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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Isso é coisa de homem (ou de "mulherzinha")?

Numa mesma semana, três amigas (uma solteira e duas descasadas) se queixam de homens que conheceram na night, em suas diferentes cidades. Coincidentemente, as lamúrias são muito parecidas (nenhuma surpresa), tais como, mentiras e mais mentiras deslavadas, “facebooks” falsos (uma das amigas descobriu que um deles tinha, pasmem, quatro perfis diferentes na tal rede social), homens comprometidos fingindo-se de solteiros (que assim que conseguem o famoso objetivo de “levar a mulher para a cama”, lá se vai junto a exagerada “paixão à primeira vista”, que a coitada chegou a acreditar), e por aí vai.

Tirando o “facebook”, nenhuma novidade, pois as histórias se repetem, as mesmas de sempre que passei a conhecer há muito tempo, desde a minha adolescência; são os famosos príncipes que rapidamente viram sapos (ou, na versão mais “muderninha”, viram chatos, como diz Cássia Eller, na música “Malandragem”, do Cazuza e Frejat  assista abaixo).

Mas, o que agora passou mesmo a ser uma grande novidade para mim, foi a declaração bem parecida das minhas três amigas (que nem mesmo se conhecem) desencantadas e desiludidas com o sexo oposto, algo mais ou menos assim: “daqui pra frente, vou pensar e agir como homem, em matéria de relacionamentos, vou trair antes que me traiam, vou mentir e zoar até não poder mais”.

Bad news”. Isto infelizmente reflete uma grande parte do pensamento feminino atual (“cansada, com minhas meias três quartos...por ser uma menina má...quem sabe o príncipe virou um chato e vive dando no meu saco...quem sabe a vida é não sonhar...).


Mau sinal. Como bem disse o colunista Ivan Martins (no artigo que transcrevi, no texto anterior, sobre a nossa atual liberdade e independência): “as mulheres estão livres, inclusive para repetirem os comportamentos mais destrutivos e egoístas dos homens, e muitas vezes elas o fazem”.

Lamentável. Pois desde a minha adolescência, eu sempre esperei que a mulher se impusesse e lutasse contra a ditadura machista, ensinando às novas gerações a sensibilidade e o respeito mútuo nos relacionamentos e em geral, na vida profissional, social e privada (era o meu objetivo ter filhos homens para enfim educá-los neste sentido). E para tanto, eu acreditava nos movimentos feministas e no também bem-vindo “dia internacional do homem” visando além da melhora do relacionamento entre ambos os sexos, também ensinando o homem a aprender a cultivar seu bem-estar e sua saúde física e mental.


Mas nós mulheres perdemos o rumo, e deixamos “o trem descarrilhar” completamente. Ao invés de buscarmos o respeito do sexo oposto, estamos aprendendo com eles o desrespeito, a traição e a mentira na relação a dois. Os antigos movimentos feministas que propunham igualdade de direito entre homens e mulheres, que tinham como objetivo eliminar as barreiras da discriminação a que o sexo feminino sempre esteve sujeito, agora é encarado pejorativamente até pelas próprias mulheres.

A palavra “feminismo”, infelizmente, nos dias de hoje é confundida com “falta de feminilidade e aversão a homens”. Já me rotularam como “a mais feminina das feministas”, como se fosse uma raridade ser feminista e feminina ao mesmo tempo, como se para ser feminista implicaria em ser masculinizada ou lésbica ou assexuada ou frígida.

E existe uma desinformação que mantém a idéia errônea de que “o feminismo seria um jogo, no qual só se ganha se o outro perde”. É a versão equivocada e distorcida de que para enaltecer a mulher é preciso denegrir o homem e que “as feministas querem tirar o poder dos homens para dá-los às mulheres”. E, inclusive, muitas mulheres passaram a acreditar que existiria uma gana de militância que acabou por gerar a sensação de “pagação de mico, associado ao rótulo feminista”, a ponto de muitas mulheres, nos dias de hoje, se declararem “não feministas”, alegando equivocadamente não serem feministas por amarem os homens” (pura falta de informação).

