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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Rei Arthur nada tem a ver com Carlos Magno (alguém conta essa pro Temer)

Olimpíadas, o golpe do impeachment, jogos paralímpicos, e agora eleições... tudo isso me deixou um pouco afastada do blog (mas não do cinema, óbvio) e assim, já com muitos me cobrando a volta dos meus textos, eis que uma amiga (que curte o que escrevo, inclusive minha verve politizada) me pede um texto (para uma ajuda na conclusão de curso da sua filhota) sobre a fábula do “Rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda no cinema.

Amo ler e escrever sobre fábulas e fantasias. Ainda mais depois do nosso “queridíssimo” usurpador do poder Michel Temer(oso) ter confundido (what???!!!) o imperador Carlos Magno (figura histórica que comandou o verdadeiro império sacro romano) com o rei Arthur (herói lendário britânico, folclórico e imaginário, que até pode ter sido inspirado em algum bravo soldado da Grã-Bretanha).

Confundiu???!!! Disse Temer, em uma entrevista recente ao jornal O Globo: Eu me sinto como Carlos Magno... quando eu tinha 11 anos, ganhei um livro chamado Carlos Magno e os doze cavaleiros da Távola Redonda. Mas afinal, o que tem a ver o “cú com as calças”???!!! Uahuahuah.

Uma pausa para reflexão: costumam reclamar de gafes de políticos semi-analfabetos, mas o que dizer de um presidentO golpistO que adora posar de intelectual, que se acha um poeta (poesia nada poética, bem ruim diga-se de passagem), que adora citar frases em latim (pimentorium in annus outrem refrescus est”... kkk) e se gaba com discursos sempre repleto de mesóclises (o povo brasileiro? “fude-lo-ei)...



E, no entanto, numa entrevista previamente marcada (portanto numa situação confortável sem estresse), o tal FrankensTemer consegue confundir um imperador romano (que realmente existiu) com uma figura lendária conhecidíssima de qualquer criança (minimamente inteligente e culta) como o único herói que arrancou a famosa espada “Excalibur” da pedra??!!

O tal presidentO (eternamente interino) é um engodo, não há dúvidas. Se ele ainda tivesse confundido Os Cavaleiros da Távola Redonda com Os Três Mosqueteiros, vá lá... (mesmo assim, seria um despropósito para quem tem um conhecimento básico literário), mas confundir com Carlos Magno???!!! Prova que ele é tão “fake” como a pseudo paixão da sua mulher de quarenta anos de diferença. Tão falso como o processo de impeachment que acabaram de nos enfiar goela abaixo...

Em tempo: a piada pronta dessa gafe e erro crasso do Temer é que não se sabe se ele queria se referir ao herói Arthur, pois o energúmeno pseudo intelectual misturou tudo, fazendo uma salada homérica (que asno!!!)associando os cavaleiros da Távola Redonda ao imperador Carlos Magno, esse sim um imperador que afanou o trono que era também de direito do seu irmão e de seus primos, ou seja, o usurpador Carlos Magno tem tudo a ver com Temer... Piada prontíssima!!! Uahuahuah.


Mas vamos voltar ao que interessa... afinal esse meu texto não é sobre personagens macabros e demoníacos... se bem que o FrankensTemer está mais para terrir do que para terror... E, para finalizar, como disse o jornalista humorístico José Simão, sobre a nossa macabra política golpista: First, Temer out”. Uahuahuah. 



Dos inúmeros filmes sobre o herói fictício Rei Arthur, a minha eterna paixão cinematográfica, no gênero aventura, é “Excalibur” da década de 80, e também amo o longa metragem de animação A espada era a lei”, dos Estúdios Disney da década de 60.

E, como comédia, não dá para não lembrar de “Em busca do cálice sagrado”, com o nada mais nada menos grupo no-sense” Monty Python, famosos e hilariantes comediantes britânicos dos anos 70, e ainda tem a bela montagem clássica “Camelot” dos anos 60, e muito muito mais (a lista ultrapassa a marca de trinta películas, isso sem contar as séries, quadrinhos e outros).

Arthur foi um rei lendário da antiga Grã-Bretanha que teria vivido entre o século IV ou V da nossa era (alguns estudiosos acreditam que Arthur realmente existiu e viveu na Grã- Bretanha, mas não há provas históricas/arqueológicas que provem com exatidão essa crença).

