Imagem

Imagem

Select Language

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Filmes de lutas de boxe

Prá desfazer antigos e famosos clichês, que dizem que nós, mulheres, só gostamos de filmes "água com açúcar" (aliás eu, "anarquista graças a Deus", sou totalmente avessa a essas produções comerciais melosas hollywoodianas tipo "Titanic", ainda mais com trilha sonora da, prá lá de brega, Celine Dion), então aqui vai uma dica de mulher sobre filmes de luta, mais especificamente lutas de boxe. 

Não me canso de repetir, o cinema é uma arte única, porque capta, registra e transfere, para sempre, para a telona, a dor, a emoção e a alegria do ser humano, expressados pelos olhos, rosto e pela expressão corporal.

Conheço pouquíssimas mulheres que se aventurariam a assistir, ao vivo, num ringue, a uma luta de boxe, com toda aquela profusão de suor e sangue, mas quando é o cinema que retrata uma dessas lutas, aí a coisa muda de figura. 

O cinema consegue transformar uma luta máscula, horrenda, de corpos suados e sangrentos, em um espetáculo impressionante, quando bem dirigido e produzido por quem entende de arte e poesia.

"Touro indomável"("Raging bull") mostra a verdadeira história do peso médio Jack LaMotta (ainda vivo) na década de 50 - dirigido por Martin Scorcese e estrelado por Robert De Niro (que engordou mais de vinte quilos para viver o papel do pugilista), retratando o auge e a decadência do ex boxeador esfomeado que se torna gorducho, insignificante e agressivo, dentro e fora do ringue.

A câmera de Scorcese consegue magistralmente transformar as cenas violentas dos ringues em "quase poesia", ao mostrar os lances das lutas em câmera lenta, verdadeiras "alucinações" em preto e branco (sim, apesar de ter sido gravado na década de 80 em plena era "tecnicolor", o diretor ousou gravar em preto e branco e acertou em cheio). Os socos brutais ora soam ensurdecedores, ora mudos (sem sonoplastia) com a câmera extremamente lenta, disparando sangue e suor em preto e branco, em flashes que assustam e comovem ao mesmo tempo. 

E por trás dos ringues, somos apresentados ao universo cruel das lutas, com as farsas e ganâncias que há por trás dessas lutas, e os dramas dos boxeadores que muitas vezes "descontam" suas frustrações e desilusões nessas lutas. Jake LaMotta foi o único a vencer o campeão Sugar Ray Robinson, e a rivalidade que surgiu entre os dois pugilistas é retratada no filme, nas diversas lutas que travaram no ringue (Jake La Motta só o derrotou uma vez e perdeu 5 vezes por pontos - a frase célebre do pugilista encrenqueiro está no filme: "eu não caí, Ray, você nunca me derrubou"). Imperdível (veja o trailer no final do texto).

"Rock, um lutador" e suas continuações (vale a pena o 1º e o 2º; o último com o nome Rock Balboa também tem o seu charme) foi um marco na época inaugurando com grande sucesso o universo das lutas na telona, com o personagem ficcional do Silvéster Stallone que, pobre, vence vários obstáculos prá chegar ao título de campeão mundial. E a música-tema virou símbolo de luta e perseverança (veja trailer no final do texto).

"Hurricane, o furacão" conta a verdadeira história do americano Rubin "Hurricane" Carter, que na década de 60, ainda um lutador no começo da carreira, foi preso injustamente por suspeita de um assassinato que não cometeu, ficando detido por mais de 20 anos (o que detonou sua carreira de pugilista) até conseguir provar sua inocência.

A música "Hurricane" escrita pelo Bob Dylan na época, numa tentativa de mobilizar a opinião pública está, obviamente no filme. Denzel Washington interpreta o pugilista com garra e convicção, e o filme se desenrola na tentativa de provar a inocência dele, com a ajuda de fãs/amigos canadenses sensibilizados com o drama do "furacão", que foi acusado por falsas testemunhas num processo discriminatório e racista, mas na verdade ele foi vítima do próprio sistema judicial americano numa época de rebeliões racistas disseminadas nos EUA.

E em "Menina de Ouro" o ator/diretor Clint Eastwood  se superou, abordou num mesmo filme temas polêmicos como eutanásia, uma mulher boxeadora, dramas familiares e existenciais comoventes e acabou levando o Oscar com todas as honras. 

Filmes imperdíveis (trailers abaixo, após o texto). Nós, mulheres modernas e alfas, gostamos de filmes com conteúdo e com paixão, podem ser "melosos", violentos, dramas, suspenses, comédias, só não dá prá suportar violência gratuita nem dramalhões tipo novela das oito. E não se fala mais nisso.
 

 



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...