Betty Friedan, a mais importante ativista feminista estadunidense do século XX, expôs no seu livro “A mística feminina” toda a desigualdade no tratamento e educação entre o sexo masculino e o feminino desde sempre (que faziam parecer que a mulher não era hábil para atividades extra-domiciliares), mas ao que parece é que, nos dias de hoje, todo o movimento feminista se foi ralo abaixo”, e só sobrou o conceito equivocado de que o feminismo estaria associado à ojeriza a homens, à masculinização ou à frigidez da mulher (a música Betty frígida – assista abaixo – é uma brincadeira da banda Blitz, misturando o nome da famosa feminista com a frigidez feminina).



Feminismo passou a ser considerada uma palavra negativa, prova mais do que óbvia de que ainda vivemos em um mundo patriarcal. Mas apesar de tantas barreiras aparentemente intransponíveis, as mulheres alcançaram mais conquistas do que os homens; praticamente há mulheres em todas as profissões (mesmo que em números ainda modestos) antes consideradas exclusivamente masculinas, tais como dirigir táxi, caminhão, a mulher virou astronauta, chefe de nação e outras, profissões estas que não necessariamente masculinizaram a mulher.

Aliás, o sexo feminino deveria ser o primeiro sexo, já que estamos em maioria no mundo, em comparação com os homens (que seriam então o segundo sexo”, contrariando o célebre livro de Simone de Beauvoir) e com o terceiro sexo, mas na verdade não deveria existir diferença entre os (três) sexos, pois com certeza os gêneros se igualam em matéria de inteligência, porque todos somos seres humanos dotados de massa encefálica cinzenta.

Desde a Idade Média o mundo posiciona o homem no topo de diversas conquistas em pirâmides estatísticas múltiplas, mas com as revoluções feministas em vários campos de atuação na vida pública e privada, o universo masculino se viu a reboque das conquistas da mulher. E tornou-se necessário que o homem reconfigurasse a própria masculinidade, desacorrentando-se de velhos preceitos, mas os preconceitos ainda persistem quanto ao homem bailarino, ao homem que se veste de rosa, e muitos ainda seguem o velho e arcaico conceito de que “homem não chora”.

Parabenizo aqui os homens que seguiram os avanços da mulher (em direção ao sexo oposto) e aprenderam que é possível ser “masculino e feminino ao mesmo tempo”, um complementando o outro, sin perder la ternura jamás”. Inclusive o nosso cantor/compositor e poeta Gilberto Gil há muito já insiste na necessidade da imbricamento do lado masculino com o feminino como qualidades essenciais ao ser humano, como vemos na bela música “Super-homem”, ao misturar ensinamentos de Nietzsche em Assim falou Zaratustra com o herói em quadrinhos que mudou o curso da Terra para salvar sua amada Lois Lane.




E aplausos para os que já conseguiram vencer o velho e arcaico conceito “isso é coisa de homem” (de que para ser homem é preciso ser rude, bruto, brigar na rua, ter que jogar bola e gostar de futebol pra provar que é macho) e espero, de coração, que minhas amigas (e todas as mulheres, em geral) não caiam na equivocada disputa entre os sexos, transformando o relacionamento em um jogo de desforra e revanches.

“Isso é coisa de mulherzinha”, ou seja, chorar, admitir fraquezas e revelar sentimentos, curtir yoga e não luta livre, se vestir com a cor rosa, cuidar do corpo e da alma, se manter sem sexo até encontrar quem o mereça, ser fiel, participar dos afazeres domésticos, dedicar-se aos filhos e ensiná-los conceitos como respeito, fidelidade e cumplicidade em relação ao sexo oposto; tomara que esta frase obsoleta (coisa de mulherzinha”) seja banida definitivamente do nosso vocabulário o mais rápido possível, para o bem de ambos os sexos (ainda bem que as novíssimas gerações já estão questionando isso, vide a menininha, ainda em tenra idade, no vídeo abaixo, indignada com a divisão de escolhas pré-selecionadas para cada sexo).




