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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Dicas para se livrar da mediocridade globalizada

Tempos atrás, saiu na revista Veja na seção “números”: custaram dois mil dólares a produção e a gravação do clipe, que os “desmiolados” pais da americana Rebecca Black, de 13 anos, tiveram que desembolsar com a música (música????) de nome "Friday".


Parafraseando o colunista Arthur Xexéo: “O que é” Rebecca Black? É, nada mais, nada menos, a mais nova “pagadora de mico” da internet, que quer, a qualquer custo, ser a mais nova concorrente (em chatice) do Justin Bieber. Com a tal pseudo-música, cuja letra prima pela “oligofrenia” generalizada (“It’s Friday, tomorow is Saturday, and Sunday comes afterwards – What??? Não, não me diga que depois de sexta, vem sábado e a seguir será domingo???? Que profundidade!!!!!), a “prá lá de” chata Rebecca conseguiu ser acessada, no site “youtube”, mais de 45 milhões de vezes, lucrando mais de 1 milhão de dólares (o site, a gravadora ou a pseudo-cantora?).


E a pergunta que não quer calar: quem é mais "oligóide" aqui? A tal Rebecca ou o internauta que a assiste e a divulga????? (se bem que, diferente do “fenômeno” Justin Bieber, o tiro saiu pela culatra, pois a maioria dos acessos é para ridicularizar a garota, tanto que parece que a dita cuja está sendo vítima de cyber-bullying).


Nenhuma novidade. Nós já temos a nossa (des)conhecidíssima brasileira “Stefhany” na internet. De novo, o que é “Stefhany absoluta”? (não, não está escrito errado, o nome é assim mesmo, com fh). Há muito tempo “na fila” em busca da fama, a dita cuja lançou um clipe na internet com a versão imbecil da música patricinha “A thousand miles” (no filme "As branquelas", a música original é  cantada pelo hilário ator Terry Crews) - depois do tal clipe, ninguém mais escapa de ser rotulado de brega ao dirigir um Cross Fox (“Eu sou Stefhany. Eu sou linda. Absoluta. No meu Cross Fox eu vou sair, me divertir”).


Nada mais me impressiona nessa vida. As pessoas estão se imbecilizando em velocidade gigabytes/seg. Perde-se tempo em assistir a “Big Brothers da vida”, uma exposição de pretendentes a “celebridades”(??) que primam pela vulgaridade explícita. Assiste-se a uma profusão de duplas sertanejas, inventadas da noite para o dia, com músicas de corno “chatérrimas”. Novelas globais com atores medíocres (muitos saíram direto do BBB sem nenhum preparo teatral), recheadas de temas de adultério, gente calhorda e mau-caratismo explícito. Isso sem falar nos velhos e asquerosos programas domingueiros de sempre (Sílvio Santos, Faustão e  “companhias limitadas”).


Mas, pelo menos tem gente que, como eu, não aguenta mais tanta mediocridade, e aproveita, em tom de zombaria, para zoar toda essa exploração comercial e “imbecilização” globalizada – é o caso do comediante canadense Jon Lajoie que “pegou carona” nesse filão da internet, e foi na contramão da maioria, e lançou o clipe “Everyday normal guy”, uma crítica irônica aos rappers típicos (que em geral posam sempre de “fodões”) mostrando, ao contrário, a sua medíocre vidinha diária e pacífica (veja vídeo no final do texto).


Outro clipe muito divertido do sujeito é “Pop song”, cuja letra é um deboche mordaz aos pseudo-músicos “bonitinhos, mas ordinários” (leia-se Justin Bieber, Victor e Léo, e tantos outros), que grandes empresários da indústria fonográfica lançam no mercado essas “belezuras”, para impressionar adolescentes carentes, com suas “musiquinhas” pseudo-românticas – um exemplo típico: dá prá acreditar que os almofadinhas Victor e Léo cantam “de coração e peito aberto” a música prá lá de brega “Fada”? (“fada querida, vejo sua vara de condão tocando meu coração, minha fada do amor”, ora, me poupe, breguice tem limite, eu teria ânsia de vômitos se alguém ousasse se declarar para mim com essa frase ridícula, no mínimo eu ia achar que o fulano está zoando com a minha cara). E dou minha “cara a tapa” se, nos bastidores, eles não debochem da tal música, mas aceitaram “o teatro” para fazer sucesso fácil, ganhando uma grana preta em showzinhos para adolescentes carentes e sedentas por romantismo barato.



O canadense Lajoie não deixa por menos – lançou também “Radio friendly song”, uma sátira a certos "artistas", esses tipo "ostentação" com suas musiquinhas com letras chinfrins e acordes medíocres, aquelas típicas de cantor de um único sucesso (??), que invadem as rádios e grudam no nosso sistema auditivo, e que por mais que a gente deteste, sem perceber, a gente memoriza e passa a repetir exaustivamente o refrão medíocre (“Não faz isso comigo, sai da minha vida, Bruno e Marrone, pelo amor de Deus, meu ouvido não é pinico”).




