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domingo, 25 de maio de 2014

Sensibilidade e romantismo X calhordices e breguices

Um tempo atrás, escrevi um texto, tentando entender porque caras babacas (leia-se: conquistadores baratos, infiéis e sensibilidade zero) exercem tanta influência sobre os demais espécimes masculinos, a ponto de transformar caras dantes legais (leia-se: cordiais, respeitadores, fiéis e sensíveis) em também futuros e legítimos calhordas.

E por que, em geral, o contrário quase nunca acontece? Ou seja, raramente observamos um cara gente boa, fiel e sensível influenciar nesta direção (respeito, fidelidade e sensibilidade) um babaca calhorda, falso galanteador com segundas intenções e descaradamente infiel.

Assim, na época, me empenhei num fictício projeto de tese de pós-doutorado em Ciências Machistas”, convocando (de modo fictício, é claro) voluntários entre conhecidos (quem de nós não conhece um monte destes tipinhos?), para compor o grupo controle (os babacas “propriamente ditos”, os típicos metidos a fodões) e o grupo experimental (os “novos” babacas), para compor o tal “banco de dados”.

Denominei (obviamente em tom de deboche) a fictícia tese com o título “Existe correlação entre a idade cronológica do macho e o grau de babaquice?” porque, na época, eu tinha a ligeira impressão de que, com a chegada dos quarenta/cinquenta anos, os homens sofriam certo “saudosismo da adolescência perdida” e um possível “medo de perderem a virilidade” e passavam a “correr contra o tempo”.

Daí, muitos deles começavam a valorizar aqueles antigos amigos, os eternos babacas, escrotos, falsos galanteadores e descaradamente infiéis, como o exemplo perfeito do “bom vivant”, e passavam a achar que somente os tais é que realmente sabiam o verdadeiro significado da expressão em latim “carpe diem”.

E havia, na época, a nítida impressão da necessidade do homem de não mostrar-se sensível (mesmo se assim o fosse), pois poderia parecer que ele era um fraco, um “looser”, ou até mesmo “gay”; mas também havia, na época, os que ainda tinham coragem de não cair nesta furada e não se deixavam ser influenciados pelos tais eternos babacas.

Pois é possível sim, ser muito homem e muito macho sem deixar de ser sensível. Um belo exemplo disso é o comercial (abaixo) do refrigerante “Sprite”, que mostra lindamente a relação sensível entre um pai e sua pequena filha – imagina se o tal pai (do comercial) deixasse de se sensibilizar e brincar com a filha, por medo de ser tachado de “gay” pelos demais? A expressão final do pai (típica de quem ligou o foda-se” para o que podem ter pensado dele, ao vê-lo vestido afeminado) diz o quanto ele pouco se importa com a opinião dos demais da sua espécie.
Mas nem sempre é assim que acontece; muitos homens se fingem de durões, incapazes de expressar sentimentos, com medo de serem rotulados de bobalhões, de otários, de nerds ou mesmo de gays, ou seja, o típico exemplo de que homem não choraMas Frejat, na música “Homem não choraapesar de tentar disfarçar, joga abaixo este conceito arcaico e ridículo. Ah... pobres homens... se eles soubessem como as (verdadeiras) mulheres se derretem por um homem sensível...
E por que a minha insistência diante desses temas? Porque, com tristeza, tenho constatado que, nos dias atuais, não é só com o avançar da idade que o tal fenômeno acontece. Infelizmente, os jovens da novíssima geração estão indo pelo mesmo caminho. Parece que, nos dias de hoje, é “cool” admitir ser um excelentíssimo babaca, calhorda e infiel, vide as musiquinhas sertanejas “universitárias” repletas de historinhas vangloriando os tais.

Por isso me incomoda tanto essas musiquinhas que tocam nas atuais baladas moderninhas repletas de adolescentes e jovens adultos, porque suas letras menosprezam e vilipendiam o sexo feminino, falando de azarações sem nenhum sentimento, de traições desenfreadas e sem pudores, e que infelizmente fazem sucesso também entre as mulheres da novíssima geração.

Pausa para reflexão – claro que sempre existiu musiquinhas de baixo nível com essas temáticas, mas o problema é que atualmente só existe este tipo de lixo no mercado fonográfico. Não se produz praticamente quase nada de qualidade musical, e é óbvio que esse tipo de música reflete a juventude da atualidade, e pior, está influenciando as futuras gerações de jovens pré-adolescentes.

