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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Feliz Ano Novo

Mais um ano que se fecha e, mais uma vez, redobra-se a esperança por um mundo melhor no novo ano que recomeça. Carlos Drummond de Andrade nos brindou com um poema que resume essa bela mania nossa, a do milagre da renovação, de acreditar sempre que o novo ano vindouro vai ser diferente, que vai ser sempre melhor que o ano que se finda.

“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente”.
                   (Carlos Drummond de Andrade)

E termino (vídeos abaixo) desejando um feliz ano novo com uma homenagem do cinema de Carlitos, “o eterno vagabundo”, ao som de Frejat, e também a bela música “Amanhã” de Guilherme Arantes cantada pelo próprio e por Caetano Veloso.



sábado, 29 de dezembro de 2012

O verdadeiro "fim do mundo": o comércio de armas e o massacre de inocentes.

O tão esperado “fim do mundo” não aconteceu. Na verdade, era o calendário maia que estava com os dias contados. Mas, como sempre, a expectativa em torno do fim dos tempos há muito ronda o imaginário do homem, principalmente quando grandes tragédias abalam o mundo.

Quem viveu a 2ª grande guerra, deve ter se sentido assim, com o fim dos tempos às portas, com a sensação de que não restaria pedra sobre pedra, que o homem se destruiria até não restar um único ser vivente. Os dramáticos terremotos, maremotos e furacões que ultimamente têm varrido o planeta também dão essa mesma sensação, ainda mais quando o ser humano é considerado o grande responsável pelo chamado “buraco negro” e pelas dramáticas mudanças climáticas que vêm assolando o nosso planeta.

Ou então, quando o ser humano perde a noção de civilidade como nas tragédias dos massacres humanos, como no passado com o Holocausto, assim como com os atuais massacres insanos em escolas, cinemas e shoppings, em que um adolescente, portando armas ditas “de assalto”, sai atirando a esmo em inocentes. Parece realmente que o fim do mundo está a caminho.

Mais uma vez, com o mais recente massacre de inocentes numa escola americana por um louco portando armas de disparos múltiplos automáticos e semiautomáticos, vem à tona a velha discussão sobre o porte livre dessas armas de guerra pelos civis americanos, e a Associação Nacional do Rifle (a NRA), poderosa entidade com grande representatividade política na América, ressurge com declarações insanas e irresponsáveis, tais como: “se os professores da escola tivessem armas como as do assassino eles teriam conseguido salvar os alunos daquela escola”.

Devaneando em torno dessas traumáticas notícias sobre massacres de inocentes e da inusitada notícia do fim dos tempos que estava “marcada” para meados de dezembro, não pude deixar de pensar em cinema. A sétima arte já mostrou o Holocausto em inúmeros filmes e os massacres de humanos inocentes em guerras e em chacinas políticas e raciais. E a volta, na mídia, da NRA, fez lembrar-me do finado presidente daquela associação, o ator Charlton Heston.

“A vida não é filme” diz Herbert Viana, vocalista do Paralamas do Sucesso, na música “Ska”. Realmente se pensarmos, por exemplo, num personagem de um filme, nem sempre o ator que o interpreta retrata a personalidade daquele personagem que tanto nos marcou.

Quando ainda adolescente, já fascinada pelo cinema e com tendências revolucionárias e anarquistas, me “apaixonei“ pelo personagem Taylor (o protagonista do “Planeta dos macacos” vivido pelo então ator Charlton Heston) para então décadas depois, totalmente desiludida, me deparar com o ator como um petulante e reacionário presidente da tal associação de rifles dos EUA (leia sobre o documentário “Tiros em Columbine”, aqui no blog, em novembro de 2010, com o ator em entrevista decepcionante ao diretor Michael Moore), tão diferente do personagem que um dia me encantei pela bravura e defesa dos fracos e oprimidos.

Quando o pioneiro “O Planeta dos Macacos” foi lançado nos EUA em 1968, o “ano da revolução”, eu, ainda menina numa cidade do interior do estado do Rio de Janeiro, passei ao largo do processo da ditadura até que, uma década depois, já adolescente, na transição do processo político sob a eminência da democratização que estava por vir, esse e outros filmes ditos “subversivos” foram gradativamente sendo liberados pela censura e já podíamos ter acesso pelo então “Corujão da Globo”.

Antológica a cena final em que o personagem Taylor cai de joelhos, estarrecido, quando descobre que estava o tempo todo na Terra, que enfim o homem tinha conseguido destruir o planeta e a si mesmo, ao ver a Estátua da Liberdade totalmente destruída, com parte dela soterrada na areia de um mar deserto que nada mais era que a ilha de Manhattan que estava o tempo todo ali.
Já o filme “O senhor das armas”, do diretor Andrew Niccol, realizado em 2005, foi inspirado no russo Viktor Bout, considerado o maior traficante de armas do mundo, que foi preso em 2008 e condenado no ano passado a prisão perpétua.

O filme conta a história de um traficante ucraniano radicado na América, e Ethan Hawke é o policial que tenta desmascarar os negócios escusos do comerciante de armas Nicholas Cage, que por sua vez só se interessa com o lucro do seu negócio, sem se importar com as atrocidades que há por trás dele.

É gritante a amoralidade do personagem do Nicholas Cage quando denuncia a hipocrisia que há por trás das grandes corporações, quando diz para o irmão viciado que “cigarros e carros matam mais que armas”. Ou quando, ironicamente, diz: “só não faço mais negócio com Bin Laden, porque o cheque dele sempre volta”.

O "Senhor das armas" mostra toda a mecânica do tráfico de armas com as relações de poder entre os países e a hipocrisia entre eles. É uma crítica mordaz à política internacional do controle de armas, principalmente envolvendo o governo americano, denunciada nos diálogos mordazes que rolam por todo o filme: “mais garantido mudar governos com balas do que com votos”, ou “quem vai herdar o mundo são os traficantes de armas, pois os indivíduos estão muito ocupados em matar uns aos outros”.

Na abertura do filme, ouve-se a música “For what it’s worth” (que se tornou um hino político nos conturbados anos 60), da banda Bufallo Springfield (Neil Young era um dos membros da banda), cuja letra emblemática resume os conflitos entre povos, raças, facções e religiões, em que ambos os lados não sabem nem o por que do inicio do confronto (“There’s something happenin’ here. What it is ain’t exactly clear. There’s a man with a gun over there,  telling me I’ve got to beware”).

E enquanto rola a música e os créditos da abertura, o diretor filma a  trajetória  de “vida” de um projétil de arma de fogo, desde a sua fabricação em série e como o mesmo percorre o mundo indo finalmente parar na cabeça de algum jovem e pobre diabo do terceiro mundo.


E o filme conta também, como trilha sonora, com a música "Cocaine" com Eric Clapton, a envolvente e emotiva "Hallelujah" cantada por Jeff Buckley, "La vie en rose" cantada por Grace jones e "Mama Africa" cantada por um grupo chamado "Young Bakubas".

O diretor Andrew Nichols já era conhecido pelo brilhante roteiro do filme “O show de Truman” (quem dirigiu foi Peter Weir, o mesmo de “Sociedade dos Poetas mortos), filme que mostra Jim Carrey como protagonista de um obscuro “reality show”, numa crítica mordaz à grande mídia que nos cega e nos obriga a viver como autômatos. O “show de Truman” é praticamente a “Matrix” dos anos 90.