“Tá de saco cheio” de tanta imbecilidade circulante? Quer diversão com qualidade? Humor inteligente? Entrevistas e notícias relevantes? Então siga as dicas tanto na TV a cabo ou mesmo pela internet, como também na TV aberta ou locadoras (saindo um pouco do universo do cinema):

Na internet, você pode acessar os melhores momentos do programa "Pretinho básico" da rádio Atlântida (do sul) - o humorista Pedro Smaniotto imitando o técnico Joel Santana dando aulas de "ingRês" é imperdível.



O sitcom americano “Seinfeld” (na verdade reprises, pois a série já está extinta há anos, mas ainda é sucesso absoluto) – é a série sobre o “nada”, isso mesmo, sobre “absolutamente nada” – quatro amigos começam sempre o dia sem exatamente nada inusitado para fazer, e do nada surgem as mais impressionantes histórias do dia a dia, com os quatro “topando” com os mais diversos tipos, transeuntes de uma cidade totalmente cosmopolita como é Nova York (veja no final do texto).


Jerry Seinfeld é um conhecido comediante nova-iorquino que, na série, faz o papel dele mesmo (a fama veio, na verdade, com o sucesso da série). George Constanza é o amigo mal resolvido, algo depressivo, gordinho, que odeia ser careca, sem uma profissão definida (queria ser arquiteto) e um mentiroso contumaz. Kramer é o amigo e vizinho algo desequilibrado, com “um parafuso a menos”, e que (não tão) inocentemente sempre se mete em algum pequeno negócio escuso. Elaine é a única mulher do grupo de amigos, é descolada e acaba sempre se envolvendo com as aventuras inicialmente não programadas dos seus amigos.




Programa “Saia Justa” – o programa ainda continua sob o comando da jornalista Mônica Waldvogel (e que agora conta com a atriz Christine Fernandes e a jornalista Tetê Ribeiro), mas agora não é mais um “Clube da Luluzinha”, já que a “panelinha” feminina está agora em companhia dos atores Du Moscovis, Dan Stulbach, do músico Léo Jaime e do divertido jornalista Xico Sá (com X mesmo), e eles se revezam em programas semanais debatendo, também do ponto de vista masculino, temas diversos como relacionamentos e o universo feminino.


“Manhattan Connection” traz variedades e informações de qualidade, na área econômica, política e cultural (do Brasil e do mundo), com os jornalistas Lucas Mendes, Caio Blinder, o ótimo Pedro Andrade e o economista Ricardo Amorim (excluí, por conta própria, o dispensável "mala sem alça" e pseudo-intelectual Diogo Mainardi).


Algumas séries brasileiras, de vez em quando, tira do marasmo a TV não paga. E o “Programa do Jô” continua de bom gosto, trazendo boas entrevistas que fazem a diferença na sempre medíocre programação da TV aberta – a entrevista do “menestrel de causos”, o poeta nordestino Jessier Quirino sobre a “arte de contar filmes no sertão” é uma delas (veja no final do texto, a divertida história do matuto que conta, para a matutada do sertão, “em detalhes” hilários, o filme estrangeiro que assistiu na “capitar”, típico “enlatado” que não precisa nem de legenda para se entender o óbvio).


Para ilustrar (e recordar), fique também com o grupo britânico “Monthy Python” (desfeito na década de 70/80) com sua comédia “non-sense” ("Monty Phython's Flying Circus"), prá lá de surreal, que influenciou inúmeros programas de comédias, como os americanos “South Park” e “Saturday Night Live”(veja cena hilária com participação da cantora Taylor Swift), o português “Gato fedorento” (esquetes divertidas no final do texto) e inclusive os brasileiros “Asdrúbal trouxe o trombone”, “TV pirata”, “Casseta e Planeta” e agora o “Cilada” do Bruno Mazzeo.


Como curiosidade, o famoso grupo britânico foi, indiretamente, o criador do termo “SPAM” na internet, tamanha influência do grupo até os dias de hoje – veja no final do texto o vídeo original, com um dos textos (non-sense) do grupo, nos anos 70, de onde saiu a palavra SPAM, que significa “spice ham” (presunto temperado) e que, no episódio da série, vikings repetem exaustivamente a palavra que, por analogia, esse nome agora foi utilizado na internet, como “qualquer coisa chata que é, literalmente, empurrada para você”.




PS: recuso-me a postar os vídeos com as breguices citadas no texto. Quem ainda não teve o desprazer de assistir aos “clipes” bregas que mencionei, é só colocar no youtube: “Justin Bieber”, “Rebecca Black Friday”, Victor e Leo “Fada”, Bruno e Marrone “Não faz isso comigo” e “Stefhany absoluta” (e ainda tem as zoações, como “Eu sou o Eric, no meu Cross Fox”). 

















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