As nossas crianças, ainda na tenra idade (sem nem mesmo entender o significado das baixarias), já fazem as coreografias do lepo lepo do tal Psirico (o nome do grupo já diz a que veio), cantam “pira, pira, piradinha”, “vou fazer gostoso até o amanhecer”, “pode tirar a roupa, pode fazer gostoso, mas só não pode se apaixonar”, “tá solta, tá querendo”, “não tô valendo nada”, “vai todo mundo pirar, ficar nu e fazer zum zum”. 

E não tem mais nada para contrapor tamanha mediocridade, como existia num passado recente. É só lixo e mais lixo disfarçado de “música sertaneja” e, detalhe, os exemplos das letras acima são o que há de “melhor da música sertaneja universitária”, segundo vídeos no “youtube” (quem quiser conferir as baixarias, vá ao site, pois me recuso a postar vídeos de mau gosto no meu blog), agora imagina o pior!!! Que geração merda é essa que vem por aí??!! (e olha que eu nem citei as letras impublicáveis do batidão do funk).

O mercado fonográfico não dá espaço para quem quer realmente produzir música de qualidade. Tudo porque as tais “músicas sertanejas universitárias” rendem lucro, pois quem consome estes lixos são esses jovens que pregam que ser “cool” é ser babaca, escroto e infiel, e as letras dessas musiquinhas refletem exatamente a realidade desta novíssima geração, e isso infelizmente vale tanto para os homens como para as mulheres.

Ou seja, não é só entre os jovens machos da novíssima geração, que ocorre o tal fenômeno que menospreza a sensibilidade, a fidelidade, a cordialidade e o respeito entre ambos os sexos; o mesmo passou a dominar também entre as mulheres que, se antes sofriam com a traição dos homens, deveriam batalhar para serem respeitadas.

Atualmente, as mulheres da novíssima geração estão jogando com a mesma moeda, ou seja, partiram também para a traição e o desrespeito, desvalorizando o homem moralmente e até sexualmente (comparando inclusive, abertamente para quem quiser ouvir, a virilidade e a performance sexual entre os espécimes masculinos), como eles sempre fizeram com elas.

Ponto (negativo) para os homens e para as mulheres. Para os dois sexos porque “graças” aos homens infiéis (pois muitos deles o são, e influenciam os que não querem ser), as mulheres também se influenciaram negativamente por eles e, ao invés de inverterem a situação (ou seja, de convencermos os homens a nos respeitarem e não mais nos traírem), ao contrário, hoje as mulheres estão assumindo também esse mesmo papel de cafajeste, que dantes era comum apenas no sexo masculino e raro entre as mulheres.

E a televisão retrata isso quase como um avanço, como uma conquista da “emancipação” das mulheres, expondo nas novelas traições desenfreadas e mútuas entre ambos os sexos, como a “coisa mais natural do mundo”; e as letras das músicas sertanejas universitárias também são recheadas de histórias de traições, de homens cafajestes e mulheres atiradas, todos se vangloriando, em baladas regadas a muito álcool e calhordices.

Traição, bebedeiras em baladas, cafajestes e mulheres pistoleiras sempre existiram, mas não se cultuava esses espécimes, como acontece nos dias de hoje; não se cantava em prosa e verso” tais baixarias, e nem se almejava esses rótulos como troféus a serem expostos. As mulheres da minha geração (“geração coca-cola”) curtiam fidelidade e sensibilidade (e os homens sabiam disso), e isso sim expressava-se nas músicas de então (vide “Óculos” da banda “Paralamas do Sucesso”). Agora a baixaria rola solta nas tais musiquinhas.
E nós, mulheres adolescentes da época, ao contrário, cultuávamos e endeusávamos (e muitas de nós ainda o fazem, eu sou uma delas) os homens que não caíam nas armadilhas de mulheres atiradas e que resistiam aos apelos dos amigos babacas (que cismavam em zoar os que não se curvavam à traições) cuidando de não humilhar sua companheira também fiel.

Ah... homem fiel... era tudo o que uma mulher almejava... peça rara (por isso mesmo invejável e desejável ainda) nos dias de hoje. Ao contrário, homem infiel sempre foi mercadoria barata, tem de montão em cada esquina e a toda hora... e de graça. Homem infiel é igual a xepa, em geral ninguém quer (pelo menos, as verdadeiras mulheres).

Outro problema sério desta novíssima geração é que estão confundindo romantismo com ser nerd, ser boboca, e assim quando não ouvem as tais baixarias, na contramão, temos os que só ouvem cafonices extremas. 