As chamadas lendas arthurianas juntam fatos históricos, religiosidades, mitos e contos populares para contar a história do jovem que, ao arrancar a espada de nome “Excalibur” fincada na pedra (em outra parte ou versão da história, a  “Dama do Lago é quem entrega a espada a Arthur) ganhou o direito de governar os bretões da cidade fictícia de Camelot e da ilha de Avalon. 



Segundo a lenda, Arthur foi abandonado pelos pais e então foi criado pelo mago Merlin que tornou-se seu amigo e mentor. Arthur se casa com a bela Guinevere que, no entanto, se apaixona pelo seu amigo Lancelot, um dos cavaleiros da Távola (mesa) Redonda, enquanto isso tem um filho com sua meia-irmã Morgana.

Em A espada era a lei” (The Sword is a in the stone) os estúdios Disney nos brinda com uma bela versão animada da história do herói fictício.


A lenda foi se ampliando através dos séculos, sendo acrescidas histórias folclóricas com os outros cavaleiros da Távola, tais como Tristão (Tristão e Isolda), e inclusive histórias religiosas do Santo Graal (que seria o cálice que Jesus usou na última ceia).

“Em busca do cálice sagrado” (Monty Python and the Holy Grail), do eterno e hilário grupo humorístico dos anos 70, o famoso e inesquecível Monty Python, é uma comédia no-sense que mistura esses vários contos fictícios.



“Camelot” (nome da cidade e do castelo lendários de Arthur, na Grã-Bretanha) é a versão clássica dos anos 60 para o cinema, com Richard Harris no papel de Arthur, e com a ainda jovem, e sempre bela e elegante Vanessa Redgrave no papel de Rainha Genevere (ou Genebra). 



Na década de 90, a produção francesa Les Chevaliers de la table ronde” foi teatralizada com uma canção homenageando o mito dos cavaleiros fictícios.



Já o “Rei Arthur” de 2004, que teve como elenco os atores Clive Owen e Keira Knightley nos papéis principais, tenta provar que o rei lendário um dia realmente existiu. 



As brumas de Avalon (The mists of Avalon) traz a atriz Julianna Margulies no papel de Morgana que conta a história da cidade fictícia Camelot na Grã Bretanha, e da saga do rei Arthur, sob a visão das sacerdotisas da ilha de Avalon. 




No último evento de cultura pop, o Comic Con 2016 (que aconteceu em meados de julho em San Diego, na Califórnia), foi apresentado o trailer da mais nova versão do Rei Arthur”, do diretor Guy Ritchie, que só irá para a telona no início de 2017.




Postado por Rosemery Nunes

domingo, 5 de junho de 2016

Atenta para o que levas no “Bolso”: “Monstro” ao invés de “Mito”



Demoro, além do normal, para começar esse texto, com tantas indagações sem respostas... De tão atônita, mal consigo encontrar palavras para descrever meu escárnio e minha ânsia de vômitos diante de tamanhas atrocidades do novo século.

Petrificada, diante do recente caso de estupro coletivo (da menor de 16 anos por mais de 30 homens), principalmente por conta da reação escrota de certa gentalha nas redes sociais... Uma delas, essa coisa indizível de apelido Lobão que ousou dizer que “o país é uma fábrica de mini-putas” (ele devia então incluir, nessa lista, a mãe da filha dele, que era sua prima, e que ele se envolveu, quando ela tinha apenas 17 anos, ele já um homem formado de uns 30 anos), gentalha que tem coragem de culpar a vítima de estupro apenas por não ser “recatada e do lar” (a tal prima do Lobão, por exemplo, posou nua, na capa do disco dele, “O rock errou”, nos anos 80) e, apenas por isso, “merecedora de ser estuprada”, dentro da “lógica machista do estupro”...




E, perplexa, diante de uma foto de jovens formandos de Medicina, todos vestidos “a rigor, de beca”, com placas enaltecendo o hipócrita “BolsoMito” (cujo pensamento vai totalmente contra o juramento de Hipócrates), eu me pergunto: até quando vai essa escrotidão (com a palavra sem tachado mesmo) nesse nosso mundo cão?

