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sábado, 3 de julho de 2010

Os elefantes nunca esquecem

Um amigo, num papo recente, me disse que, por eu ter um senso de justiça muito forte e exacerbado, que eu acabo sofrendo muito, porque sou rigorosa demais nos meus julgamentos inclusive comigo mesma, e consequentemente, com todos ao meu redor, sempre esperando que as pessoas também assim o sejam, ou seja, que eu sempre espero que não façam comigo o que não desejem para si mesmos, assim como eu ajo com eles mas, segundo meu amigo, eu deveria aprender que não devo esperar que as pessoas pensem e ajam como eu gostaria, daí o meu eterno sofrimento. 

Realmente não aceito fácil ser traída, ou melhor, eu simplesmente não aceito ser traída em hipótese nenhuma (seja em relacionamentos afetivos com um parceiro, seja em relacionamentos de amizade, de trabalho, de negócio, ou qualquer outro tipo de relacionamento interpessoal), assim dificilmente eu consigo perdoar alguém que me magoe e me machuque emocionalmente.

Talvez porque, para perdoar verdadeiramente, é preciso esquecer o que nos magoou, e eu sou o protótipo do dito popular que diz que “as mulheres são como os elefantes, nunca esquecem jamais uma ofensa”; eu dificilmente consigo esquecer uma mágoa, fica chafurdada no fundo da minh'alma, remoendo e me corroendo, e então prefiro me afastar daquela pessoa para não mais sofrer. O poeta Mário Quintana disse: A indiferença é a maneira mais polida de se desprezar alguém (e há muito adotei essa frase como lema).

Não sou de “ir atrás de zodíaco”, mas já li que uma das características  da pisciana é “a sensibilidade e a doação nas amizades e perante a vida”,  e o principal defeito é a “tendência a fuga quando sofre”; nas poucas vezes que eu perdoei, o meu desafeto teve que me provar que eu poderia voltar a confiar nele, e isso só aconteceu por extrema insistência do mesmo, pois a minha tendência é não dar uma nova chance, pois ingênua que sou, tenho medo de me dar mal novamente, assim prefiro a fuga" a uma falsa reconciliação. 

Sempre fui “brigona”; aos 5-7 anos de idade, fiquei “de mal” com uma amiguinha, minha vizinha, e minha mãe contava que a briga foi porque eu a defendi de uma “acusação”, e no fim a tal amiguinha, mesmo assim, ficou contra mim, e eu, mesmo com tão pouca idade, nunca mais dirigi a palavra a ela, morávamos uma na frente da outra, e saí da minha cidade aos 20 anos, sem nunca mais me dirigir a palavra a ela, em todos esses anos. 

Já tive que brigar muito contra o machismo e hoje não tolero, em hipótese alguma, qualquer ranço de sexismo. Frequentemente vemos perseguições sexistas contra homossexuais que, em geral são, como todos nós héteros, cumpridores de seus deveres de cidadão, e ao contrário, assistimos marginais travestidos de atletas (vide vários jogadores de futebol), recebendo altos salários e mesmo assim sonegadores, desrespeitando leis e regras, como se fossem os donos do mundo.

Nessa hora em que os valores se invertem, aplaudindo-se atletas marginais e perseguindo-se cidadãos homossexuais cumpridores de seus deveres, me lembro do personagem do humorista Marcelo Mansfield do Terça insana que fica puto toda vez que se depara com um profissional incompetente e irrompe com a frase “eu fico puto” dizendo preferir ter um filho gay ao tal incompetente (assista no final do texto).

E para ilustrar, termino esses meus devaneios com o belo comercial do refrigerante sprite (ao som dos Bee Gees, com a música To love somebody) que mostra que, para ser homem, não precisa ser macho, basta ter sensibilidade (a diferença sutil, mas fundamental, entre ser homem e ser macho).







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