O interessante é que o “Show de Truman” (veja trailer no final do texto) nos remete de volta ao tema das armas por conta da total ausência de reflexão da atual sociedade.  A mídia impõe qualquer porcaria e a sociedade a consome sem nem pensar, o que faz com que os governos e mercados tão facilmente convençam os homens de que a guerra é necessária, que o consumismo desenfreado é vital e que os civis estarão protegidos portando armas. E entorpecidos por um ritmo frenético de vida, manipulados por meios de comunicação que  nos dizem como nos comportar e o que pensar,  tornamo-nos uma fila de “bois mandados” facilmente controláveis.

Voltando à questão das armas, tanto no Brasil como nos EUA o cidadão não precisaria estar armado se houvesse uma política e um governo que realmente controlasse a venda de armas, exigindo pelo menos antecedentes criminais para a venda naquele país e desarmando os criminosos no nosso, com uma política clara, consistente e efetiva de combate à criminalidade e ao tráfico de armas.

No Brasil o filme campeão de bilheteria “Tropa de elite” mostra como a população de bandidos está tão equipada quanto a nossa tropa de elite, em matéria de armas de disparos múltiplos e de longo alcance. Também o filme "Elefante", de Gus Van Sant (trailer no final do texto) foi inspirado no famoso massacre da escola Columbine, e mostra a facilidade dos jovens americanos em ter acesso a armas de altíssima precisão e poder de fogo que, junto com a prática do "bullyng" e a política do "looser", completam o caldeirão de conflitos nessas escolas americanas.

Em 2005, houve o referendo popular sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições no Brasil. A maioria da população brasileira votou pela não proibição da venda de armas (a mídia ajudou a convencer o povo mal instruído), mas pelo estatuto do desarmamento continua sendo crime um cidadão comum brasileiro portar arma, ou seja, o cidadão deve mantê-la em seu domicílio ou em seu trabalho para sua defesa nesses ambientes, mas o que vemos na prática são acidentes domésticos com crianças e adolescentes curiosos, e indivíduos que legalmente compram a arma mas ilegalmente a mantém em seu alcance, envolvendo-se em brigas de trânsito, em brigas passionais entre casais e em discussões fúteis sobre futebol em bares.

O que, no passado, se resolveria “no braço”, agora é fácil, todo mundo vira macho com uma arma na mão, e se defender de bandido “neca de pitibiriba”, pois bandido no Brasil tem arma “de assalto” e aprende a atirar, enquanto a maioria da população comum brasileira não tem a menor noção de como atirar nem com uma arma comum, mas vai no embalo da mídia, vota a favor e compra a arma. 

“Anarquista” que sou, na época do plebiscito de armas no Brasil, eu me envolvi em vários embates com pessoas que insistiam em me convencer a votar a favor da venda de armas para civis - alguém já tentou atirar com uma arma de verdade? Pois eu já tive oportunidade, é muito difícil, perde-se facilmente a mira ao se apertar o gatilho, é preciso calma, sangue frio e muito preparo e treino para encarar um bandido que, esse sim, tem sangue frio, e prática inclusive. No fim, são inocentes que acabam pagando o preço de se ter uma arma em casa, tanto no Brasil como nos EUA.

Na América, já está provado que, nos estados onde foi proibida a venda dessas armas, o número de mortos em assassinatos em massa cai na proporção de mais de 50%, e no Brasil não há de ser diferente em relação a acidentes domésticos e brigas fúteis no trânsito. Precisamos acabar com essa nossa mania de querer copiar tudo da América, aliás, tanta coisa boa para se exportar da América tais como o jazz e o blues, mas nós só assimilamos o que há de ruim e podre nos EUA.




















domingo, 16 de dezembro de 2012

Predadores sociais no cinema e na vida real

Tem gente que acha que "a vida imita a arte", mas na verdade a arte é que imita a vida real. Pelo menos, assim o é no cinema. O cinema pode, muitas vezes, romanticamente florear a realidade, mas retrata as relações humanas na maioria das vezes. E o meu blog reflete isso, tudo o que me acontece no dia a dia me remete sempre ao mundo do cinema, porque algum cineasta já vivenciou e/ou cinematografou algo parecido. 

Mas o  meu último texto "Tim, tim... um brinde aos inimigos" saiu sem nenhuma dica de cinema, porque tem gente que reclama dos meus textos, por serem "muito longos" (interessante que os bons textos nas boas revistas e nos bons blogs são sempre extensos - já fiz questão de comparar o número de palavras dos meus textos com os de periódicos famosos e meu texto ainda é bem menor que muitos deles), assim deixei as dicas para esse novo texto.


E também não pensei que o tema sobre psicopatas daria tanto "ibope". Quando escrevi o texto "Precisamos falar sobre os Kevins nas nossas vidas", já tinha assistido ao filme há algum tempo, mas tinha acabado de me confrontar com o meu ex-chefe psicopata - infelizmente o malévolo ocasionalmente frequenta o meu atual ambiente de trabalho e tenho que lidar com as barbaridades que ele faz num método complementar que ele finge que entende; 

como já disse, ele é professor de medicina e totalmente incompetente no tal método, mas como todo psicopata ele é astuto, tem conhecimento muito superficial sobre o método, e só quem realmente entende do tal exame complementar (que ele faz parecer ser um "expert") percebe a total ignorância dele no assunto, ou seja, como costumo dizer, o tal professorzinho, phD em p... nenhuma, usa a tática do "Ctrl C - Ctrl V", ou seja, ele copia laudos anteriores de outros colegas e/ou junta inúmeras dicas de outros exames do paciente que sugerem um determinado diagnóstico e pronto, acaba "acertando" algumas vezes, e com isso vai enrolando os trouxas que não entendem o método.

Além de ter que conviver com os laudos equivocados do sujeitinho, ainda tive um embate com alguns colegas do trabalho porque, por não entenderem o poder de persuasão desses indivíduos macabros, fazem pilhéria da situação, e eu simplesmente não suporto quem leva na brincadeira assunto tão sério como esse. Mas devo admitir que a última foi realmente engraçada - em medicina, um exame de qualidade que tem grande especificidade é chamado de "padrão ouro", ao que um dos colegas gaiatos disse, dos exames feitos pelo tal professorzinho, que os mesmos têm "padrão urina". 

Realmente hilário, mas ao mesmo tempo triste, pois os maiores prejudicados são os pacientes que recebem diagnósticos equivocados que comprometem a conduta dos seus tratamentos (pelo menos, minhas denúncias geraram bons frutos, a maioria dos colegas do meu setor já confirmaram, na prática, a imperícia do fulano e não mais acreditam na competência do tal professorzinho e debocham do mesmo, desconsiderando e descartando os laudos do fulano, a tal ponto de mandarem o paciente "jogar o laudo no lixo", dizendo que "não serve nem como papel higiênico").