Termino aqui, antecipando o “dia do homem” (no dia 15 de julho no Brasil, e no dia 19 de novembro internacionalmente), homenageando os homens sensíveis, fiéis e companheiros (e por isso mesmo homens com H maiúsculo) com a música Guerreiro menino (vídeo abaixo) de Raimundo Fagner (...um homem também chora, também deseja colo... precisa de carinho, precisa de ternura... são meninos... são fortes, são frágeis...precisam de um remanso...).

Para descontrair, pois é de praxe a eterna brincadeira da guerra dos sexos, deixo um stand up” do comediante Diogo Portugal, e frases machistas e piadas (lojas de maridos e esposas”) do programa radialista Pretinho básico”, em homenagem ao dia do homem. E o último vídeo (ao som de It's raining men) dedico especialmente a nós mulheres feministas femininas sensíveis e eternamente apaixonadas pelo sexo oposto (uau!!! claro que eu apoio o dia do homem).









domingo, 1 de junho de 2014

As mulheres não querem o que os homens querem delas

Uma amiga reclama que o seu ex, que nunca a levava para sair, pois dizia não gostar de festas, shows ou baladas (quando ia, era a contragosto, fazia cara de poucos amigos e em minutos a obrigava a irem embora), agora só vive nas tais festas e baladas que tanto odiavaE perdi a conta da quantidade de amigas (tanto as solteiras como as descasadas) que reclamam da falta de honestidade e caráter dos homens que costumam encontrar pelas noites (e pela vida) afora.

Se insisto, nos meus textos, em focar prioritariamente no sexo masculino, em matéria de (ou da falta de) respeito entre os sexos, não é por ira feminista ou carência no ego” (como equivocadamente já tentaram me rotular), mas sim porque ainda é o sexo masculino que mais desrespeita o feminino, e não o contrário (mas, infelizmente, do jeito que as coisas andam, as mulheres em breve já estarão se igualando aos homens).

Assim, para reflexão sobre o tema, e para tentar entender as queixas e lamúrias das amigas, relembro aqui um texto do escritor Marcelo Rubens Paiva, intitulado “E daí que acaba...”, que ele escreveu ao constatar que nós, mulheres, temos nos recusado a nos casar pela segunda vez. No texto, Marcelo dizia que “não aguentava mais ouvir uma voz feminina afirmando, com amargura e rancor, não querer se casar de novo. E um tanto quanto “desesperado”, Marcelo continuava:

Trégua. Que venham os clichês. Cá está o ombro para o choro da mudança de humor inexplicável e inesperada. Quer que eu apague a luz quando tiver enxaquecaExplico com toda a paciência a regra do impedimento... Fique na cama na TPM. Trarei uma bolsa de água quente e o jantar...

Sim, vamos comprar sapatos. Eu espero. Levo um livro, enquanto você experimenta toda a loja... Adorei a cor do esmalte e o corte do cabelo. Batom vermelho te deixa mais bonita... Não, a calcinha não está marcando... Ah, põe o tubinho preto, se bem que gosto quando você coloca aquele vestidinho colorido... Não, o sutiã não está aparecendo...

Eu ligo para o despachante, faço um rodízio nos pneus, troco a bateria, “reconfiguro” seu computador, mando lavar o tapete, o forro do sofá, “também adoro ele com almofadas indianas em cima”...Cuido de você na velhice, não te trocarei por uma adolescente que cheira a tutti-frutti, nem pela secretária vulgar da firma... E tomaremos vinho tinto todas as noites. Prefere branco?... Celulite? Que celulite?...

Mas a maioria de vocês agora já conhecem as teclas, os atalhos, a pressão nos pneus, sabem chamar o seguro para uma pane elétrica, e sabem que “carrinho por trás” dá cartão vermelho. Tornaram-se independentes.”