E, estarrecida, me volta à lembrança as recentes passeatas, quanto aos adeptos do retorno da ditadura militar... A verdade é que o mundo sempre teve (e sempre terá) figuras esdrúxulas (e, no mínimo, risíveis) com mentalidades retrógradas, como é o caso do Jair Bolsonaro (vulgo BolsoMito ou BolsoMonstro ou também Boçalnaro) que não fica atrás de outras, igualmente caricatas, como Silas Malafaia, Marco Feliciano, e também Donald Trump nos EUA (todos homofóbicos, racistas, sexistas, misóginos e por aí vai), que se aproveitam de grandes calamidades públicas e de convulsões sociais para se autopromoverem, à custa da pouca capacidade intelectual/reflexiva e também da pouca memória e do escasso conhecimento histórico da população como um todo.

O professor de Filosofia, História e Ciências Humanas Leandro Karnal também se sente consternado, e “fracassado” como educador, diante dos últimos acontecimentos, todos dignos de “fim dos tempos”. O professor compara, ironizando, o deputado BolsoMonstro com Lord Voldemort (personagem macabro do ator Ralph Fiennes, no filme “Harry Potter”) e usa a mesma brincadeira do filme em que o nome do malévolo (“você sabe quem”) deve ser evitado, porque não se deve pronunciar o nome do demoníaco para não invocar o mal para si (hilário, uahuahuah).




A tal “lógica do estupro” não é de hoje... o deputado Paulo Maluf, nos idos anos 90, disse em alto e bom som na TV, “estupra, mas não mata” (quando diante de caso semelhante ao atual), e o Bolsonaro recentemente em um bate-boca com a deputada Maria do Rosário (que interpelava-o, dizendo a ele que o mesmo incentivava a violência) disse, revidando, “só não te estupro porque você não merece” (na discussão, ele dizia que “não era um estuprador”, mas...), e no dia seguinte, em uma entrevista para um jornal sobre o ocorrido, onde poderia ter se desculpado, alegando “ter ficado nervoso” e, irritado, ter “falado o que não devia”, mas ao contrário, ainda reiterou dizendo que “ela não merece ser estuprada porque é feia, não faz meu gênero, por isso jamais a estupraria” (é a velha e escrota “lógica do machismo”, como se o estupro fosse um “prêmio” apenas para as “gostosas”).

Ou seja, o deputado Boçalnaro reforça, em público, o que já sabemos há muito da nossa sociedade machista e patriarcal que, além dessa escrota “lógica do estupro”, também não vê “nada demais” homem escarrar, no sinal, de dentro do seu carro, coçar o saco no bate-papo nas esquinas, e botar o “pau prá fora” em qualquer muro ou árvore pelo caminho “para mijar quando está apertado” (eu perdi a conta de quantas vezes tive que me desviar dessa cena esdrúxula desde a minha pré-adolescência até os dias de hoje em eventos populares de rua)... é um contrassenso... ao mesmo tempo rotula-se a mulher como “não recatada” e “merecedora de  ser estuprada”, apenas por ser “gostosa” (pois muitas, não necessariamente, nem mesmo estão com decote ou minissaia, ou qualquer outra roupa ou conduta que a desabone).

Para dar um fim definitivo a essa cultura machista, temos que começar a mudar nossa postura  (de ambos os genitores) dentro de casa, com os nossos meninos desde tenra idade respeitando as suas irmãs, primas, vizinhas, colegas de escola (meninas são crianças, e não “novinhas”, como se propaga nas músicas do estilo funk, em propagandas, etc) mudando os costumes entre os gêneros (como deixar de urinar na rua, parar de expor e de valorizar em excesso o pênis do menino como um “troféu”, em detrimento da vulva da menina vista como algo “impuro”, parar de ensinar piadinhas sexistas entre os gêneros, e por aí vai).

O belo vídeo “Dear Daddy” (“querido papai, nascerei menina... faça tudo o que puder para que isso não seja o maior perigo da minha vida”) mostra como nós mulheres desde o nascimento temos que batalhar ainda e muito (ainda mais diante de muitas mulheres que, sem noção, se dizem antifeministas e ainda reforçam o machismo dos homens) para conquistar o direito de ser mulher nesse mundo (e existe mulher que ironiza o movimento feminista), como bem disse Simone de Beauvoir, no seu livro “O segundo sexo” nos anos 50 (“não se nasce mulher, torna-se mulher”).




