Imagem

Imagem

Select Language

sábado, 14 de abril de 2012

Como??? Você não tem Instagram???!!!

Tudo começa quando você se sente “um estranho no ninho” (Milos Forman que me perdoe a infeliz comparação), ao ser interpelado por alguém que, “incrédulo”, te faz a pergunta fatídica – “Como? Você não tem Facebook ??!!” – e prá não mais ser rotulado como um legítimo “ET perdido no planeta virtual”, para enfim poder ser considerado um sujeito “antenado” com o mundo cibernético, você se rende, e abre uma conta na tal rede social, sem nem imaginar a furada que está se metendo.

E não contentes, agora a novidade é: "Instagram". “Como, você não tem Instagram???” (os que se acham “elite”, já estão reclamando da “Orkutização” do aplicativo, antes exclusivo para “Apple-maníacos”, mas agora também liberado para o Android, o sistema operacional do Google). Um monte de artistas globais, que vivem reclamando de falta de privacidade, fugindo de “paparazzi”, no entanto postam fotos e mais fotos com seus familiares no tal "Instagram", expondo-se para milhares de pessoas ao mesmo tempo. Haja incoerência (ou tudo não passa de “puro teatro”)!!!

Para ficar por dentro do "Instagram" (aplicativo que permite aos seus usuários compartilharem fotos, assim como a aplicação de uma variedade de filtros e efeitos especiais), assista abaixo o vídeo "Instagram me baby", da dupla de comediantes canadenses "The Ryan and Amy Show" parodiando essa mais nova chatice cibernética de sair fotografando e postando tudo que se vê pela frente.

E foi assim que eu me vi praticamente “forçada” a entrar nesse mundo das redes sociais (até então tinha conseguido ficar a léguas do “fenômeno brega Orkut”). E, cinéfila que sou, depois do lançamento do filme “A rede social”, eu tinha que (tentar) ficar a par desse mais novo fenômeno virtual, pois não poderia sequer discutir sobre a qualidade da película, sem conhecer, a fundo, como funciona o universo virtual dessas moderníssimas relações inter-pessoais.

E literalmente “caí na rede”, mais precisamente no "Face"(abreviado, para parecer que se é “cool”) e logo comecei a receber “pedidos de amizade”, que começaram devagar, mas de repente me vi diante de uma enxurrada de pedidos de amigos “saindo pelo ladrão”. Ao chegar aos trinta (trinta amigos??!! quem é que pode “dar conta” de mais de trinta amigos???), dei um basta, e até hoje a fila aumenta a cada dia (já nem quero olhar mais, antes eu até olhava, agora tenho pavor de checar a lista de “pedidos de amizade”, pois fico “angustiada”, e acabo liberando uma ou outra “amizade”, com medo de me acharem "esnobe").
Não tenho nada contra “amigos”, mas me dá um desânimo e bate uma preguiça, pois detesto ficar “conversando com um teclado”, minha mente é muito mais rápida que minha mão (e olha que eu sou boa no teclado, sou do tempo da “Olivetti” em que se aprendia “asdfg çlkjh”, com todos os dedos), a conversa via teclado não flui comigo, me dá um tédio medonho.

E tenho a preocupação de não aceitar qualquer um como “amigo”, pois com que cara eu vou excluir aquela “amizade” se, por acaso, ela se revelar um porre, que a toda hora quer bater papo sobre futilidades, quer mandar “post” prá você “curtir”, etc. E é preciso pensar bem antes de se excluir alguém nessas redes sociais, pois quando se é excluído de uma “amizade on line”, a coisa pode tomar uma proporção gigantesca, pois a exclusão ali é pública, o que na vida real seria discreta, poucos ficariam sabendo, na rede é de domínio público, e se alguém tem coragem de expor isso (eu jamais teria coragem de fazer isso, só se o fulano virasse meu “inimigo público nº1”) é porque fez questão de “tornar a coisa pública”, e aí fica mais difícil uma reconciliação futura.

E aí comecei a navegar naquele mundo virtual – e achei de cara um saco – mas como??? Como posso não gostar, se tanta gente curte “de montão”??? “Não, devo estar fazendo algo errado, deve ter vida inteligente nesse planeta virtual”, pensei com meus botões.