É, Marcelo, tornamo-nos independentes, e não é nos agradando com a realização desses famosos clichês que vocês nos farão felizes, pois o que na verdade queremos é essa liberdade que vocês sempre tiveram, e só vocês sabem como ela é vital para a realização plena do ser humano (por isso vocês não abrem mão dela). E nós, mulheres, só estamos reconquistando isso depois que voltamos a ficar solteiras, por isso é difícil abrir mão em prol de um novo casamento. Pagar prá ver? Na prática não tem funcionado ainda, depende muito mais de vocês homens do que de nós. 

O escritor Mário Prata disse certa vez que, para o homem, o casamento significa botar um mulher dentro de casa para ele poder sair para a rua”, e ao voltar encontrá-la pronta para satisfazê-lo na cama, na mesa e no banho” e, detalhe, isto quando a mulher for solicitada (fora do horário do jogo de futebol na TV, da leitura do jornal da manhã, da pelada das quartas-feiras só com os amigos, ou seja, é a tal liberdade que vocês sempre tiveram e que jamais abrem mão por nós). 

programa humorístico Pretinho básico”, da rádio sulista Atlântida, num bate-papo ao vivo com um espectador sobre “o que os homens querem” (veja abaixo), confirma este pensamento que ainda povoa a cabeça e o desejo de muitos homens, que ainda insistem em querer viver esta realidade” distante.
Quanto a nós, mulheres, quando resolvemos nos casar, somos praticamente obrigadas a mudar nossas rotinas de solteiras, para nos subjugarmos a vocês. Homens, vocês precisam entender que “o tempo da vovó acabou. Acordem, nossas mães e avós é que eram as donas de casa (por falta de opção, diga-se de passagem) e precisavam de vocês como protetores e provedores.

Nós, mulheres (as verdadeiras, não as marias gasolinas que sempre existirão) do século XXI, trabalhamos fora e ganhamos nosso próprio dinheiro (e adoramos, e não vamos abrir mão disso) e não gostamos de ser subjugadas. Mas claro que gostaríamos sim de ter a mesma liberdade e dedicação exclusiva, do mesmo jeito que vocês querem e sempre exigem de nós mulheres, mas vocês aprenderam a nos tolher e a nos trair e ainda nos querem submissas.

Freud deixou a pergunta, aparentemente sem resposta: afinal, o que querem as mulheres?”. Mas a pergunta correta seria: por que as mulheres não querem o que os homens querem delas?”. Os homens querem de nós o que nós simplesmente não queremos (por isso muitos continuam no colinho da mamãe, que continua lavando, passando e cozinhando para eles). 

Na verdade o que nós queremos é o mesmo que os homens querem e já têm, ou seja, poder. Mas não necessariamente o substantivo poder, mas sim o verbo poder  poder ter uma profissão e independência financeira (já conseguimos em parte), poder participar de congressos, poder fazer pós-doutorado... Poder tirar os nossos sapatos quando chegamos em casa (os nossos muitos pares de sapatos que compramos com nosso dinheiro e não queremos que reclamem disso) e também colocar os pés pra cima a espera da mesa pronta e do jantar servido (afinal, a nossa batalha na rua é tão árdua quanto a de vocês,... ou vocês não sabiam?) 

Poder nos vestir bem, sem ninguém questionar com perguntas do tipo “por que este ou aquele vestido”, “por que o novo corte de cabelo”, “por que o batom vermelhoetc  já notaram que os homens só percebem a roupa ou o novo corte de cabelo da parceira (e “implicam”, mas elogiar que é bom, jamais) quando percebem e/ou cismam que “vamos chamar atenção” do sexo oposto? E o que tem acontecido é que nós mulheres só voltamos a usar o verbo poder” quando estamos descasadas, quando voltamos a ficar solteiras de novo, e perder essa reconquista por um novo casamento... jamais. Mas não estamos contra o homem, nem contra o relacionamento a dois, estamos contra esse padrão de casamento “do tempo da vovó”.