Por tudo isso, concordo que o deputado Jean Wyllis errou ... afinal, daquela distância ficava difícil acertar o cuspe em cheio (Uahuahuah). Porque, falando sério, Jean Wyllis fez pouco, por tudo o que esse crápula fez, faz e, pelo visto, vai continuar fazendo... BolsoMito merece sim (principalmente, pelas mulheres que ele diz “merecedoras e as não merecedoras” de serem estupradas) não só ser cuspido, mas escarrado e vomitado por todas as pessoas de bem desse país. 

O BolsoMonstro já se declarou favorável à tortura e confirmou isso ao enaltecer um torturador em plena casa democrática, no caso o Congresso Nacional – defensores do tal malévolo, sem nenhuma noção humanitária e histórica, ousam comparar torturadores com os guerrilheiros, mas torturadores, que mundialmente são incluídos nos chamados Crimes contra a Humanidade, são funcionários que recebem salário para torturarem friamente um opositor capturado e indefeso.

Civis só se tornam guerrilheiros, quando não mais têm uma opção pacífica, nas lutas contra injustiças sociais (como foi o caso de Nélson Mandela, preso injustamente como “terrorista” que ele nunca foi e depois ganhou o Prêmio Nobel da Paz) ou quando a democracia e os direitos civis como liberdade de expressão encontram-se aniquilados e os indivíduos são submetidos a torturas apenas por serem contra um regime (como foi o caso dos nossos guerrilheiros na nossa ditadura militar, e de muitos outros que lutaram contra as torturas de Franco na Espanha, na ditadura de Pinochet no Chile, e por aí vai...). E guerrilheiros não são bandidos, ao contrário, como são civis sem porte de armas, muitos desses grupos se viram obrigados a assaltar bancos e outras instituições para aparelharem o movimento libertário contra militares fortemente armados.

O tal Boçalnaro disse, no programa CQC, para a cantora Preta Gil que “relação inter-racial é pura promiscuidade, e que a cantora foi criada nesse tipo de família, desmerecendo e ofendendo a mesma... disse também em outro programa de TV (ao ser perguntado caso ganhasse as eleições, mesmo democraticamente, via voto) que “daria um golpe e fecharia o Congresso” (defensores do deputado alegam que “o Congresso só tem corruptos”, sim ninguém questiona isso, mas fechar o Congresso é regime ditatorial, totalitário/autoritário e, se o Congresso é o que é, a culpa é nossa, que os colocamos lá, e dos próprios deputados que não têm interesse de mudar as regras eleitorais hoje vigente).

Boçalnaro diz também que “desce a porrada se vir dois gays se beijando na rua” (qual a afronta aí?? uma vez que, se isso agride a “moral e os bons costumes”, ninguém “desce a porrada” quando nossas meninas se deparam com um homem com o “pau prá fora” mijando na rua)... diz que “voto não vai mudar nada” (mas ele insiste em dizer ser “um “democrata”)... diz que tem que ter “uma guerra civil e morrer uns 30 mil começando pelo FHC” e, não satisfeito, complementa “se vai morrer uns inocentes, tudo bem”

Óbvio que, na prática, serão os pobres e indefesos os tais 30 mil que vão morrer numa guerra civil (os corruptos do bem”, da “high society”, é que não serão). Mas provavelmente é esse o real objetivo do BolsoMonstro, acabar de vez com a pobreza crônica do país, uns matando os outros... mas quem vota nesse crápula deveria lembrar que, historicamente, a desigualdade social, a migração dos nordestinos para o sul/sudeste, o coronelismo, o voto de cabresto, e demais mazelas da nossa sociedade já estão aí há pelo menos um século, num país governado a maior parte do tempo pela direita.

Uma direita que prega o empreendedorismo e o neoliberalismo como saída para “acabar com a pobreza e vencer na vida” (mas é a mesma direita que historicamente nunca resolveu a pobreza, a corrupção, o coronelismo, o voto de cabresto no Brasil); nessa hora relembro o professor Leandro Karnal, num dos vídeos lá no início do texto, quando ironiza sobre a “filosofia do empreendedorismo” (que pode até ser uma ótima dica para quem já nasceu em berço de ouro), da autora do livro de autoajuda “O segredo”, caso diante de um precipício: “pensa, mas pensa forte, que você tem asas e pode voar” (Uahuahuah).

