Imagem

Imagem

Select Language

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O gênero policial - o grande filão do cinema

O gênero policial é um grande filão do cinema, e rende ao mundo cinematográfico uma grande fatia de “lucros e dividendos”, pois é um gênero onde se tem excelentes filmes, mas mesmo os péssimos filmes (que também são muitos) têm um público cativo, porque tem sempre os “cérebros de gelatina” que lotam as salas de cinema e locadoras, atrás de “cabeças rolando” e estilhaços de metralhadora, sem pé nem cabeça, qual filme pornô (se bem que filme pornô tem “algo além” de pés e cabeça, ainda assim broxante para a maioria das mulheres), sem nenhuma história ou enredo que justifique a violência gratuita desses filmes classe b (como diria uma amiga gaúcha, "b" de bagaceira).

A lista é imensa. Em minha opinião, assistir violência só se justifica se o filme tiver história e enredo que justificam as “cabeças rolando” e os estilhaços de metralhadoras, pois só assim conseguem agradar às “cabeças pensantes” (os “cérebros de gelatina” também acabam gostando, apesar de nada entenderem, e nada questionarem). Como são muitos os filmes policiais, e muitos deles conhecidos e badalados, decidi comentar apenas os mais antigos (desconhecidos para a galera mais jovem) e os que não foram divulgados no “circuitão” e/ou ficaram no boca a boca dos festivais de cinema (trailers no final do texto).

“Um dia de cão”  com o grande Al Pacino que merece um  adendo a parte – quem consegue esquecer o enigmático Michael Corleone do maravilhoso “Poderoso Chefão” I e II, o ex-militar cego, depressivo e ao mesmo tempo encantador em “Perfume de mulher” e o traficante de drogas do violento, mas mesmo assim ótimo, “Scarface”?

Em “Um dia de cão” Al Pacino, aqui bem no início da carreira, vive a história real (e mesmo assim, prá lá de surreal) do assaltante Sonny e seu parceiro Sal, que sem nenhum planejamento, resolvem num desespero, assaltar um banco nos EUA em plena luz do dia.

O diretor Sidney Lumet ( dos também ótimos “Rede de intrigas”, “Sérpico” também com Al Pacino e do “Assassinato no Orient Express” baseado no livro homônimo de Ágatha Christie) pegou uma história real que ficou famosa na mídia nos jornais da década de 70 e transformou-a numa obra-prima, com a ajuda da excelente atuação de Al Pacino que está hilário no papel do ingênuo (mas não idiota) assaltante que, no meio da conturbada (e divertida) negociação dos reféns com a polícia, discute indiretamente valores da sociedade, preconceitos e mídia. Imperdível.

Em “Fargo”, parece impossível mas os irmãos Coen (o produtor Ethan e seu irmão diretor Joel – do “The big Lebowski”, the dude, o cara” e dos recentes “Queime depois de ler” e “Onde os fracos não têm vez” - me lembram fisicamente a dupla gaúcha Kleiton e Kledir) conseguem misturar num mesmo filme assassinato, seqüestro, desvio de dinheiro e  um monte de mal-entendidos numa envolvente e entroncada trama com cenas ora violentamente perturbadoras, ora extremamente divertidas.

A excelente atriz Frances McDormand (a mãe superprotetora do adolescente aspirante a jornalista de “Quase famosos” – leia sobre esse excelente filme em dezembro de 2009) está ótima (como sempre) como a policial, desajeitada e grávida, escalada para desvendar o sequestro e os assassinatos. E a curiosidade desse filme é que os diretores confessam nos bastidores que a história não é verídica, nem mesmo "baseada numa história real" como anunciam nos créditos do filme.

“Mississipi em chamas” é um drama policial da década de 80, dirigido pelo aclamado Alan Parker (dos também ótimos “Asas da liberdade”, “As cinzas de Ângela”  e “Expresso da meia noite”, “Coração satânico”) que se baseia numa história real, na América dos anos 60, e mistura assassinato, apartheid, racismo, discriminação, numa época em que a Ku Klux Klan estava no auge de sua fúria nos EUA, e o filme conta com atores excelentes como Gene Hackman e Williem Dafoe, como dois policiais escalados para desvendar um crime racial. Suspense policial em um filme quase documental de uma época histórica, com ótimas sacadas "hollywoodianas" e boas doses de tensão fazem desse filme um clássico imperdível. Prá quem ainda não viu, vale “o ingresso”, e quem já viu, nunca é demais rever esse excelente filme.

Em “O profissional”, o excelente ator francês Jean Reno, um matador de aluguel,  contracena com a ainda menina Natalie Portman (de “V de vingança” e “Closer, perto demais”) num filme que mistura muita adrenalina, tráficos de drogas e corrupção policial, amenizados apenas pela bela música de Sting "Shape of my heart".

E a imensa lista continua com “Crash, no limite”, “Os infiltrados”, “Golpe de mestre”, “Era uma vez na América”, "Os intocáveis", “Los Angeles, cidade proibida”, “Sindicato dos ladrões”, “Veludo azul”, “Taxi driver”, “Chamas da vingança” e o recente “Bastardos inglórios” (texto e trailer sobre esse filme, aqui no blog, em maio de 2010), e os brasileiros "Tropa de elite" e "Cidade de Deus" são apenas exemplos dos melhores do ramo.

Tem gente que só se contenta com “pelo menos 10 cabeças rolando” prá que o filme seja “assistível”, ou seja, tem que ter muita ação senão o fulano “dorme em cena”, já outro grupo diz que só vai ao cinema “prá se distrair”, se recusando a ver filmes com cenas de violência mas, como quando falei de filmes de lutas de boxe (link abaixo), para mim, cinema é arte e para agradar a “cabeças pensantes”, os filmes têm que ter história, enredo, conteúdo, podendo ir de comédias românticas a violência explícita, pois o cinema em primeiro lugar é uma escola de vida e não podemos viver só de fantasias (leia o texto “Fantasie sua vida” em maio de 2010), e infelizmente temos que nos inteirar da violência do mundo que nos cerca, e como no cinema, a vida nem sempre é só entretenimento.
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2010/01/filmes-de-lutas-de-boxe.html




 




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...