A maioria comentou o texto sobre psicopatas por"via e-mail", apenas um anônimo o fez pelo blog e indicou o site http://delivro.blogs.sapo.pt/  e me pediu que comentasse sobre o mesmo. O site reúne inúmeros depoimentos de pessoas que tiveram, assim como eu, um psicopata rondando e tentando destruir sua vida. São depoimentos sofridos de quem teve um psicopata como pai, como filho, como marido, como chefe, como confessor, e dá inúmeras dicas para reconhecimento desse que é um verdadeiro camaleão da sociedade atual, predadores sociais de personalidade histriônica que se infiltram na nossa sociedade sob a forma de "bons" partidos,"generosos" chefes, profissionais "competentes", "devotados" religiosos

Psicopatas são na verdade verdadeiros vampiros emocionais, sugam a energia das suas vítimas até destruí-las e o fazem sem nenhum remorso ou compaixão. E a cada depoimento, os internautas do tal site deixam, como dica, o contato zero, ou seja, nenhum contato é o único jeito de lidar com o malévolo pois todas as relações com o fulano é no mínimo doentia e destrutiva.

O cinema não cansa de mostrar os tais sujeitinhos macabros, mas se detém nos mais malévolos, os "serial killers" principalmente, como já citei no texto anterior. Assim, misturando os dois textos anteriores, deixo mais dicas de cinema englobando os dois temas, pois os psicopatas são os piores inimigos da sociedade contemporânea e temos que aprender a lidar com eles (ou melhor, aprender a reconhecê-los e nos afastar deles).  

A atriz Julia Roberts já passou "o pão que o diabo amassou' com um deles como marido, no filme "Dormindo com o inimigo" (veja trailer no final do texto) e a "babá" Rebecca de Mornay mostra traços de psicopatia no suspense "A mão que balança o berço"(trailer no final do texto). No terror "A órfã", a personagem do título também "passeia" pelo universo da psicopatia, não há remorso por trás da crueldade com que se livra de suas vítimas. 

Mas, para não deixar a coisa só no âmbito da psicopatia, o inimigo pode ser o próprio ser humano, como no antigo, mas belo e singelo, filme "Inimigo meu" (trailer no final do texto) em que a amizade com um extra-terrestre parece inverossímil, quase improvável. 

E a elogiada série americana intitulada "The walking deads", mostra um mundo tomado por zumbis, em que a maioria da população por uma razão desconhecida se transformou em mortos-vivos, e os poucos humanos sobreviventes, apesar do mundo hostil que restou, ainda agem como predadores de si mesmos, não confiam na própria raça humana, muitos deles continuam mesquinhos, pervertidos e desumanos, eternos inimigos de si mesmos (e como não podia deixar de ser, um psicopata aproveitador entra em ação, na emblemática figura do "carismático governador"). 

A música de abertura da série é do compositor Bear McCreary e vai num crescendo de sons de violinos (veja abaixo) e, por si só, já é um chamariz, dá vontade de ver a série só pela abertura empolgante. Baseada em uma história produzida inicialmente em quadrinhos, a série tem como principal protagonista o ótimo ator Andrew Lincoln (em "Simplesmente amor" ele era aquele tímido personagem apaixonado pela mulher do seu melhor amigo).


Vale a pena assistir, mas já está na 3ª temporada. A série é excelente porque, por trás da aparente e única necessidade básica que é sobreviver num mundo de "walkers", a série mostra que, no meio do caos que assola todo o planeta, o que ainda importa são as relações humanas, pois são elas que farão a diferença na luta pela sobrevivência. Num mundo desesperançoso, a série aborda os eternos conflitos das relações entre os seres humanos, tais como fidelidade, traição, amizade, lealdade, confiança, companheirismo e tantos outros sentimentos genuinamente humanos. "Demasiadamente humanos" (parafraseando Nietzsche). 













domingo, 9 de dezembro de 2012

Tim...Tim... Um brinde aos inimigos.

Um amigo me mandou a interessante história de uma pequena e frágil velhinha de 98 anos que, numa reunião de cunho religioso, quando o pregador pergunta quem estaria disposto a perdoar seus inimigos, ela foi a única que não levantou a mão, alegando "não ter inimigos". Toda a platéia entusiasticamente aplaude a senhorinha, e eis que o pregador a chama ao palco para dar seu belo testemunho, afinal chegar aos 98 anos sem inimigos não é para qualquer um, e eis que, com extrema dificuldade, amparada pela sua bengala, se dirige ao público (este ansioso pelas sábias palavras daquela aparente doce e frágil velhinha), e diz:  "Eu não tenho inimigos porque todos aqueles filhos da puta já morreram".

Eu sabia que a tal velhinha não ia me decepcionar, afinal inimigos são vitais para nosso crescimento, quem não tem inimigos acaba estagnado na vida. Claro que ter amigos é mais importante, mas todos nós precisamos de uns "inimiguinhos" para nos estimular a dar a volta por cima (não precisa passar por cima do sujeitinho, pois a vida certamente dará conta disso, mas dar a volta por cima é, no mínimo, vital). 


Claro que amigos são de suma importância na nossa vida, nos dão o ombro é bem verdade, mas os amigos em geral apenas nos acalentam e nos confortam, mas quem nos faz jogar duro para vencermos é sempre o inimigo que, à espreita, sempre que pode, tenta puxar o nosso tapete. 


Assim, mais um ano que se finda, hora de celebrar, então brindemos também aos nossos inimigos, pois graças a eles evoluímos porque, "ao nos jogarem no penhasco, nos dão a oportunidade de voar" (ainda mais no meu caso que, como dizem meus amigos, sou um "anjo rebelde", rsrsrs) . 


Os nossos inimigos contribuem mais do que se pensa para o nosso aperfeiçoamento. Eu, por exemplo, no meu trabalho, mandei meu agora ex-chefe, psicopata mau caráter e incompetente, para o quinto dos infernos, e o que parecia ter sido prejudicial para mim, ao contrário, me proporcionou crescer mais ainda profissionalmente, acabei me aperfeiçoando numa hiper-especialidade onde poucos atuam na minha área profissional.


E, na verdade, o que dói mesmo, como dizia Martin Luther King, é que no final não mais nos lembraremos das palavras duras dos nossos inimigos, mas sim do silêncio dos nossos amigos (que foi o que aconteceu comigo, quando fui massacrada pelo meu então chefe) e, como na música "Ideologia", dizia Cazuza: "meus heróis morreram de overdose e meus inimigos ainda estão no poder"( mas no caso do meu ex-chefe, a incompetência e imperícia do fulaninho vêm, pouco a pouco, sendo  desmascarada; será que a justiça existe mesmo?! Tarda, mas não falha??!!).


Um velho ditado, que é atribuído aos chineses, diz: "vida longa aos meus inimigos para que possam assistir de pé à minha vitória". E o que não faltam são frases célebres sobre inimigos: "recolha as pedras no seu caminho, faça uma escada e suba, mas não derrube os seus inimigos, apenas faça com que se ajoelhem". Outra frase famosa:"meu pavio é longo, como um pavio de dinamite, para que meu inimigos corram antes que eu os mande pelos ares".  Mais frases célebres: "sou um pouco do que os meus amigos me ensinaram e um pouco do que os meus inimigos me fizeram aprender". E a famosa frase emblemática que resume esse meu texto: "se você não tem inimigos, aceite um conselho, trate de arranjá-los".