Portanto, é  óbvio que todas essas mazelas da nossa sociedade não são “invenções da esquerda” (que mal chegou ao poder agora na última década) e muito menos do comunismo (que nunca foi implantado por aqui, e os representantes comunistas mal têm representatividade nos governos)... ou será que alguém tem dúvidas, por exemplo, de quando foi escrito “Vidas secas” e “Grandes Sertões: veredas”???!!!

A conclusão que se chega é que, quem vota num cara que, descaradamente, fala coisas como esse factóide, idolatrado como “Mito” (que não são “apenas falácias de um mito”, as falas de “você sabe quem” estão todas aí na internet, saindo diretamente da boca com hálito de enxofre do próprio, prá quem quiser conferir), das duas uma: ou o eleitor dele não tem a mínima ideia de quem ele é, ou então se tem, e concorda com o “devil”, então é um ser tão desprezível e abominável quanto o próprio (o vídeo abaixo faz um resumo da história de vida do falso Mito).



Um crápula como Bolsonaro deve ser escorraçado definitivamente da vida política/pública pois está há mais de duas décadas na política sem um único projeto aprovado para o povo, apenas complementando o seu “pé de meia” na política (e de toda a sua família), uma vez que já vive de rendas (é militar da reserva, de onde deveria ter sido expulso por indisciplina e conspirações conforme denúncias no vídeo anexo) e apenas colecionando ofensas com seus discursos de ódio e violência Brasil afora... 

Se alguém ainda tem dúvidas, o site Ranking dos Políticos (site não governamental que não aborda discussões polêmicas como sexualidade, aborto e sim pontua o político quanto à sua atuação política, sua assiduidade, suas propostas de leis sociais aprovadas ou não e por aí vai) traz o político Jair Bolsonaro com pontuação negativa de -119 pontos (quanto mais negativo, o político não mais deveria ser votado)

Quando um candidato da estirpe malévola como a desse Bolsonaro, ao ganhar quase quinhentos mil votos numa eleição estadual para deputado, a conclusão que se chega é que... ou a sociedade está sendo manipulada pelo tal, que passa uma imagem falsa de “caçador de corruptos” e “defensor da família”, e pela mídia que dá cartaz a quem não tem méritos (o vídeo abaixo reforça a veracidade da história revelada, eu mesma conferi, sobre “você sabe quem”)...




Ou então, ao concordar com as falácias do tal, então conclui-se que há algo muito errado com essa nossa sociedade, pois se encontra muito longe do conceito de cidadania e de civilidade, estando bem próxima da barbárie. Muitos reclamam da ditadura da esquerda (de países como Coréia do Norte, China, Venezuela, Cuba e outros) mas não percebem que incentivam através desses candidatos macabros os mesmos totalitarismos, com a única diferença é que são de extremíssima direita.

E os tais religiosos (religiosos???) Malafaia e Feliciano e quase toda a bancada evangélica do Congresso (que não representam o povo espiritualizado das diversas religiões do nosso país) não ficam prá trás nesse tipo de discurso não cristão, homofóbico, sexista, misógino, racista e segregador, porque, acima de tudo, toda e qualquer religião prega misericórdia e compaixão para com todos, especialmente para com os errantes. 

O filme alemão “Look who’s back” (“Olha quem está de volta”) foi rodado agora, na Alemanha de 2014,  em pleno governo de centro direita da Chanceler Ângela Merkel, com o país imerso em uma onda de descontentamento geral (não só na Alemanha, mas também nos EUA, na França, na Grécia, em toda a Europa e na Ásia, com greves, desigualdades sociais, desempregos, inflação, grave crise econômica no sistema capitalista, problemas iguais ou piores que as nossas mazelas).

O filme (já disponível no Netflix, com legendas em português) é uma mistura de ficção, mockumentário (nome dado a falso documentário, baseado em fatos mas nem sempre reais), pastelão e cenas de “terrir” (“humor negro”), tudo ao mesmo tempo, o que aparentemente seria impossível de se imaginar num mesmo filme. 