E fui então pedir ajuda “aos universitários”, e para minha decepção era só aquilo mesmo, um monte de gente abarrotada de “amigos” (pasmem, tem gente com mais de quinhentos amigos, pode??!!), postando ao mesmo tempo um monte de fotos, a maioria posando para os seus próprios celulares (o que me dá a triste sensação de um misto de narcisismo e/ou solidão).

Fotos “a rodo”, sem edição nenhuma, tal a facilidade de se tirar fotos hoje em dia – antigamente selecionávamos as melhores para revelar nas lojas especializadas e tínhamos, por conta disso, preocupação em só gravar ou fotografar os melhores momentos das férias, os melhores lugares, os melhores ângulos.

É uma enxurrada de fotos sem eira nem beira, em qualquer lugar, a qualquer hora, no meio do nada (até fotos de artistas famosos a gente enjoa, imagina de desconhecidos... que interesse eu posso ter para perder meu precioso tempo vendo centenas de fotos de "conhecidos de amigos que nem são tão amigos assim"???).

E os comentários das fotos? Tem aquelas fotos em que o indivíduo tem uma cara de “Deus me livre”, o(a) fulano(a) ou o casal na foto parece “o cão chupando manga”, e os comentários surreais: “que casal lindo”!!! Como é que é??!! Vá lá, coloca “que casal legal”, sei lá, “que casal..."sei lá, coloca qualquer coisa,... mas lindo???!!!! "Santa falsidade, Batman!!!"

Gente dando bom dia pela rede??!! Custei a crer!!! O sujeito acorda, e antes de ir pro batente, dá uma “passadinha no Face”, para dar bom dia para mais de 100 amigos????!!!!. E tem os que param para avisar que “estão no banho”, “estão jantando”. Baita interessante, não??!!
E tem aquele fulano que você não vê há anos, que “te achou na rede”, e lembrou que “estudaram juntos no colegial”, tornam-se amigos pelo “Face”, e lá vem aquele velho papo insosso: “Oi, fulano! Há quanto tempo!!! Tudo bem?” Responder o que??? Socorro!!! (no mundo real, você veria o fulano na rua, nem mesmo atravessaria a rua, provavelmente acenaria com a mão do outro lado da rua mesmo, e cada um seguiria satisfeito o seu caminho). Só a interatividade “olho no olho” é que faz com que uma amizade dessa natureza vá em frente, isso é praticamente impossível virtualmente. Vai por mim, deixe o passado no fundo da memória, não  tente recuperar o que ficou para trás (esses reencontros do passado, cinéfila que sou, me fazem lembrar a decepcionante "continuação" do belo filme "Cinema Paradiso" - leia sobre essa relíquia do cinema, aqui no blog, na "lista de filmes").

E tem aquela amiga do "Face" que adiciona a pseudo-amiga (eu sei de um monte de gente que faz isso) só para poder bisbilhotar a vida da fulana (vai entender, haja gente calhorda nesse mundo). Ou então é o(a) ex-namorado(a), só para poder continuar a controlar a vida da(o) infeliz. É de conhecimento geral que “todo mundo do Orkut é carente”, “todo mundo do Facebook é feliz”  e “no Twitter todos são revoltadinhos”. No Facebook, os namorados estão sempre apaixonados (mesmo que, na semana seguinte, farpas e mais farpas sejam disparadas – fora da rede, é óbvio – e o “feliz” namoro já era).  

Não é de admirar que a rede Facebook tenha sido criada por um sujeito totalmente anti-social (leia sobre o filme "A rede social", aqui no blog, na "lista de filmes") que se escondia atrás de um teclado, e inclusive a idéia do famoso site surgiu apenas com o intuito de revidar o chute no traseiro que levou de uma ex-namorada e, vingativo, resolve difamar a fulana, compartilhando fotos comprometedoras da tal no site. Coisa boa não podia sair disso. Bem típico do que mais rola nessas redes sociais. É o protótipo dessas redes sociais: bisbilhotar a vida alheia, debochar das fotos dos “amigos”, e expor uma “felicidade” virtual, que em geral passa longe do real.