Para terminar esse texto, deixo as palavras de Frejat: "eu te desejo muitos amigos mas que em um você possa confiar, e que tenha até inimigos prá você não deixar de duvidar..." (vídeo da música, no final do texto). 


E uma excelente dica: para quem não assistiu, a  peça teatral, baseada em livro homônimo, "A alma imoral" com a atriz Clarice Niskier, está de volta ao Rio de Janeiro até meados de dezembro. O rabino Nilton Bonder, autor do livro, compara a nossa atualidade com passagens da Bíblia e nos revela que é nossa alma que nos impulsiona a nos rebelar e assim evoluir, por isso imoral é a nossa alma e não o nosso corpo (detalhes sobre a peça e o livro, aqui no blog, em novembro de 2009, no meu texto intitulado "A alma imoral"). Não deixem de assistir, é imperdível (corram, a temporada termina dia 16).








quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Mas enfim... "relacionamentos" !!!

Interessante como temos dificuldade de entendimento entre os sexos. É impressionante como uma mesma mensagem pode ser interpretada de maneira completamente diferente quando lida por um homem ou por uma mulher. Assim como aconteceu com a artista plástica e escritora Sophie Calle com o e-mail que recebeu e que acabou ficando célebre (leia detalhes, no texto "O dia internacional do homem", aqui no blog, link na coluna lateral em "Temas diversos"), também recentemente aconteceu comigo, quando ao comentar com amigos (de ambos os sexos) sobre o que poderia haver nas entrelinhas de uma mensagem que recebi por e-mail, e a tal mensagem deu margem a interpretações tão diferentes entre homens e mulheres que, literalmente, "embasbaquei". 

Pausa para reflexão 
 quando se está sozinho, estamos em geral abertos para novos relacionamentos e, apesar de "quieta no meu canto", no sentido de não estar desesperada à cata de um relacionamento, ao contrário de muitas mulheres que conheço (se acontecer, ótimo, se não, vou curtindo minha vida, sozinha mesmo, com muito prazer), não é a primeira vez que sou interpelada por algum espécime do sexo oposto, tentando algum tipo de contato, ou diretamente, me pedindo o número do meu celular, ou indiretamente, deixando bilhetes nos lugares mais inusitados (na porta do meu carro, ou literalmente me "cercando" na rua para tal intento),

e... bem, era de se esperar algum contato mais estreito tal o empenho dos tais fulanos em se comunicar comigo, mas na prática não sei o que acontece, ou simplesmente não ligam ou, se ligam ou mandam e-mails, são quase sempre dissimulados, com uma conversa dúbia incapaz de se entender as entrelinhas,

como foi o caso atual, pois num passado não muito distante, o sujeito literalmente "afanou" o número do meu celular com um conhecido em comum, para então marcar um primeiro e único encontro, para só agora (quase um ano depois) me mandar este tal e-mail prá lá de enigmático (mas diferente da escritora Sophie Calle que divulgou o nome do remetente do e-mail que recebeu, eu "revelo o milagre mas tenho o cuidado de preservar o santo").

Assim, já calejada, antes de responder à mensagem do tal fulano, comentei inicialmente com três amigas o que elas achavam que a mensagem queria dizer, e todas elas sem exceção a interpretaram do mesmo jeito, e então me orientaram como eu deveria responder à tal mensagem, e assim, seguindo o conselho delas (detalhe, uma delas é terapeuta de casal), mandei de volta interrogando o por quê da tal mensagem (há muito tempo não tinha contato com o sujeito, e a minha pergunta era pertinente, pois o obrigaria a explicar melhor qual o motivo daquele novo contato, depois de tanto tempo de ausência, após ter "surrupiado" o número do meu celular que levou a um primeiro, derradeiro e único contato no passado). 


Quando, para minha surpresa e espanto, recebo uma resposta totalmente "blasé" do fulano, dizendo tratar-se de "uma brincadeira", e o mesmo foi se esquivando, com comentários vagos, e terminou desejando-me um "feliz natal" prá lá de antecipado. Não entendi nada, afinal, como disse, eu o tempo todo quieta no meu canto, me cutucam e depois não querem uma resposta à altura??? Indignada, mandei uma
 resposta malcriada: "quanto mais tento entender os homens, mais fácil acho lidar com o meu cachorro (que eu nem tenho)".

Mas, interessante foi quando comentei com dois amigos homens sobre a tal mensagem (após a resposta "blasé" do fulano), e fiquei estarrecida, pois a opinião dos dois amigos foi completamente diferente das três mulheres. Eles interpretaram que a minha resposta (que foi uma dica das mulheres, e como disse, uma delas psicóloga) tinha deixado o sujeito na defensiva, daí a resposta "blasé" do fulano, que foi "uma defesa da parte do mesmo para não se comprometer", e vieram com "zilhões" de teorias de que "eles, os homens, estão na defensiva com as mulheres", porque nós "nos tornamos muito independentes e assustamos o sexo oposto".


Por que isso acontece? Essa dificuldade de comunicação é a grande razão dos problemas de relacionamento entre os sexos. A minha resposta "quanto mais tento entender os homens..." gerou uma revolta no fulano, que o fez revidar, e só assim assumiu uma postura menos "blasé", e a minha provocação rendeu bons frutos porque rolou um papo que deveria ter acontecido tempos atrás, mas na época o fulano simplesmente "sumiu do mapa" e agora surgia, de repente, das cinzas, e de novo, se eu não o tivesse provocado, teria de novo "sumido do mapa", de novo sem explicações.


Ou seja, se não fosse a minha "provocação do bem" (não é a toa que sou "adorável anarquista"), dizendo "entender mais os cachorros (que eu nem tenho) que os homens", novamente ficaria o desentendimento no ar, cada um seguiria o seu caminho com um pensamento errôneo um do outro.


Qual a lição aqui aprendida? Para mim, nenhuma, porque sempre fui adepta às "cartas na mesa", não gosto de nada pendente, enquanto não disseco todo um mal entendido com alguém, não consigo mais ter uma relação sincera e saudável com aquela pessoa (seja no campo pessoal, profissional, familiar). 


Para mim, mal entendidos e/ou desentendimentos se resolvem com conversas sérias, e não com frases "blasés", ou fingindo que não houve nada, ou pior, se afastando como fez o fulano na época. Se desistiu após o primeiro encontro (não houve um desentendimento direto, mas sim um mal entendido criado por outrem), por que então o e-mail enigmático depois de tanto tempo?? 


Por isso, "discutir a relação" é, e sempre será para mim, primordial em qualquer relacionamento, seja relação de casal, de trabalho, de amizade, de família. "Discutir a relação" é vital para um relacionamento saudável, e uma prova da benesse disso é o reatamento de uma relação incipiente que estava até então "suspensa no ar" e que ainda gerou esse texto no meu blog. Não é o máximo a comunicação, quando realmente ela existe?

"Pior que um não é a incerteza do talvez". Gosto de homens decididos, que não têm medo de ousar, mesmo se for receber um não. Mas o que se vê na maioria das vezes são homens em geral dissimulados, jogando pseudo cantadas e/ou piadinhas de duplo sentido (típicas de "quem joga verde para ver se colhe maduro"), e do nada pedem o nosso celular 
(sem mesmo ter havido sequer um flerte da nossa parte) parecendo sempre interessados, dizendo que vão nos ligar para marcar um programa, ou um cinema, e depois... nada. Se não pretendem ligar, então por que insistem com promessas que não vão cumprir??? Detesto homens indecisos, dissimulados, pois parecem querer brincar com os sentimentos alheios.