Vindo talvez, quem sabe, de uma terceira (ou quarta) dimensão, Hitler se materializa como numa máquina do tempo (provavelmente não ressuscitado, porque estaria fora de cogitação, uma vez que essa prerrogativa, segundo os preceitos religiosos, em geral, caberia aos homens santos, o que não é o caso do ditador alemão).

Então... imagina Adolf Hitler “ressuscitado”, retornando à Alemanha, em pleno século XXI, para continuar seu projeto (interrompido) de total extermínio das “raças impuras”? O ditador, no entanto, é confundido com um comediante, facilmente se infiltrando na sociedade atual alemã... essa é a proposta desse genial filme germânico (“Look who’s back”) do livro homônimo de Timur Vermes, dirigido pelo alemão David Wnendt.

Hitler “ressuscita” em meio ao descontentamento geral da população alemã com a penúria e a carestia (contra os 1% estão os “We are 99%” dos diversos movimentos “Occupy” Wall Street, London, Athens, etc ) e intensa xenofobia, numa aversão aos “inimigos vermelhos terroristas”...na verdade, poderosos empresários e líderes religiosos a apoiar forças políticas extremistas, com figuras “carismáticas” (entre aspas, óbvio) que prometem “consertar” (pura bravata) esse mundo cão (pois nada como uma nova guerra, onde poucos lucram muito, e a única coisa que se perde são vidas humanas... mas afinal, “o que são vidas humanas, quando o capitalismo selvagem só visa lucro??...”).

O diretor escolheu um ator praticamente desconhecido do grande público alemão, de nome Oliver Masucci, para viver o papel de Hitler, porque o objetivo era gravar algo nos moldes do longa “Borat” ( o filme estreante surreal de Sacha Baron Cohen) para checar a reação do povo alemão diante do líder nazista ressuscitado, e realmente o ator impressionou o público nas ruas  provocando as mais diversas reações no transeuntes nas ruas de várias cidades da Alemanha (no início  do filme, as cenas foram feitas com tomadas de câmeras escondidas, tal qual em “Borat”, daí os que não aceitaram a veiculação da própria imagem aparecem nas cenas com tarjas nos olhos).




No filme alemão, a história começa transcorrendo pela verve da comédia politicamente incorreta, mas para nossa surpresa, a tal aparente história “non-sense” vai tomando um seríssimo papel crítico social (com disfarce cômico de humor negro) e, se não verdadeiramente temos o líder nazista numa “dimensão paralela”, o filme imediatamente nos remete para a nossa realidade dimensional, e percebemos que, em pleno século XXI, infelizmente, os mesmos conceitos do famoso líder nazista continua enraizado em muitos na nossa sociedade, como vemos na fala do escroto Bolsonaro, Malafaia, Feliciano, Donald Trump, para citar só alguns.

O dramaturgo e poeta alemão Bertold Bretch  deixou escrito que “a cadela do fascismo está sempre no cio”. O recrudescimento do radicalismo e do totalitarismo sempre tendem a querer voltar e se impor... tal qual o “ovo da serpente que, através das suas finas membranas translúcidas, pode-se claramente perceber o réptil já formado no seu interior”, como declarou o personagem médico fascista que o diretor sueco Ingmar Bergman retratou no seu filme “O ovo da serpente”, dos anos 70.

“Qualquer um que fizer o mínimo esforço poderá ver o que nos espera no futuro”, insiste o personagem fascista de “O ovo da serpente” (assistindo ao filme, associaremos imediatamente esta frase às declarações dessas figuras esdrúxulas do nosso atual cenário político brasileiro aqui citadas), diante dos primeiros passos da ascensão de forças radicais ultra-conservadores que fez ressaltar as tendências egoístas e individualistas de uma sociedade então dividida, principalmente jovens cronicamente alienados (politicamente falando) e insatisfeitos com o “status quo” e por isso mesmo facilmente manipuláveis (tal e qual a nossa sociedade atual), que desembocaria no surgimento do nazismo na Alemanha, nos anos 30-40, com todas as atrocidades e crimes contra a Humanidade que todos conhecemos.




