Imagem

Imagem

Select Language

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Na natureza selvagem

Ver, comentar e indicar bons filmes é, prá mim, um enorme prazer, mas não me vejo no papel de crítica cinematográfica "ao pé da letra", porque deve ser muito chato ter que assistir filme ruim e ainda ter que comentá-los. Li, certa vez, um crítico que se referia ao "bonequinho viu" do jornal O Globo como um deles, só que o bonequinho "cata fora" quando o filme é de má qualidade, já o crítico tem que aturar até o fim, prá que então o bonequinho possa (e claro, nós também) abandonar a poltrona antes do término da sessão.

Lembro-me quando fui com meu filhote ver um daqueles filmes animados japoneses, que os guris tanto adoram; o filme era algo insuportável, nem um pouco animado, nos dois sentidos - é desanimador de tão chato e ao mesmo tempo não há animação pois os personagens "levam um ano" prá mudar de expressão, e quando mudam, mexem no máximo a boca ou os olhos.

Na época, me senti o próprio bonequinho do jornal, "largada" na poltrona, contando os segundos prá cair fora dali, mas não podia fazer como o bonequinho, porque meu filho estava adorando o filme, e quando ele me perguntava: "tá gostando, mãe?", eu então me recompunha na cadeira, disfarçando, e com um sorriso amarelo eu dizia: "tô amando, meu anjo".

Hoje já adolescente, quando relembramos juntos a cena, rimos muito, e hoje ele é ótimo companheiro nas sessões de cinema, curte todos os filmes que indico. Já o outro meu filho, não curte tanto, porque como muitos, ele entra em qualquer sessão, sem nenhuma noção do que está passando e acaba tendo péssimas experiências com a sétima arte.

Cinema, assim como teatro, livros, shows, é como vinho, se você não souber escolher, vai levar prá  casa "vinagre" no lugar do vinho, não dá prá ir na indicação "sem pé nem cabeça" de um ou outro desavisado.

O filme "Na natureza selvagem" conta a história real de um rapaz de vinte e poucos anos, que nos anos 90 decidiu abandonar os estudos e viajar até o Alaska; fascinado pela natureza e cheio de idéias na cabeça, ele resolve ir ao encontro do seu "eu", se livrando de posses materiais, seguindo os passos de outros idealistas e/ou aventureiros (seus livros de cabeceira eram Tolstói,  o pacifista e "simpatizante do anarquismo" de "Guerra e paz", e o aventureiro Jack London de "Caninos brancos")

Quando ele se vê sozinho, diante da beleza e vastidão daquela natureza selvagem, ele se rende, e deixa registrado entre os parágrafos dos seus livros de cabeceira - " A felicidade só é plena, se compartilhada" e provavelmente teve ímpetos de voltar, mas algo saiu errado. O filme é belo em suas paisagens, ora áridas e desérticas, ora exuberante em sua imensidão e seus habitantes selvagens. Sem falar nas excelentes músicas, compostas pro filme, do Eddie Vedder (do Pearl Jam) "Society" (veja abaixo a música, com fotos do filme) e "Garanteed" com sua voz rouca inconfundível. Não perca.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...