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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

"Mulher alfa" ou "anarquista"?

Já falei sobre rótulos (em outubro em "Meu apelido Adorável anarquista") e "vira e mexe" ganho mais um. O último rótulo que recebi - "mulher alfa" - segundo os que me nomearam, sou uma legítima feminista feminina e levanto bandeiras contra machismo mas de uma forma "amigável" (alguns diriam não tão amigável, e é verdade, pois ainda nos dias de hoje, a "luta" é árdua - pois "a mulher não nasce mulher, torna-se mulher", escreveu Simone de Beavouir, nos idos dos anos 50, em seu livro "O segundo sexo" - meu eterno livro de cabeceira).

Segundo o psicólogo Dan Klindon, criador desse novo conceito da mulher moderna, "as mulheres alfa são competentes na vida acadêmica e no universo profissional sem deixar de lado a vaidade e o cuidado com a beleza, características femininas por excelência. Não têm dúvida sobre a própria capacidade e são muito bem resolvidas. Vaidosa, a nova mulher gosta de se cuidar e de ser admirada pela beleza, sem risco de cair no estereótipo da futilidade".

Segundo Klindon, "a mulher alfa é uma combinação entre a figura da feminista clássica dos anos 60 que, para conquistar espaço e independência, teve que ser durona, agressiva e por vezes masculina, e a "mulherzinha" dos anos 90, que queria arrumar um companheiro bacana, manter o corpo em forma e comprar muitos pares de sapatos sem medo de ser tachada de perua".

Pode ser que realmente eu me encaixe um pouco nesse rótulo, pois adoro me vestir bem, e de preferência de maneira diversificada, posso um dia estar só de jeans e camiseta, e no dia seguinte estar "vamp e sexy", e num outro dia  "angelical" com uma tiara de flores no cabelo, vestido acinturado plissado ou evasê, mangas fofas e meias rendadas ou três/quartos mas sempre estilosas, para no dia seguinte me vestir com trajes masculinos, de gravata, mas sempre com um toque feminino, tipo listras rosas na gravata, ou então short jeans rasgado e com lantejoulas e botas de salto bem fino, para "quebrar" a masculinidade do traje. 

E ao mesmo tempo, não tenho tempo para  futilidades e "piruices" (e detesto estilo "piriguete"), portanto você nunca vai me encontrar num salão de beleza perdendo tempo com fofocas da última novela (eu mesma faço meu cabelo, minhas sobrancelhas e minhas unhas - vocês nunca as verão pintadas - e eu detesto novelas). 

Detesto a tirania da beleza - plástica, silicone, cabelo "chapinha"  não fazem parte do meu universo - sou adepta ao "quanto mais natural, melhor". Um batom (fundamental na minha natural boca carnuda, genética familiar), um bom perfume, ou mesmo uma lavanda, e uma roupa "bem transada" e em meia hora estou pronta tanto pro trabalho quanto para uma festa.

Gosto dos afazeres domésticos (modéstia a parte, sou ótima cozinheira, costureira e decoradora, já me confundiram até com arquiteta) e não tenho nenhum problema em "esquentar a barriga no fogão e esfriar no tanque" mas me reservo o direito de fazê-los quando "me dá na telha" e isso se o companheiro participar ativamente, do contrário "tá fora".

Não preciso da "liberdade" dos tempos modernos para exigir os mesmos direitos no trabalho, na profissão, nos afazeres domésticos e familiares, para mim isso sempre foi fundamental. Profissional da medicina, modéstia a parte, sou reconhecida (apesar de ter me empenhado muito prá conquistar isso) pelo meu trabalho, onde quer que eu transite.

Pode até ser que eu me encaixe nesse conceito (mulher alfa), mas prefiro seguir minha vida de acordo com meu velho conceito "anarquista" que prezo desde a minha adolescência, ou seja, não dependo da "modernidade" dos dias atuais para exigir dos homens o mesmo respeito, exclusividade e fidelidade nas relações, que eles tanto prezam nas mulheres, afinal, assim como o homem, antes de ser mulher, sou um ser humano.

Independente e auto-suficiente sem deixar de ser feminina, segundo o tal psicólogo, a mulher alfa "gosta de ser admirada, reconhece e assume suas necessidades de ter um homem ao seu lado como companheiro de vida, porém se esse homem não aparecer, não há problema, como boa dona de sua própria vida, ela não precisa dele para viver. A presença desse homem só é aceita se ele a fizer feliz, caso contrário ela segue sozinha sem transtornos".

Já cansei de ouvir de amigos que o meu discurso feminista anti-machista "afasta" os homens. Dããã... e quem disse que eu quero atrair homens??? Ao contrário, como uma legítima mulher alfa, tenho magnetismo natural em atrair homens, portanto se meu discurso afastar alguns deles, ótimo, com certeza estarei me livrando dos machistas, dos cafajestes, dos predadores e dos indecisos.

Não vou deixar de levantar minhas bandeiras que conquistei a tanto custo, só porque podem "afastar" os homens. Foda-se (ops, dane-se) . Mas aí surgem com um novo discurso, de que eu vou afastar também os "bons partidos". E de novo pergunto abismada: e quem disse que estou atrás de um "bom partido"???? 

E talvez o rótulo esteja mesmo bem colocado, pois há poucos dias, no trabalho, de vestido vermelho, recebi vários elogios, e num deles, perguntei brincando: "estou poderosa ?" e a resposta imediata, vinda do sexo masculino, foi: "você não está poderosa, você É sempre poderosa".

Mas enfim, mulher alfa (ou beta ou gama), o que prezo é respeito e exclusividade nas relações com o sexo oposto, numa via de mão dupla. Se eu tiver um companheiro a minha altura, que preencha minhas expectativas de relacionamento, tais como respeito, companheirismo e exclusividade, ótimo, do contrário, prefiro seguir sozinha o meu destino, nessa hora vale o velho e bom ditado, "antes só que mal acompanhada". Tenho dito.

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