E não precisamos ir longe, pois pode ter certeza, todo cretino e mau-caráter sempre fala “em nome de Deus e da família tradicional” sempre em vão (é só confirmar no vídeo do humorista Chico Anízio, satirizando os políticos da época do impeachment do Collor, que de nada soa diferente aos discursos do atual impeachment).




O filme alemão é genial e conta com homenagens divertidas de clássicos como “A queda: os últimos dias de Hitler”, na famosa cena que, inclusive, já foi parodiada a torto e a direita em toda a web (no vídeo abaixo, foi usada a tal cena numa paródia, para criticar o polêmico final do famoso seriado americano “Lost”... uahuahauah).




Discursos de ódio, aparentemente voltado só para corruptores, associado a “esperança de dias melhores” (bem sabemos, que não foi assim que aconteceu após Hitler chegar ao poder) – esse é o terreno fértil para que, qualquer indivíduo que sinalize “inimigos” a serem combatidos ganhe seguidores ... lá fora, são os muçulmanos e refugiados os inimigos (na Europa e nos EUA)...

Já no Brasil, inicialmente são os corruptos os aparentes inimigos, mas com o “golpeachment” já revelado, é óbvio que os corruptos do bem vão continuar por aí; na verdade, os verdadeiros inimigos são os pobres e negros disputando espaço (nos aeroportos, nas faculdades, nos shoppings) com a elite brasileira branca “ariana” (a postura de líder é apenas um pretexto para direcionar o ódio pessoal, interpelado e disfarçado, às minorias), e assim encontraremos milhares de pessoas (os tais 500 mil votantes do BolsoMito) a seguir novamente o seu “Führer” (leia-se Bolsonaro no Brasil e Donald Trump na América).

O filme é um alerta para o povo alemão (e para nós também, com um “filhote de cruz credo” da estirpe maligna do Bolsomonstro na nossa política) que mostra o papel maquiavélico da mídia, promovendo e incentivando (por conta do Ibope) programas de imbecilidade (criticados pelo “próprio Hitler”) no intuito de deixar o povo alemão bem alienado (qualquer semelhança com o nosso povo, não é mera coincidência), uma vez que a História insiste em se repetir, apenas ganha novos rostos (como os de ultra extremíssima direita Bolsonaro, Malafaia, Feliciano, Donald Trump, o neonazista austríaco Norbert Hofer que, por um triz, não venceu as eleições na Áustria)... cabe a nós decidirmos se queremos um novo “Führer” de volta...

Em tempo: daqui em diante tem alguns “spoilers” de diálogos e cenas relevantes do filme que podem tirar um pouco do suspense do desenrolar da história, assim para quem quer assistir e não deseja revelações prévias, recomendo que termine o texto só após assisti-lo.

O filme alemão é um verdadeiro “soco no estômago” pois consegue contextualizar Hitler para a nossa realidade e mostrar que, apesar de todas essas décadas, desde a morte do líder nazista, continuamos ainda flertando com a barbárie – xenofobia, linchamentos, preconceitos, intolerâncias –  uma vez que, em 1933, Hitler foi levado ao poder pelo voto popular, e o próprio Hitler ressuscitado (que muitos confundem com um comediante cínico) diz, categórico, numa das falas do filme: “no começo, ninguém me levou a sério, todos também davam risada” (Donald Trump que o diga, e Bolsonaro não fica prá trás).

E, diante dos 500 mil votos dados ao deputado Bolsonaro (figura tragicômica e facilmente caricata, também risível e não digna de crédito) que vem alcançando ibope inédito (com sérias pretensões a se candidatar a presidência da República) com a sua “pregação” de leis de extermínio de minorias dignas de um malévolo, deixo para nossa reflexão um diálogo emblemático do filme alemão, que cabe muito bem nos dias de ontem, hoje e sempre:

– “Você é um monstro”, diz o protagonista do filme a Adolf Hitler.
Ao que o então ditador alemão “ressuscitado” retruca:
– “Eu sou um monstro? Então é melhor você culpar também aqueles que elegeram esse monstro. Pois eles eram todos monstros? Não, eles eram pessoas normais... E eles me elegeram porque, no fundo, elas são como eu, têm os mesmos princípios que eu, conclui Hitler.

domingo, 15 de maio de 2016

Cena 5 Tomada 2: e a escrotice, digo, estranheza continua... (haja viseira!!!)