As músicas extremamente bregas e pseudo-românticas destes cantores sertanejos, como os tais Gustavo Lima, Jorge e Mateus, Víctor e Léo e outras duplinhas sofríveis da atualidade, têm letras comuns demais, historinhas óbvias demais e rimas simplórias demais  “bom dia, meu bebê, eu quero você”, saudade de você, hoje não vivo sem você”, “me entreguei, chorei, chorei”, vejo minha fada e sua vara de condão tocando meu coração  putz, fala sério, chega a ser hilário, tal a forçação de barra” para parecer romântico e galanteador.

A gente ama de novo, a gente liga pro povo e fala que tá namorando, tô louco prá te ver, só quero amar você“eu sou o amor da sua vida, sou água doce prá você beber”, e por aí vai a pobreza linguística  são letras que qualquer caminhoneiro escreveria (não desmerecendo a categoria como profissão, é óbvio), e é preciso ter ouvido muito limitado musicalmente para suportar as melodias repetitivas (com pouquíssimos acordes e tão parecidos que nem dá prá perceber que mudou a música, a não ser pela letra, que por sua vez é tudo a mesma merda) e tolerar as vozes estridentes e sem ritmo destes pseudo-cantores (leia-se “cantores de banheiro). 

Em tempo: para citar as letrinhas chinfrins acima, fui obrigada a ouvir as tais e, sinceramente, meus sensíveis ouvidos chegaram a doer, e fui tomada por uma irritabilidade sem par (e olha que eu só escutei as melhores, segundo o youtube)Confesso ter ficado envergonhada, e o fiz escondida, com um fone de ouvido para não pegar mal (mas fazer o quê, para escrever sobre as tais pobrezas, fui obrigada a escutá-las), até porque tenho que fazer jus a minha fama de estilosa, fashion e cool” (apelidos que recebo por onde passo, inclusive de jovens antenados, justamente por eu ter bom gosto, inclusive musical)

E este tipo de melodia rudimentar demais, linguisticamente e musicalmente falando, só tem aceitação para ouvidos de adolescentes (sujeitos a paixonites e histerias pseudo-românticas, próprias da imaturidade) e/ou ouvidos de pessoas desprovidas de percepção refinada de apuro poético e musical. Mas não é preciso ser brega, e muito menos cafajeste e falso galanteador, para ser romântico e sensível. Uma melodia realmente romântica tem que ter poesia musicada (vídeos abaixo), com acordes harmoniosos (fundamental para ouvidos sensibilizados e refinados) e versos que, mesmo quando dizem o óbvio e o comum, ainda assim o fazem de maneira tão poética que enriquece (e muito) a sensação de arrebatamento pleno do mais puro ou extasiante romantismo.

São letras e acordes refinados, mesmo nos casos mais comuns de amores pueris (como em Velha infância de Marisa Monte e os Tribalistas), de sensualidade à flor da pele (Te devoro”, de Djavan), de traições (“Mentiras”, de Adriana Calcanhoto), de abandono (Boa sorte de Vanessa da Mata, uma das poucas novidades, realmente não brega, do cenário musical atual), do fim de paixões desenfreadas (“Codinome beija-flor” do Cazuza), de separações dolorosas (como as belas letras de “Eu te amo” e Anos dourados” de Tom Jobim e Chico Buarque) ou de solidão (“Lanterna dos afogados” de Herbert Viana). 

Precisamos resgatar a verdadeira e boa música romântica brasileira (desde a poesia ingênua de Adoniram Barbosa, Noel Rosa e Lupicínio Rodrigues à poesia rebelde de Renato Russo e Cássia Eller, passando pela legítima poesia romântica dos nossos Tom Jobim, Vinícius e demais da eterna bossa nova) e incentivar novos talentos da verdadeira MPB (como Vanessa da Mata) e não esses atuais lixos sertanejos” (que de sertão nada têm) disfarçados de música romântica. 

E, como não podia deixar de ser, fica a dica do filme francês, Ils se marièrent et eurent beaucoup d'enfantscom a aclamada atriz francesa Charlotte Gainsbourg, na história de três amigos, dois casados e um solteiro (este até então convicto) que passam a invejar a vida um do outro. O filme francês mostra (sem, no entanto, julgar ou subjugar) um retrato mordaz e sarcástico da hipocrisia de muitos casamentos supostamente felizes” duradouros, com uma ótima trilha sonora (especialmente, músicas da banda Radiohead). 

