Imagem

Imagem

Select Language

domingo, 7 de março de 2010

"Limpar salão" em público - coisa de macho?

Já comentei que, por gostar de escrever, costumo ser muito observadora (ou será o contrário?), e o dia a dia, o cotidiano, a lida com as pessoas no trabalho e com transeuntes na rua, sempre me rendem “rabiscos” para as minhas futuras reflexões.

E pensando nisso, algo que sempre me deixa abismada, literalmente embasbacada, exponho agora aqui, e assim compartilho, com meus (possíveis poucos) leitores, esse meu devaneio deveras intrigante.

Não sei se alguém já percebeu, mas quando estou dirigindo, ao parar num sinal, olho sempre em volta (observadora que sou), enquanto curto uma música aguardando o sinal abrir, e sem querer, já me deparei várias vezes, com machos que, sozinhos no interior de seus veículos, resolvem “limpar o salão” (para não restar dúvida – sei lá se esse termo é regionalista – literalmente resolvem tirar meleca do nariz com o dedo indicador),

e o fazem, sem nenhuma cerimônia, como se estivessem em seus lares, sozinhos dentro da privacidade dos seus lavabos que, acredito eu, é o único lugar plausível indicado para tal higiene, e de preferência, com um  lenço de papel ou mesmo um papel higiênico ao redor do dedo.

Fico petrificada com a cena, a ponto de o sinal abrir e eu não perceber, e  "apatetada” com a tamanha naturalidade com que o sujeito enfia e roda o dedo quase "perfurando" a narina, perco a noção de onde estou, e acabo até deixando o carro "morrer", ao perceber os nervosinhos atrás, buzinando e me “despertando” do meu transe “melequento”.

Afinal, que merda (melecada) é essa? Será que eles acreditam que, por se encontrarem sozinhos, no interior de seus carros, estão livres dos olhares alheios? Será que se sentem protegidos pelo "insulfilm" dos seus vidros mal, mas ainda assim, reveladores? Agora, já imaginaram quantos apertos de mão “melequenta” temos dado por aí?

Qual a explicação para tamanha imundície? Isso é ser macho? É macho, por isso porco? A recíproca também é verdadeira? Alguém, estudioso e entendedor desse mundo macho, por favor, venha em meu auxílio. Já temos que, invariavelmente, assistir o estereótipo do macho que, "prá garantir a macheza", tem que “coçar o saco” em público (pelo menos o fazem por cima da roupa, um pouco mais higiênico), mas essa da meleca exposta em público é demais.

Prá provar a opção sexual do homem é preciso ser porco? Aproveito a deixa para indicar o divertido "Será que ele é?", filme com o hilário Kevin Kline no papel de um professor que não admite "sair do armário", e também o hilário "Ou tudo ou nada" ("Full monty"), com o excelente ator escocês Robert Carlyle (do também ótimo drama "As cinzas de Ângela") em que os personagens prá lá de machos, por força das circunstâncias, vencem o preconceito e resolvem investir "o corpinho roliço" no mercado dos "sex-business" (veja cenas hilárias dos dois filmes no final do texto). 

E prá terminar, voltando à melecada, chego a conclusão que a culpa é minha, quem manda ser abelhuda e meter literalmente “o nariz” onde não fui chamada? E veja abaixo a foto do "porco-mor" da nossa porca política.






Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...