque, por exemplo, para ludibriar a ditadura militar, escreveu peças de teatro e músicas que viraram obras magníficas de grande importância histórica (tais como a peça "Calabar", as músicas "Geni e o Zepelim", "Apesar de você" e "Cálice"), porque continham mensagens subliminares escondidas, para driblar a censura nos anos de chumbo.

O cineasta espanhol Carlos Saura também em seu país teve sua arte afetada pela ditadura do caudilho Franco, que afetou também outras artes como a do pintor Salvador Dali e a do escritor Garcia Lorca. Ninguém passa impune por uma ditadura, ainda mais uma que durou cerca de 40 anos.

Saura filmou o sensível e tocante “Cria cuervos” - o título do filme vem de um provérbio espanhol “cria corvos e eles te arrancarão os olhos” -  o filme, rodado na década de 70, retrata a vida de Ana e seus “fantasmas”, e o cineasta usou o sufrágio que o filme aborda, em relação a “orar pelos mortos”, como um paralelo a outro significado da palavra, que é o “direito ao voto” (numa alusão ao fim da ditadura de Franco, pois o filme foi rodado enquanto o caudilho agonizava no seu leito de morte). Ana, sua avó e sua mãe retratam a Espanha, o passado e o presente franquista decadentes, sob o olhar da menina e mulher Ana, um olhar assustado mas esperançoso num futuro livre da opressão franquista. 

O cinema também é arte e história, ao mostrar brilhantemente biografias de grandes nomes, seja da música, da pintura, e muito mais. Há um tempo atrás, conversando com um amigo (que já se confessou meu leitor assíduo, mas ainda não é meu "seguidor"), num papo sobre minha vontade de me "inteirar" melhor no mundo das "belas artes", me indicou o livro "A história da arte" de E. H. Gombrich (que indico também a quem interessar ) que tenho "saboreado" lentamente, e me embriago com a leitura da vida e das obras de grandes nomes da arte,

e cinéfila que sou, aproveito para me inteirar mais ainda da vida desses grandes artistas através de suas biografias cinematografadas – por exemplo, o cineasta Milos Forman filmou "As sombras de Goya" (veja trailer no fim do texto) e Carlos Saura filmou "Goya in Bordeaux" numa riqueza de detalhes da arte e da vida conturbada desse artista, através de seus "fantasmas" e sua vivência numa época do radicalismo da Inquisição e da iminente invasão da Espanha pelas tropas de Napoleão Bonaparte que influenciou toda sua obra como pintor.

O cinema também é filosofia prá ninguém botar defeito, atualmente estou lendo também "Cine Filô – as mais belas questões de filosofia no cinema", o livro aborda toda a filosofia que está por trás de filmes como Matrix (desde Platão com o "Mito da caverna") - prometo detalhes sobre a abordagem filosófica desse filme em breve,

e o questionamento de Descartes, entre a razão e a vontade, estão no ótimo "Forrest Gump - o contador de histórias", em que o personagem, na pele de Tom Hanks, mesmo desprovido de inteligência (e até por isso mesmo) corre sem razão, segue apenas sua vontade, fazendo uso total de sua liberdade de ir e vir, mas o questionamento está em exercer a vontade e a liberdade quando se tem ciência de que elas existem, em contraposição com a razão e o aprisionamento.

Assim, o cinema é a arte dentro da arte, e como forma de cultura e aprendizado é imbatível, pois registra para sempre, na nossa memória, com seus impressionantes efeitos especiais audiovisuais, o que nenhuma outra arte consegue transmitir e transpor.








domingo, 7 de março de 2010

"Limpar salão" em público - coisa de macho?

Já comentei que, por gostar de escrever, costumo ser muito observadora (ou será o contrário?), e o dia a dia, o cotidiano, a lida com as pessoas no trabalho e com transeuntes na rua, sempre me rendem “rabiscos” para as minhas futuras reflexões.

E pensando nisso, algo que sempre me deixa abismada, literalmente embasbacada, exponho agora aqui, e assim compartilho, com meus (possíveis poucos) leitores, esse meu devaneio deveras intrigante.

Não sei se alguém já percebeu, mas quando estou dirigindo, ao parar num sinal, olho sempre em volta (observadora que sou), enquanto curto uma música aguardando o sinal abrir, e sem querer, já me deparei várias vezes, com machos que, sozinhos no interior de seus veículos, resolvem “limpar o salão” (para não restar dúvida – sei lá se esse termo é regionalista – literalmente resolvem tirar meleca do nariz com o dedo indicador),

e o fazem, sem nenhuma cerimônia, como se estivessem em seus lares, sozinhos dentro da privacidade dos seus lavabos que, acredito eu, é o único lugar plausível indicado para tal higiene, e de preferência, com um  lenço de papel ou mesmo um papel higiênico ao redor do dedo.

Fico petrificada com a cena, a ponto de o sinal abrir e eu não perceber, e  "apatetada” com a tamanha naturalidade com que o sujeito enfia e roda o dedo quase "perfurando" a narina, perco a noção de onde estou, e acabo até deixando o carro "morrer", ao perceber os nervosinhos atrás, buzinando e me “despertando” do meu transe “melequento”.

Afinal, que merda (melecada) é essa? Será que eles acreditam que, por se encontrarem sozinhos, no interior de seus carros, estão livres dos olhares alheios? Será que se sentem protegidos pelo "insulfilm" dos seus vidros mal, mas ainda assim, reveladores? Agora, já imaginaram quantos apertos de mão “melequenta” temos dado por aí?

Qual a explicação para tamanha imundície? Isso é ser macho? É macho, por isso porco? A recíproca também é verdadeira? Alguém, estudioso e entendedor desse mundo macho, por favor, venha em meu auxílio. Já temos que, invariavelmente, assistir o estereótipo do macho que, "prá garantir a macheza", tem que “coçar o saco” em público (pelo menos o fazem por cima da roupa, um pouco mais higiênico), mas essa da meleca exposta em público é demais.

Prá provar a opção sexual do homem é preciso ser porco? Aproveito a deixa para indicar o divertido "Será que ele é?", filme com o hilário Kevin Kline no papel de um professor que não admite "sair do armário", e também o hilário "Ou tudo ou nada" ("Full monty"), com o excelente ator escocês Robert Carlyle (do também ótimo drama "As cinzas de Ângela") em que os personagens prá lá de machos, por força das circunstâncias, vencem o preconceito e resolvem investir "o corpinho roliço" no mercado dos "sex-business" (veja cenas hilárias dos dois filmes no final do texto). 

E prá terminar, voltando à melecada, chego a conclusão que a culpa é minha, quem manda ser abelhuda e meter literalmente “o nariz” onde não fui chamada? E veja abaixo a foto do "porco-mor" da nossa porca política.






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