Mas, e qual seria a melhor resposta para a pergunta freudiana? A resposta é muito simples. Querem dicas? Então lá vai: se quiser a mulher na cozinha, vá pra lá junto com ela. Se quiser café na cama, faça o mesmo por ela (mas não só no dia dos namorados, no dia internacional da mulher ou no nosso aniversário). Se quiser ir num bar, jogar conversa fora com amigos, convide-a e leve-a junto (se não, iremos sozinhas mesmo, mas antes dispensaremos vocês, pois preservamos o respeito e a fidelidade e assim, livres, ficaremos prontas para um novo relacionamento novamente fiel e companheiro).

Aprendam passos de dança e vocês vão ter uma bela surpresa, vocês terão para sempre suas mulheres aos seus pés. Não há como não se curvar diante de um bom dançarino, vide a cena do filme “Perfume de mulher” (inesquecível a expressão de puro prazer e “embriaguez” da personagem da bela atriz britânica Gabrielle Anwar sendo conduzida, pelo salão, pelo majestoso “cavalheiro e dançarino”, o personagem cego do Al Pacino). A cena do filme (abaixo) é a prova cabal de que o que eu digo é a mais pura verdade, mas é óbvio que para isso uma dança sensual é vital (no caso do filme, o belo tango “Por una cabeza”, do argentino Carlos Gardel).
O mesmo não se pode dizer (em se falando de sensualidade de uma dança) quando se trata das musiquinhas bregas sertanejas ou da baixaria das universitárias” e do funk, com suas letras e danças chulas de cunho extremamente sexual, mas nada sensual (muito pelo contrário, diga-se de passagem).

Um adendo: na maioria das vezes que vejo alguma mulher dançando funk, ou algumas dessas musiquinhas sertanejas, de gosto duvidoso (tipo “Não tô valendo nada”, Lepo lepo ou a tal ridícula Beijinho no ombro”), em geral as mulheres estão usando modelitos apertados realçando as celulites bundais, com silicones fartos saltando pelos decotes, cabelos loiros de farmácia” e alisados na marra (que lembram caroço de manga chupada) e muitas vezes com escandalosas peças de roupas em padronagens...aff... de onça. 

E, diante de tais cenas esdrúxulas e dantescas, imediatamente me vêm logo à lembrança a engraçada piada, em forma de pergunta, que ouvi certa vez do jornalista humorístico José Simão: “sabe qual é o sonho (de consumo) de toda onça”? A resposta é: “o maior sonho de consumo de toda onça é ter uma roupa de puta”. Ótima essa. Tudo a ver, não? E qualquer semelhança com a Valeska Popozuda e companhias ilimitadas (como a mulher do clipe “Ela é top”, que mais parece um traveco, com um monte de machos de baixo nível “babando” atrás), não é mera coincidência. 

E as mulheres querem reclamar que os homens não as respeitam??? Como, se elas mesmas não se respeitam, quando aceitam dançar estas baixarias de musiquinhas que vilipendiam o sexo feminino (Mr Catra, Popozuda, Psirico e um monte de outras baixarias, como as tais que, equivocadamente, ousam intitular de músicas sertanejas). Alguém tem dúvida qual o tipo de macho que frequenta esses tipos de baladas e quais as intenções deles?? (garanto que respeito, honestidade e caráter é que não são). 

Mas, voltando à reflexão, em relação ao texto do ótimo escritor Marcelo Rubens Paiva – na verdade é só isso que nós mulheres (as de verdade, não estas p.... travestidas de onça) queremos, ou seja, nós queremos um companheiro não só na cama, mas também junto conosco na pia da cozinha, na mesa do bar, na troca de fraldas, nas tarefas escolares, no teatro, no cinema, nas festas... É só isso o que queremos. E aí, quem sabe, assim resolvemos partir para um segundo casamento.

E não aceitamos mais fingir (como acontecia com nossas mães e avós) que não sabemos que vocês estão “pulando a cerca”; se sequer desconfiarmos que nós estamos sendo traídas, imediatamente colocamos “a fila pra andar”, porque antes de tudo gostamos mais de nós mesmas antes de qualquer outra pessoa, e somos seres humanos antes de sermos mulheres e queremos ser respeitadas do mesmo jeito que respeitamos vocês.