Depois querem reclamar que somos nós mulheres é que nos "fazemos de difíceis" (eu até já liguei para um deles para saber qual era a do fulano, já que ele pegou o meu número e não ligava nunca), mas são eles que não têm coragem de "botar a cara a tapa", e a desculpa é que estamos muito independentes???!!! 

O que tem a ver independência com relacionamento??? Levar um fora faz parte do jogo, eu nunca deixei de me mostrar abertamente (talvez seja esse o problema, pois aviso logo que dou e exijo exclusividade nos relacionamentos e não aceito traições, etc, e talvez isso afugente os coitados). Mesmo que eu leve um não pela frente, me faz bem saber que não deixei uma oportunidade passar, e isso vale para tudo na minha vida, tanto na vida pessoal, familiar, profissional, enfim em tudo na minha vida.

Mas tenho que admitir que numa sociedade contemporânea vulgarizada pela falta de valores morais e éticos, em que a virgindade tornou-se mercadoria de luxo, o 
mercado fonográfico só vende músicas de corno ou de cunho pornográfico, não é de se estranhar que cada vez mais os homens estejam temerosos e reclusos em seus sentimentos. 

A carência de grandes artistas contemporâneos na música parece também refletir as carências afetivas dos dias atuais. Num passado recente, artistas como Fagner, Gonzaguinha e Zé Ramalho expunham abertamente os sentimentos, mostravam a importância de se abrir, de se mostrar, enfim, de não ter medo de viver: "Só uma palavra me devora, aquela que o meu coração não diz, só o que me cega, o que me faz infeliz é o brilho do olhar que eu não sofri" (Jura secreta, de Raimundo Fagner). "Eu desço dessa solidão,...há meros devaneios tolos a me torturar" (Chão de giz, de Zé Ramalho, no final do texto). "E se eu chorar, e o sal molhar o meu sorriso, não se espante...é apenas o meu jeito de viver" (Sangrando, de Gonzaguinha).



E como não podia deixar de ser, como digo sempre, "a vida é um filme inacabado" (pelo menos, a minha vida assim o é), e como "tudo na minha vida me leva ao mundo do cinema", com mais esse inusitado "capítulo" que aconteceu na minha vida sobre "encontros e desencontros", não pude deixar de me lembrar, claro, de cinema. Quem acha que o cinema não retrata a vida real está redondamente equivocado, o cinema tem um pouco de tudo, tem "fantasias hollywoodianas", mas também tem fantasias que retratam uma realidade, como é o caso do filme "Cópia fiel", assim como pode retratar realidades nuas e cruas como em "Shame".

"Cópia fiel" - o filme conta a história de dois solitários, e prováveis desconhecidos, que se encontram por conta de um interesse comum (a arte original e suas cópias). A partir de um diálogo num café, um pequeno mal-entendido acaba acontecendo, fazendo com que os personagens (a excelente atriz francesa Juliette Binoche e o ator e músico britânico William Shimell) se transformem em "atores" de uma história improvisada que eles mesmos vão construindo e se envolvendo, num inusitado jogo, ora como se tivessem acabado de se conhecer, ora como se vivessem um casamento em crise, mesclando fantasia com a realidade do passado de cada um. 


Este singelo filme francês (
título original, "Copie conforme", veja no final do texto) tem como pano de fundo uma das províncias italianas do sul da Toscana, com seus cafés e suas belas ruelas, servindo como memória do passado de uma relação que talvez nunca tenha existido entre eles. 

Dirigido pelo iraniano Abbas Kiarostami (sim, o filme é praticamente cosmopolita, como são as relações entre as pessoas, praticamente não existem diferenças demográficas quando se trata de sentimentos), o cineasta deixa no ar se o então casal realmente acabou de se conhecer ou trata-se de um reencontro depois de um longo afastamento. 

E essa é a graça de "Cópia fiel" porque tanto aborda as expectativas (e as decepções) de um primeiro encontro, assim como as dificuldades de se discutir uma relação de longa data, e os dois excelentes atores, numa perfeita simbiose, sustentam praticamente sozinhos todos os sutis diálogos do filme. Sim, é um filme de diálogos, de sutilezas, de devaneios, um filme sobre relacionamentos, carregado de emoções contidas. Uma "fantasia real" para pensar e refletir.



Já o filme "Shame", que também fala de relacionamentos e sentimentos reprimidos mas, ao contrário, é um filme pesado. O charmoso ator alemão Michael Fassbender expressa todo o sofrimento do seu personagem que, viciado em sexo e pornografia 24 horas do dia, se vê consumido e prisioneiro de seus próprios instintos. O olhar e o semblante do ator expressam todo o isolamento e a reclusão emocional do seu personagem.


"Shame" (veja trailer no final do texto) tem muitas cenas de sexo e nu frontal dos atores, cenas estas que cabem muito bem no contexto do filme, pois apesar de picantes são cenas pesadas, filmadas sob a visão amargurada de seus personagens que vivem do sexo para esquecer suas frustrações e amarguras. 


A comovente cena da irmã do personagem principal, a atriz inglesa Carey Mulligan, cantando "New York, New York" (a bela música de Sinatra - veja abaixo) é de uma melancolia estarrecedora, e resume toda a solidão dos dois irmãos, cada um tentando suprir suas carências afetivas à sua maneira, ele se envolvendo com desconhecidos evitando relações emotivas de qualquer espécie (falhando sempre quando tenta), enquanto ela, a irmã fragilizada pelas antigas relações frustradas, ao contrário, se joga de corpo e alma em toda e qualquer nova relação, sem nem pensar nas consequências 
(conheço um monte de mulheres que, na vida real, se enquadram nesse perfil), como se fosse a única tábua de salvação para as suas vidas miseráveis. Ambos os irmãos sofrem pela ausência de vínculos românticos e afetivos, ele por evitá-los e ela por não consegui-los.



"Shame" é um filme em que o sexo é o personagem principal, mas um filme triste, muito triste. E mais triste ainda, quando sabemos que personagens como eles, não acontecem só em filmes, tem um monte deles por aí, de carne e osso, homens em busca apenas de sexo, totalmente frustrados e carentes emocionais (e também conheço muitas mulheres sedentas por sexo, que chegam ao absurdo de admitirem que "são iguais aos homens, não vivem sem sexo", mas na verdade, assim como os homens, confundem sexo com carência de afeto, tal qual os personagens do filme). 



