A vida, às vezes, nos prega peças que parece difícil suportar, mas a gente, sem nem saber direito como, supera (e se supera). Quando eu era garota, na minha cidade do interior, o solitário mar era meu eterno confidente, mas aqui na cidade grande falta a cumplicidade da solidão para se chegar a essa catarse a beira-mar.
E aí o que me resta é o aconchego solitário do meu chuveiro, e aqueles furinhos mágicos que brotam gotas de água morna são testemunhas de minhas lágrimas furtivas e do meu choro incontido, e me entrego de corpo e alma, num banho lamuriante e reconfortante ao mesmo tempo.
Certa vez, Chico Buarque disse que “alegria não traz inspiração”, e que todo poeta vive atrás de um bom choro e de um bom sofrimento como fonte de inspiração, e o escritor Rubens Alves confirma isso quando diz que "ostra feliz não faz pérola".
E deve ser verdade, porque comigo também acontece o mesmo, toda vez que me sinto massacrada e injustiçada, me brota uma "chuva" de idéias, debaixo do chuveiro, para um novo texto, sempre voltado para o que me jogou no fundo do poço ( já quando estou feliz, a inspiração, às vezes, só acontece por conta da minha paixão pelo cinema).
E assim, após toda catarse, literalmente depois de “lavar a alma” debaixo do chuveiro, muitas vezes, a inspiração aparece, e as palavras brotam tão rápido que mal tenho tempo de me secar, molhando o papel, onde as capturo, com minhas mãos ágeis, mas não tanto quanto minha mente.
Mas já chorei no chuveiro também por fortes e boas emoções, tão intensas que culminam num soluçar desenfreado entre riso e choro, como quando descobri que estava grávida do meu primeiro anjinho, e depois já esperando meu segundo anjinho, ele resolve se mexer, pela primeira vez, feliz com a água a deslizar pelo meu ventre.
“Homem não chora”. Triste dos homens que são proibidos de chorar. O poder de purificação do choro é mágico. Mas Frejat, na música “Homem não chora”, disfarça bem o choro na frase “meu rosto vermelho e molhado é só dos olhos prá fora”. E o fotógrafo Sam Taylor Wood mostrou que "homem também chora" na exposição "Crying men" com grandes atores chorando diante da câmera.
Quem nunca chorou na chuva, com as lágrimas que brotam e se confundem com os grossos pingos da chuva, não sabe o que é redenção (veja abaixo, video com cenas do belo e comovente filme "Minha vida sem mim", ao som de "Crying in the rain" com Art Garfunkel e James Taylor). E Janis Joplin “suplica” divinamente cantando “Cry, baby”, enquanto Bob Marley implora “No woman, no cry” e eu, sem querer, nesse texto, me inspirei no que me dá inspiração.
E aí o que me resta é o aconchego solitário do meu chuveiro, e aqueles furinhos mágicos que brotam gotas de água morna são testemunhas de minhas lágrimas furtivas e do meu choro incontido, e me entrego de corpo e alma, num banho lamuriante e reconfortante ao mesmo tempo.
Certa vez, Chico Buarque disse que “alegria não traz inspiração”, e que todo poeta vive atrás de um bom choro e de um bom sofrimento como fonte de inspiração, e o escritor Rubens Alves confirma isso quando diz que "ostra feliz não faz pérola".
E deve ser verdade, porque comigo também acontece o mesmo, toda vez que me sinto massacrada e injustiçada, me brota uma "chuva" de idéias, debaixo do chuveiro, para um novo texto, sempre voltado para o que me jogou no fundo do poço ( já quando estou feliz, a inspiração, às vezes, só acontece por conta da minha paixão pelo cinema).
E assim, após toda catarse, literalmente depois de “lavar a alma” debaixo do chuveiro, muitas vezes, a inspiração aparece, e as palavras brotam tão rápido que mal tenho tempo de me secar, molhando o papel, onde as capturo, com minhas mãos ágeis, mas não tanto quanto minha mente.
Mas já chorei no chuveiro também por fortes e boas emoções, tão intensas que culminam num soluçar desenfreado entre riso e choro, como quando descobri que estava grávida do meu primeiro anjinho, e depois já esperando meu segundo anjinho, ele resolve se mexer, pela primeira vez, feliz com a água a deslizar pelo meu ventre.
“Homem não chora”. Triste dos homens que são proibidos de chorar. O poder de purificação do choro é mágico. Mas Frejat, na música “Homem não chora”, disfarça bem o choro na frase “meu rosto vermelho e molhado é só dos olhos prá fora”. E o fotógrafo Sam Taylor Wood mostrou que "homem também chora" na exposição "Crying men" com grandes atores chorando diante da câmera.
Quem nunca chorou na chuva, com as lágrimas que brotam e se confundem com os grossos pingos da chuva, não sabe o que é redenção (veja abaixo, video com cenas do belo e comovente filme "Minha vida sem mim", ao som de "Crying in the rain" com Art Garfunkel e James Taylor). E Janis Joplin “suplica” divinamente cantando “Cry, baby”, enquanto Bob Marley implora “No woman, no cry” e eu, sem querer, nesse texto, me inspirei no que me dá inspiração.
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