E Marcelo Rubens Paiva finaliza no seu texto: “Não façam do homem uma noite sem vento, um mundo sem gravidade. Parecemos tolos e infantis, controladores e insensíveis. Mas as amamos tanto....”. Mas, se vocês nos amam tanto assim, porque não temos exclusividade na vida de vocês? Por que deixamos nossas vidas de solteiras para trás por vocês, abrimos mão dos encontros e baladas com as amigas, dos batons, das mini-saias (que vocês implicam que tá chamando a atenção”, mas quando é outra que passa ao lado, vocês entortam o pescoço para olhar).

Paramos nossas leituras, nossos estudos e nossos programas favoritos quando vocês chegam em casa, mas por que vocês jamais abrem mão de um dia sequer da pelada com os amigos, para sair conosco numa ocasional quarta-feira festiva? Por que temos que ser fiéis e vocês raramente o são? Por que muitas de nós perdoamos suas escapadas (não esperem isso de mim, tenho amor-próprio, não contem comigo, me tira fora dessa) e vocês raramente nos perdoam, quando a traição parte da mulher?

Se vocês não sabem, nós mulheres fiéis somos diariamente assediadas pelo sexo oposto, e só não “pulamos a cerca” porque respeitamos nossos homens e sabemos que os humilharíamos (“a carne da mulher, mesmo fiel, também é fraca”, mas o respeito pelo parceiro é maior). Mas o mesmo não acontece com a maioria de vocês homens, que preferem não resistir às investidas de mulheres oferecidas, porque para vocês não importa os nossos sentimentos, o que vale é o que os amigos vão pensar de vocês, caso não aceitem a cantada de uma mulher que os assediam.

Ao contrário, vocês nos traem só pelo prazer de nos traírem. Porque têm que “mostrar serviço” quando provocados, senão “o que dirão os amigos?”. Para muitos de vocês (os famosos babacas infiéis e insensíveis do meu texto anterior), o lema é “mais vale uma parceira humilhada do que um amigo contrariado” ou “depois de 10 anos é só chute na bunda” ou a máxima “perco a mulher, mas não perco a piada”. 

Enfim, queremos e exigimos também dedicação, respeito e exclusividade na relação. Bem, Marcelo, agora que já sabem o que nós mulheres queremos de vocês, então arregacem as mangas, parem de reclamar e mãos a obra, vão a luta e façam por onde.

E, apesar da seriedade do tema (e, para provar que não há, da minha parte, nenhuma ira em relação ao sexo masculino”), para descontrair, continuem assistindo ao Pretinho básico”, com esquetes de humor que não poupam nenhum dos dois sexos: “farra do  casamento uma divertida pesquisa sobre a traição das mulheres do zodíaco” (brincadeira ou não, o meu signo, Peixes, é o único que não costuma trair) e, apesar de sair do tema, assistam também as divertidas Piadas de bêbado” e “O padre e os argentinos (no final do texto). Deixo também o vídeo com a versão teatral do famoso conto “A princesa e o sapo”, adaptado com o texto do escritor Luís Fernando Veríssimo para os novos tempos, o século XXI. Tudo a ver com o texto

E, para finalizar, segundo o colunista Ivan Martins (da revista Época”), na verdade quem tem ira e carência são certos homens que não aceitam a independência das mulheres, como ele mesmo expõe no seu texto intitulado Os homens que odeiam as feministas: de onde vem tanta irritação com mulheres independentes?”, onde ele mostra os motivos (e concorda com eles) pelos quais as mulheres estão dispensando o casamento.

“Por que tanta bile por parte dos homens? e por que tantos homens se sentem tão ameaçados? são algumas das perguntas do colunista no seu texto, e Ivan completa: entre ter um casamento de merda e ir ao cinema, sozinhas, elas escolhem a segunda opção, mas tem homem que se ofende com isso (acesse o link abaixo* para ler o texto do colunista na íntegra, transcrito no final de outro texto meu intitulado Ah, se eles soubessem...).

* http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2013/06/ahse-eles-soubessem_8.html









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