E, para finalizar esse texto, deixo a bela música "Noturno" de Raimundo Fagner, que resume a desilusão desses muitos corações frustrados ("o aço dos meus olhos e o fel das minhas palavras acalmaram meu silêncio, mas deixaram suas marcas...").






domingo, 4 de novembro de 2012

Precisamos falar sobre "os Kevins" nas nossas vidas

Precisamos falar sobre "os kevins" que rondam as nossas vidas, que se escondem, por exemplo, por trás de chefias nos nossos trabalhos. Não é só na política, sob a forma de corruptos inescrupulosos, ou sob a forma cruel de "serial killers" que se escondem os psicopatas (como o "representante-mor" Anthony "Hannibal" Hopkins, de "O Silêncio dos Inocentes" do diretor Jonathan Demme, ou o dissimulado e irônico e não menos violento personagem de Malcom McDowell em "Laranja Mecânica" do diretor Stanley kubrick, ou o psicopata vingativo Robert de Niro em "Cabo do medo", de Martin Scorsese). Nem todos são necessariamente violentos e perigosos assassinos (estes talvez nós raramente iremos nos confrontar no nosso dia a dia). 

Mas os psicopatas sutis do cotidiano talvez sejam os piores, no sentido de que, por não serem violentos nem assassinos (até que se prove o contrário) conseguem enganar suas vítimas por muito mais tempo, dominando-as completamente sem elas perceberem. Em geral ocupam cargos de poder, tais como chefes que, à primeira vista, são simpáticos e acolhedores principalmente com os seus subordinados (leia-se suas futuras vítimas).


Tenho uma amiga que teve um deles como marido (passou "o pão que o diabo amassou" até descobrir com quem estava lidando). Eu, sem perceber inicialmente, convivi com um deles durante anos, mas essa consciência de que estava lidando com um psicopata como chefe no meu trabalho, realmente veio muito tempo depois, e como diz a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, no seu livro "Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado", só se tem certeza com a convivência diária com o malévolo e quando se tem ciência de como age um verdadeiro psicopata. 


Como diz a psiquiatra, o outro não representa nada para o psicopata, o outro é apenas um instrumento que o psicopata usa com o objetivo de obter diversão, status ou poder, e surpresa ao ler o livro da psiquiatra, identifiquei imediatamente o meu ex-chefe como um deles. Impressionante como é exatamente como ela define. Na frente das pessoas as quais interessava a ele se portar como um chefe e professor exemplar (sim, ele é professor, e pior, de medicina) ele dizia que eu era uma funcionária excelente, uma médica que fazia sempre 110% do meu trabalho, mas nos "bastidores" na minha sala de trabalho, trancava a porta a chave para então gritar como louco comigo, porque sabia que eu me sensibilizava com os pacientes, e assim me dominava, e a estratégia dele era então eficaz (psicopata é racional, não joga para perder), 


pois quem acreditaria nas minhas palavras (eu não aceitava seus métodos, digamos pouco ortodoxos, para com os pacientes) pois o professor só me elogiava pelos corredores do hospital (eu então fui rotulada de "descontrolada", óbvio, quando comecei a reagir contra, e o tal professor como todo psicopata, era sempre um modelo de controle emocional, impassível, incapaz de qualquer reação extrema, posando de "vítima" diante das minhas reações, diante de todos a minha volta). 

A minha sorte é que, apesar de sensível (vítima fácil para esses malévolos), sou anarquista, assim tive força para me rebelar e sair a tempo do setor (não tive apoio de nenhum colega, muito pelo contrário, e fui extremamente prejudicada com a minha saída, mas era minha saúde que estava em jogo, ou eu me matava ou o matava, tal a pressão psicológica do malévolo). 

A mesma sorte não teve outra médica que, bem antes de mim, tinha sido sua vítima mais fatal, pois até hoje está em tratamento psiquiátrico por grave depressão, sem condições de voltar a exercer a profissão de médica, e infelizmente foi rotulada por todos, sem exceção, como "depressão por problemas particulares emocionais", 


mas só eu sei o que ela passou, eu e mais uns tantos que também já passaram, mas infelizmente não denunciam (e o pior, alguns vieram me confessar que só depois que se tornaram vítimas do fulano, é que passaram a entender, tarde demais, meu aviso de alerta). Hoje, depois do que passei, uso a tática do "tit for tat" nas minhas relações inter-pessoais no trabalho, me protegendo das pessoas (e ignorando-as, inclusive) que não me respeitam (leia o texto "Regras do jogo da vida" em outubro de 2011).

O filme "Precisamos falar sobre o kevin" (baseado, infelizmente, em uma história real) aborda exatamente esse tema, ou seja, como um psicopata manipula e domina a sua vítima. No filme, a pobre mãe (Tilda Swinton, excelente como sempre) se acha a culpada por não ter desejado a gravidez do tal Kevin do título, mas a vinda da segunda filha que deveria deixá-la ainda mais hostil depois de lidar com o primogênito, ao contrário, a docilidade espontânea da filha a faz perceber que havia algo de muito cruel no filho, mas deveria fazer com que ela se livrasse desse sentimento de culpa em relação ao primogênito mas o filho psicopata sabendo da fraqueza da mãe (mãe sempre acha que falhou em algo) usa isso para mantê-la sob seu domínio e colocar o casal um contra o outro. 

O filme (angustiante, principalmente para mim, que fui vítima de um maldito "Kevin") e a entrevista da psiquiatra sobre a película no Jô Soares (no final do texto - assista, só depois de ver o filme, pois há revelações excessivas no programa sobre o filme) me deram mais força ainda para continuar a denunciar o tal professor, pois só denunciando é que a grande maioria dos que sofrem nas mãos de um desses malévolos vão estar mais preparados para enfrentá-los se souberem de antemão com quem estão lidando (a psiquiatra escreveu o tal livro pretendendo, assim como eu,  avisar às pessoas sobre tais mentes perigosas que circulam livremente no nosso dia a dia, porque infelizmente as pessoas se calam e não denunciam). 

Por isso sigo, anarquista que sou, denunciando por onde eu passo (e tenho provas, caso eu sofra alguma represália do malévolo, registradas em cartório, inclusive assinaturas de pacientes que foram prejudicados pela imperícia dele) - o tal professor é um mentiroso contumaz e um engodo (como a maioria dos psicopatas o são) e destrói a todos, sem exceção, que descobrem a sua imperícia.

E, como de vez em quando, ouço piadinhas de que a minha briga com o fulano foi "um problema pessoal de amor e ódio", eu na verdade fico com ódio dessas pessoas pois não admito que façam pilhéria com algo tão sério (se fosse uma brincadeira vá lá, ainda mais tratando-se de um gay enrustido, que eu tenho certeza que é o caso do meu ex-chefe), mas a coisa é muito grave, portanto antes de levarem na zoação as minhas denúncias, lembrem-se: esse psicopata não mora, mas trabalha (e é chefe) bem ao seu lado, e você (ou o seu paciente) poderá ser a sua próxima vítima. Pense nisso. Depois não diga que não avisei. Vale aqui o velho ditado: "quem avisa, amigo é".


E para não esquecer das sábias palavras de Martin Luther King (que a psiquiatra comenta que Einstein também reforçava esse conceito): "não me preocupo com o grito dos maus, mas sim com o silêncio dos bons" (portanto, não esperem que eu me cale).

Prepare-se, o filme "Precisamos falar sobre o Kevin" é aterrorizante, a única coisa amena é a bela música "Everyday" dos anos 50, de Buddy Holly, que também já fez parte da trilha sonora do belo filme "Conta comigo" (leia sobre esse filme, aqui no blog, em maio de 2010)
 
 







sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Virgindade, machismo e a marcha das vadias.