No Brasil a película recebeu o título “E viveram felizes para sempre”, e conta ainda com a participação especial do ator americano Johnny Depp (que fala francês fluentemente), que é a surpresa inusitada do filme; imagina a reação de uma mulher casada, traída e carente, ao se deparar com o olhar 43 deste belo e charmoso desconhecido numa loja de DVDs, ao som de Creep” (assista abaixo).




















domingo, 11 de maio de 2014

O cérebro reptílico do homem-de-neandertal das músicas da atualidade

concepção científica da neurofisiologia moderna divide o nosso cérebro em três partes: o cérebro central reptílico (o nosso lado primitivo), o cérebro direito (o nosso lado sensitivo) e o cérebro esquerdo (o nosso lado analítico).
O cérebro reptílico ganhou este nome por estar associado à primitividade, ou seja, é a parte do nosso cérebro semelhante à dos répteis e outros animais menos favorecidos de sentimentos e discernimento. 

O cérebro reptílico está localizado na parte central do nosso encéfalo e está associado às nossas mais rudimentares necessidades como instinto de sobrevivência, acasalamento e preservação da espécie, e é predominante ao nascimento, daí o bebê humano se identificar com sons, toques e ritmos repetitivos, quase tribais, incentivados pelas mães que então se comunicam com os seus rebentos por onomatopeias.

Com o crescimento e a evolução do homo sapiens, passamos a depender menos desta parte do cérebro (pelo menos, até o século passado, assim acontecia) e quanto mais educados e civilizados mais deixamos de lado o cérebro primitivo e passamos a priorizar os outros dois cérebros, que envolvem sensibilidade e sentimentos (cérebro direito) e poder analítico e contestador (cérebro esquerdo).

Sigmund Freud denominou os três processos cerebrais em id, ego e superego. O “id” corresponderia ao lado reptílico, seria o inconsciente coletivo, a natureza humana; o ego seria o nosso lado direito, as aspirações pessoais, os sentimentos; e o superego seria a formação educacional e cultural do nosso lado esquerdo, que é analítico e censor. Piaget, na Psicologia da Aprendizagem, chamou os três processos de: pensamento concreto ou reptílico (do cérebro central), pensamento imaginário ou sonhador criativo (do cérebro direito) e o pensamento lógico abstrato (do cérebro esquerdo).

Diz o provérbio que “gosto não se discute”. Sim, concordo mas em parte, pois eu acrescentaria um adendo ao provérbio que, a meu ver, ficaria melhor assim: “bom gosto não se discute, mas mau gosto, este sim, se discute e se lamenta”. Discute-se sim o mau gosto porque passamos a usar o cérebro esquerdo analítico e contestador, e lamenta-se porque o nosso cérebro direito sensitivo não é capaz de tolerar mau gosto extremo (só quem o suporta é o cérebro primitivo).

O gosto pela música, por exemplo. Não se discute o bom gosto musical, entre preferências como a música clássica, a bossa nova, a boa MPB, o jazz, o blues, o rock, o tango, o reggaeNão há cérebro direito sensítivo que não se delicie com a cena dos majestosos passos de dança do personagem cego de Al Pacino no filme “Perfume de mulher” (abaixo) ao som do belo tango “Por una cabeza”, do argentino Carlos Gardel. 

Quanto à boa melodia folclórica e a do sertão (que enaltecem os valores, os sentimentos e sofrimentos do homem do campo), estas não deveriam jamais ser confundidas com a pobreza sonora e linguística das, assim chamadas pela mídia fonográfica, “duplas sertanejas” e sertanejas universitárias” da atualidade, pois o sertão nada tem a ver com guitarra e muito menos com universidade e letras pseudo românticas ou de baixaria explícita.

É preciso discutir sim o quão lamentável é o mau gosto musical desta novíssima geração do século XXI, pois trata-se de esperteza midiática da indústria fonográfica para vender lixo para uma juventude imbecilizada que sofre de inanição cultural. Claro que, de vez em quando, surge uma ou outra novidade que se salva da pobreza musical da nossa atualidade brasileira, como é o caso por exemplo da Vanessa da Mata (abaixo, com o cantor americano Ben Harper), mas no geral é puro trash”.

Muitos dos expoentes da boa música, tais como Bob Marley, Bob Dylan, Eddie Vedder (do Pearl Jam), Raul Seixas e outros, usaram suas melodias para mostrar seus cérebros evoluídos (o direito sensitivo e o esquerdo analítico contrapondo ao cérebro primitivo reptílico) denunciando as atrocidades do mundo sin perder la ternura jamás” (muitos “sem noção” criticam estes gênios por se drogarem, mas não é fácil manter a sensibilidade e ficar limpo e sóbrio neste mundo cada vez mais primitivo e insensato).