Mas juro que não desisti logo de cara, alguns colocam uns pôsteres que poderiam até ser interessantes, não fossem as centenas de comentários esdrúxulos referentes aos ditos cujos.  Por exemplo, alguém há pouco tempo postou (e um monte de gente “curtiu”) uma foto de uma menina com anorexia nervosa (“em pele e osso”), que via a própria imagem refletida no espelho (mas, ao contrário, se enxergava obesa). A imagem era chocante, e a mensagem mais que óbvia, mas me prestei a ler (não havia nada melhor prá fazer por ali) a “chuva” de comentários de desconhecidos referentes à mesma.

E, a cada comentário, eu custava a crer no que estava a ler: além de uma enxurrada de erros crassos de português (esses eu nem perdi tempo em tentar entender o que o fulano tentava dizer, não dá para dar credibilidade a quem não sabe nem escrever), um monte de comentários surreais, que iam desde “zoações”, debochando da magreza extrema da pobre infeliz (rir da desgraça alheia não tem graça nenhuma) a comentários de alguns que, pasmem, não conseguiram captar o significado da mensagem contida na imagem da menina refletida no espelho, e pior, os “que se achavam entendidos” deixavam mais confusos ainda os tais “debilóides”, tal a explicação mais esdrúxula ainda. “Santa ignorância, Batman!!!”

Quem se contenta e está feliz em se conectar dessa forma, tudo bem. Quer compartilhar suas fotos com meio mundo, problema “sexual” seu. Há gosto para tudo, “gosto é gosto, não se discute” (mas mau gosto, esse sim, se lamenta). O problema é que, como não aceitam que se critique o meio de comunicação deles, não deveriam também nos fazer parecer que somos alienados, só por sermos avessos a essas chatices.

O porre é que praticamente nos obrigam a ter “Face”, como se não fôssemos desse planeta, e as poucas vezes que entro nessa deprimente rede social (“vira e mexe”, infelizmente, alguém me manda uma mensagem por lá), saio de lá, em minutos, embasbacada com tanta inutilidade, tanta falsidade, tanta futilidade e tamanha burrice explícita e exposta para milhares de pessoas.

Para se encontrar uma única coisa interessante por lá, é preciso antes “passar a vista” em centenas de tantas outras coisas irrelevantes, papos insossos, fúteis, totalmente estéreis, sem pé nem cabeça, que até pode interessar a quem postou e aos seus mais chegados, mas para mim, é de uma perda de tempo sem tamanho. Prefiro que me mandem recados, posts e fotos via e-mail, que só eu tenho acesso e só diz respeito a mim, e sou eu que julgo se quero ou não abrir aquela mensagem, sem precisar me deparar com um monte de mensagens inócuas, sem razão de ser.

Quanto ao aplicativo Instagram: “Não, não tenho Instagram”, respondo algo impaciente, quando interrogada sobre mais essa chatice de compartilhamento de fotos, mas na verdade, a minha vontade é dizer: “não, não tenho, não quero ter e tenho raiva de quem tem”. Cansei!!!

Depois de tudo isso, eu continuo com minha conta no “Face”, mas acrescentei, nas “fotos do meu perfil”, o Snoopy, do telhado de sua casa, pensando alto: “What am I doing here? What’s the purpose of it all?” e sem resposta à pergunta do enigmático cãozinho, quase nunca apareço por lá (só quando insistem em me mandar algum recado que eu ache relevante). Cansei de tanta chatice.

Para complementar a leitura, não deixe de ler "Tamagoshi" (link abaixo), texto da Fernanda Torres, sobre o Twitter, que anexei aqui no blog, em "Temas diversos". E assista abaixo, vídeo sobre os erros crassos de português que rola nessas redes sociais.
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2011/02/tamagoshi-de-fernanda-torres.html

Em tempo: para a "felicidade" dos que amam o "Face", o todo-poderoso chefão e manda-chuva Mark Zuckerberg acaba de adquirir o aplicativo "Instagram" pela bagatela de 1 bilhão de dólares.















Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...