Holy crap!! Que raio de notícia é essa??!! Com a profusão de “hoax” que rola na web, custei a acreditar que a notícia fosse verídica: ”Jovem catarinense de 21 anos leiloa sua virgindade na internet”.

No submundo, no universo da prostituição e das drogas, sabemos que rola de tudo em matéria de taras e transgressões sexuais em troca do vil metal, mas quando uma notícia dessa vem de famílias de classe média aparentemente de padrão socioeconômico e cultural razoável é de cair o queixo (e o meu queixo literalmente caiu quando vi que a notícia não parava por ali, também um rapaz de 23 anos, de nacionalidade russa e que se declara heterossexual, também leiloa sua virgindade  que eu saiba, na prática, não se pode provar isso num homem  e até o momento, os “pretendentes a desvirginá-lo” são, em sua maioria, pasmem, do sexo masculino).

Primeiro incrédula, depois no mínimo, abismada e chocada, essa foi a minha reação. Um verdadeiro contra censo. De um lado a sociedade se mobiliza contra o machismo na “marcha das vadias”, e do outro lado jovens leiloando sua virgindade, validando o domínio machista sobre o corpo da mulher??!! Que mundo é esse? Parem o planeta, eu quero descer!!!!

A chamada “marcha das vadias” é um movimento recente que surgiu da indignação de mulheres canadenses após uma série de abusos sexuais e estupros ocorridos na Universidade de Toronto em 2011. O protesto aconteceu por conta da declaração de um policial que ousou dizer que as mulheres canadenses deveriam evitar se vestir como “sluts” (vadias) porque, segundo o tal policial, “devido às suas vestimentas, elas praticamente pediam para serem estupradas”.

Indignadas, as canadenses tomaram as ruas de Toronto, protestando contra o machismo que cisma em querer impor um comportamento das mulheres na sociedade. E o movimento, que ganhou o nome de "slut walk", rapidamente se “alastrou” por todo o planeta (vídeo no final do texto), inclusive no Brasil. 

Ao macho perdoa-se tudo, as traições (homem que trai é "garanhão", mulher que trai é "vadia"), os assédios, as violências domésticas, e agora querem livrá-los também dos estupros, culpando a roupa da vítima??!! E não contentes, quando não submissas ao domínio machista, somos todas, sem exceção, rotuladas de "vadias"??!! No Brasil, o movimento deveria ter começado muito antes por aqui, na época da “célebre” frase do machista e político mau caráter Paulo Maluf, quando disse, nos idos dos anos 90, sobre violência sexual seguida de assassinato de mulheres: ”Tá com vontade sexual? Tá bom, estupra, mas não mata”.
A marcha das "vadias" no Brasil

     O corpo da mulher mais uma vez como o centro das atenções em direções contrárias e contraditórias. Tanto no movimento das "sluts" como na atitude da jovem catarinense, a mulher defende-se, fazendo jus ao seu corpo para usá-lo ao seu bel prazer, mas é um contra censo e um total retrocesso o leilão da tal virgem – o corpo em situações opostas  ambos os movimentos pregam o uso do corpo ao bel prazer do seu dono, mas no caso da virgem de 21 anos, o corpo da mulher passa a mercadoria de luxo ao bel prazer, na verdade, do macho que não o toma pela violência mas por um punhado de trocados, enfim dá no mesmo, o machismo ganha mais uma vez. Não há envolvimento afetivo, é "um negócio", como diz a jovem "virgem", mas para mim é, nada mais nada menos que, um "estupro consentido".

É o corpo da mulher como mercadoria, usado como poder de barganha. É um direito de a mulher usar o corpo como melhor lhe convém, mas valorizar a virgindade como uma relíquia nos dias de hoje é um retrocesso, é incentivar o machismo e o domínio que os homens querem ter sobre o corpo da mulher, o que me fez lembrar o filme “Menina bonita” ("Pretty baby”) dos anos 70, que lançou a então pré adolescente Brooke Shields, de apenas 12 anos de idade, na "calçada da fama", no papel da filha de uma prostituta cuja virgindade é leiloada no bordel onde a mãe trabalha.

Mas o filme “Pretty baby”, dirigido por Louis Malle (no elenco estão também Susan Sarandon e Keith Carradine), se passa bem no início do século XX (trailer no final do texto), então era de se esperar esse “culto à virgindade”, mas nos dias de hoje, em pleno século XXI, é no mínimo deprimente ouvir notícia decadente de uma brasileira leiloando sua virgindade como um troféu à exposição.

A mãe da virgem catarinense parece que quer demovê-la da ideia, na verdade o que a mãe precisa é levá-la a um psiquiatra, pois deve ter algum parafuso solto ali, já que a dita cuja diz que "é romântica" e que é apenas “um negócio”, e que com o dinheiro vai comprar “casas populares para carentes”  (hipocrisia ou "parafuso a menos"??) 

Imagina se a tal brasileira cair nas mãos de um velho decrépito como os pretendentes do leilão da "menina bonita" do filme? As chances são grandes já que só alguém com certa idade e sem grandes dotes físicos é que terá disposição para desembolsar grana numa "aventura" desta (nos dias de hoje, virgem aos 21 anos... será?? e o hímen complacente?? otário é quem compra essa)

Talvez a virgem catarinense descubra tarde demais que “tem coisas na vida que não tem preço”, e com certeza perder a virgindade com um desconhecido, e quem sabe um decrépito desconhecido, certamente não é uma delas. Como já disse, para mim, me soa como um estupro consentido (e mal pago, diga-se de passagem, qualquer que seja o valor do vil metal). Ou então, trata-se de mais uma esperta e hipócrita ("romântica"?? "altruísta"?? me conta outra que essa é velha) que quer apenas garantir seu "milissegundo de fama" (o "visionário" Andy Warhol só se equivocou no tempo da fama, quinze minutos é muito para gente calhorda), o que é bem provável, e em breve veremos a futura "ex-virgem" capa da Playboy em troca de mais alguma "merreca".

O filme “Proposta indecente” ("Indecent proposal") do cineasta britânico Adrian Lyne, também aborda a compra de sexo (e de pessoas e não necessariamente de sentimentos) por um punhado de dólares. O charmoso “magnata” Robert Redford negocia, com o então marido da personagem de Demi Moore, uma noite de sexo com a bela esposa do coitado, em troca de milhões de dólares que parece ser a redenção do casal em crise financeira, mas... 

E os sentimentos, onde é que fica nessa história? A pergunta cabe no filme, e a trama rola em torno dessa polêmica (ao som da voz sensual da famosa cantora de beleza exótica, nascida nigeriana e radicada na Inglaterra, de nome Sade Adu, com a bela melodia “No ordinary love” - veja no final do texto), mas a pergunta também cabe na história da jovem brasileira que se diz “romântica” (??) mas leiloa sua primeira vez com qualquer um (quem sabe até um decrépito), em troca do vil metal. De novo, pára o planeta que eu quero descer.









sábado, 6 de outubro de 2012

Filosofando no cinema: muito mais que "cinquenta tons de cinza"

“Nosce te ipsum” (“Conhece-te a ti mesmo”). A famosa frase é atribuída ao “Oráculo de Delfos” na antiga Grécia, e é a pedra angular da filosofia de Sócrates que, segundo relatos de seu discípulo Platão, o filósofo teria respondido ao oráculo com outra célebre frase: ”só sei que nada sei”.