Abaixo, uma mistura internacional de muito bom gosto, os nossos eternos “Titãs” com o músico argentino Fito Paez cantando “Go back” na versão hispânica e emendando com Stir it up”, do Bob Marley.
Dizem as más línguas que “ser romântico é ser brega”. Será que para ser romântico tem que necessariamente ser brega, a ponto de ter que ouvir, por exemplo, as tais duplinhas sertanejas sofríveis da atualidade (que proliferam qual praga incontrolável)? Os caras não cantam, só berram, em geral têm uma voz esganiçada, e as letrinhas pseudo-românticas são de amargar, com rimas chinfrins demais, primitivas e rudimentares em demasia.

E para ser jovem nos dias de hoje necessariamente tem-se que ser um descerebrado? Pois apenas cérebros reptílicos podem gostar de ouvir “músicas” monossilábicas, repletas de onomatopéias do tipo “eu quero tchú tchú tchá tchãn”, e vai rolar o tchê tchererê tchê tchê”, “eu sei fazer o lê lê lê lê”, ela gosta do meu rá rá rá rá, do lepo lepo”, e por aí vai a pobreza linguística. Aff... mais primitivo que isso, impossível.

E para ser “cool” é preciso ouvir música sertaneja “universitária”? Os tais “cantores universitários” têm vozes estridentes, cantam musiquinhas com letras chinfrins (quase sempre conta histórias de algum imbecil que está numa balada, contando vantagens) repletas de gente bêbada, de traição escancarada, de desrespeito ao sexo feminino e estímulos a azaração despudorada e sexo sem compromisso.

A baixíssima qualidade da música produzida, na década atual, associa a idéia de que para ser jovem é preciso ser, antes de tudo, um imbecil, e estimula o modelo atual de uma juventude irresponsável, mediocrizada e de baixíssimo nível cultural. Tanto que a década está sendo considerada “a era da imbecilidade monossilábica” tal a hecatombe cerebral que assola a atual juventude brasileira. Nesta hora é bom não ser mais tão jovem (graças a Deus, sou da contestadora geração coca-cola), pois eu teria vergonha de pertencer a uma juventude tão mal afamada e infantilizada.
Assim, voltando às músicas da nossa atualidade brasileira, qualquer um que use preferencialmente os dois cérebros evoluídos (o direito e o esquerdo) não pode gostar, ou mesmo tolerar, e sequer ouvir, as tais musiquinhas medíocres, pois as tais remetem à primitividade, com suas letras monossilábicas, cunhadas no esteio da pobreza de vocábulos, que incentivam danças praticamente tribais, e cujas letras lembram o homem-de-neandertal puxando suas mulheres pelos cabelos e praticando sexo animal como cachorros no cio. 

Alguns ousam dizer que, por exemplo, o tal cantorzinho Michel Teló faz sucesso lá fora com “Ai, ai, se eu te pego”. Sucesso? Como assim, sucesso?? Que eu saiba o sucesso é só entre a horda de jogadores de futebol semi-analfabetos e se disseminou fora do Brasil entre outros trogloditas igualmente desmiolados. Nada que se compare ao sucesso de Tom Jobim com a bossa nova no exterior (bons tempos em que o Brasil produzia música de qualidade reconhecida internacionalmente).
Em tempo: como costumo ilustrar meus textos com exemplos audiovisuais mas, ao mesmo tempo, me recuso a postar, no meu blog, baixarias e lixos pseudo-românticos, capazes de agradar apenas a cérebros rudimentares, assim quem quiser ouvir os tais, é só ir no “youtube que está recheado deles“O melhor do sertanejo universitário (dá pra imaginar o pior?), Jorge e MateusVítor e LéoJoão Bosco e Vinícius, Luan Santana, Michel Teló, Gustavo Lima e mais uma leva sem fim de oportunistas desta onda brega de péssimo gosto musical. 

E, para  terminar, eu peço emprestado, e faço minhas, parte das palavras do Sherlock Holmes pois, nessa hora, eu só tenho a lamentar, meu caro jovem”. Agora, pra quem quer deixar de ser um jovem réptil e evoluir, aqui vão dicas de ótimos filmes (trailers abaixo) sobre expoentes da boa música de vários estilos (“Bird, “Cadilac records”, Ray”, o nosso Renato Russo em “Somos tão jovens”, o imperdível Mozart) e mais dicas de músicas, estas sim, verdadeiramente românticas e de muito bom gosto (Marisa Monte, Frejat, Cazuza, a banda Coldplay, Norah Jones, as cantoras britânicas Adele, Joss Stone e Sade Adu, Eric Clapton,e outros), que estimulam ambos os dois cérebros evoluídos. 
















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