A vida tem muito mais que cinquenta tons de cinza. Mas o que tem a ver filosofia com os “cinquenta tons de cinza”? Na verdade, nada... ou tudo, pelo menos para mim. Já me explico.

O badalado livro em questão, “Cinquenta tons de cinza”, não li, pois não me convenceu o tipo de leitura, ainda mais mal escrita (li críticas de fontes literárias confiáveis e foi o suficiente para desistir do mesmo), nunca gostei de melosidades exageradas do estilo “Titanic” (do megalomaníaco James Cameron) e muito menos baboseiras e leituras rasteiras do estilo “Sabrina” (nem mesmo na minha adolescência).  

Não me apetece esse tipo de leitura, ainda mais sobre um “príncipe encantado com ares de Marquês de Sade”. É tudo o que uma mulher não precisa nos dias de hoje. Tantas foram as batalhas, por tantas décadas, e ainda tão poucas as conquistas, e ainda vamos nos deixar subjugar por um reles espécime do gênero masculino? É, no mínimo, um retrocesso, pois já devíamos ter aprendido que “esse príncipe vai virar um chato e acabar dando no saco” (“Malandragem“ de Cazuza e Frejat).



Ao invés do “porno-erótico tom de cinza”, prefiro leituras como as do livro do francês Ollivier Pourriol, “Filosofando no cinema, que aborda filmes cujos temas são desejo e erotismo no telão. Esse professor de filosofia, que usa o cinema como ponte para suas aulas e palestras filosóficas, escreveu também “Cinefilô, as mais belas questões da filosofia no cinema”, abordando de René Descartes a Spinoza sobre as mais diversas questões filosóficas. 

Filosofia, literalmente falando, significa “amor à sabedoria”. A filosofia busca estudar os problemas relacionados à existência e ao conhecimento, e "conhecimento é poder", dizia o filósofo inglês Francis Bacon. Os filósofos sempre buscaram respostas para perguntas tais como quem somos, qual o sentido da vida, e sobre a existência (ou não) de um ser superior, acima do bem e do mal, regendo nossas vidas.

“Cogito ergo sum” (“Penso logo existo”). Descartes nos convida a descartar  (usando um trocadilho com o nome do filósofo) o que ele chamava de “convenção da vida real” para colocar em dúvida a existência do mundo e até de si mesmo.

As pessoas infelizmente (e isso vale também para os homens) ainda apostam a sua própria felicidade no outro, vivemos sempre na dependência do outro nos fazer felizes. E o romantismo de séculos atrás foi cruel com as mulheres, ao criar o mito do príncipe encantado e seu eterno cavalo branco, e as mulheres continuam transcorrendo décadas após décadas atrás dessa fantasia.  Mas a filosofia tenta nos mostrar que o caminho da felicidade está, na verdade, dentro de nós mesmos, e não na dependência de outrem.

O cinema mostra em cores (e não só em cinzas) como tendemos a apostar a nossa felicidade no outro, como em “Depois de horas”, de Martin Scorsese (veja no final do texto), ou então apostando a felicidade no consumo desenfreado, como o insone e patético personagem de Edward Norton em “Clube da luta” (do diretor David Fincher - veja no final do texto) que coloca sua vida nas mãos do seu alter ego Brad Pitt, assim como a protagonista virgem aposta toda sua felicidade no personagem charmoso, mas perverso, de nome Gray, de “Cinquenta tons de cinza”.

Felicidade. Escolhas. A filosofia nos mostra o caminho do livre arbítrio. Descartes convida-nos a fazer escolhas e que, qualquer que seja ela (a escolha) é sempre boa, nunca uma má escolha, pois nos faz tomar um destino para a nossa vida, e mais importante, nos ensina a perseverar naquela escolha. Para Descartes o pior dos males é a indecisão. Ele dizia que mais que saber escolher, é preciso inclusive inventar escolhas.

O cinema pode nos abrir perspectivas, pensamentos e reflexões (claro que eu estou falando de filmes de qualidade) e ele (o cinema) o faz muitas vezes nos divertindo (mas nem sempre, às vezes nos deixa "deprê", mas faz parte) e dirigindo-se sempre à nossa imaginação, podendo ter um efeito mais imediato, mais direto, e mais duradouro até que a ficção escrita. Pena que muitos só buscam o cinema como diversão e perdem a chance de refletir sobre temas instigantes e intrigantes contidos em muitos desses filmes, sem contar a "aula" de arte e cultura em muitas películas de qualidade.

Assim, o cinema é filosofia pura (e é democrático, pois é praticamente acessível a todas as classes sócio-econômicas), tanto na pele do abobado Tom Hanks em “Forrest Gump” que, apesar do entendimento finito do personagem, usa da sua vontade infinita para alçar seus objetivos, como também no personagem glutão e monstruosamente obeso, do filme “O sentido da vida” do impagável grupo “Monty Phyton” (veja no final do texto) que, por não saber escolher, pede todas as iguarias do restaurante até literalmente explodir.

E para quem não sabe nada de filosofia e quiser se iniciar nesse universo e nessas questões existenciais, nada melhor que “O mundo de Sofia”. O livro norueguês foi lançado na década de 90, mas só traduzida anos depois para o português. Uma aula romanceada de filosofia, muito bem bolada, que consegue agradar adultos e adolescentes interessados em algo mais que "príncipes encantados com contrato assinado de pseudo-liberdade".  

Como a personagem Sofia do romance norueguês de Jostein Gaarder sobre a história da filosofia, eu era uma adolescente inquieta (mas não no sentido de angústia e sim, como diria o filósofo Locke, eu tinha um espírito inquietante e questionador), e questões filosóficas como “quem sou eu” e “o que faço nesse mundo” sempre povoaram minha mente de menina (e livros como “Sabrina” ou “Júlia” não respondiam às minhas perguntas).  

A história romanceada da filosofia contida no livro “O mundo de Sofia” foi parar no cinema (na verdade uma série televisiva norueguesa que chegou há pouco tempo no Brasil em DVD), a obra cinematografada nos leva "ao vivo", junto com a jovem Sofia, à Grécia antiga e passeia pelos corredores do Parthenon junto com os filósofos da Antiguidade (veja no final do texto), encontra a peste negra na Idade Média até chegar aos dias de hoje, complementando visualmente a obra escrita, ou seja, vale a pena ler o livro, e assistir ao filme, para descobrir que a vida tem muito mais que cinquenta tons de cinza".

Atualmente estou lendo Os infinitos de John Banville* e na cabeceira da minha cama já está me aguardando o autor britãnico Ian McEwan* com Serena. Portanto não dá prá perder tempo com qualquer tom de cinza. Mas se alguém está mesmo interessado em livros eróticos, recomendo os autores norte-americanos Phillip Roth e Paul Auster (ou então o próprio Marquês de Sade) que têm textos com temas “calientes”, com certeza muito melhor escritos que “Cinquenta tons de cinza”.

* Detalhes sobre esses autores, aqui no blog, nos links abaixo.
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2011/11/literatura-de-ian-macabro-no-cinema.html
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2009/12/o-fascinio-de-o-mar-de-john-banville.html













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