Não teve jeito... como acontece no cinema, tive que pegar de novo a “claquete” e fazer a “continuação” do meu texto anterior (“O mundo está muito escroto estranho”) por conta das “queixas” por eu ter deixado de fora do texto (justamente quando eu tento fazer um texto menos extenso, rsrsrs) um monte de outras escrotices estranhezas que tem proliferado nesse nosso mundo cão...porque de Deus é que provavelmente não é...

Porque até Jesus tenta amar a todos sem exceção, mas tem gente que nem Jesus tolera, porque é uma gentalha individualista que faz questão de andar com uma viseira de cavalo obstruindo a noção de visão coletiva de mundo... E quem não me deixa mentir é ele mesmo... sim, ele mesmo, “Jesus”, na esquete do ótimo “Porta dos Fundos”: “...não amo porque é babaca... e retuíta Bolsonaro”... (Uahuahuah, e é a pura verdade, Jesus com certeza preferiria um ateu espiritualizado a um pseudo cristão egoísta e nazifascista em potencial).



Pois é... uma das “reclamações” é que muitos não sabiam (e pediram mais detalhes) do boicote fascista aos humoristas do citado grupo internauta... pois é verdade... o excelente time de humoristas foi boicotado por conta de suas esquetes políticas, mas apenas aquelas esquetes que ironizavam os “malvados favoritos” da direita é que irritaram os internautas e assim criou-se uma onda reacionária que culminou no tal boicote fascista (mas os deboches relacionados aos “malvados favoritos” da esquerda foram, no entanto, bem aceitos ou, pelo menos, quem não curtiu não boicotou o grupo).

Em “Questão de Ordem”, o famoso grupo se revela hors concours no quesito ironia e deboche, ao mostrar o escracho político ao máximo, na atuação dos “atores” integrantes do nosso “Esgoto Nacional” dignos de um filme de “terrir”... e ainda tem fascistas babacóides (que, com certeza, vão ter que arranjar “outro pistolão prá ir pro céu”, uahuahuah) que têm coragem de boicotar a única coisa “séria” e sensata nesse nosso mundinho escroto político de merda.



Nesse universo de gente escrota estranha, a filósofa e escritora brasileira Márcia Tiburi, no seu livro “Como conversar com um fascista”, ensina que “é preciso resistir”, porque não é incomum nos depararmos com um desses “fascistas em potencial” dentro de nossa própria casa, do nosso lar, na nossa vizinhança, no nosso condomínio, no nosso bairro, no nosso ambiente de trabalho...

E, como não podia deixar de ser, o cinema traz belos exemplos desses tipinhos do nosso dia a dia...“A outra história americana” (“American History X”) é um excelente filme norte-americano que conta a história de uma mãe que tenta a todo custo mostrar ao filho (um adepto do fascismo/neonazismo, personagem do ator Edward Norton) o equívoco de suas escolhas reacionárias, mas infelizmente o filho vai aprender, do jeito mais triste e sofrível possível, que a mãe sempre teve razão, e quando enfim ele reconhece é tarde demais, porque a semente do ódio já estava impregnado no seu próprio irmão caçula que será a maior vítima da sua intolerância.



Em seu livro, Márcia Tiburi cita o filósofo alemão Theodor Adorno (que, em meados do século passado, escreveu a “Dialética do esclarecimento” e “Educação após Auschwitz”), ressaltando a qualidade profética do filósofo alemão que percebeu desde então o apocalíptico afundamento da sociedade pós-moderna que sucumbiria em egocentrismo e ostracismo ideológico, e a visão do coletivo seria um obstáculo intransponível para uma sociedade com valores totalmente voltados apenas para o individualismo e o consumismo.

E num estudo psicossociológico com jovens americanos, o filósofo encontrou o que ele chamou de “fascista em potencial”, ou seja, Theodor Adorno já previa o despertar desse universo conservador, reacionário e antidemocrático incutido, e antes muito bem escondido, na atual sociedade contemporânea, mas que agora, ao contrário, vem aflorando e se revelando cada vez mais (ao nível mundial, incluindo também o Brasil, que se confirma com a ascensão de políticos macabros como Donald Trump e Jair Bolsonaro, respectivamente), principalmente na virtualidade das redes sociais, onde as pessoas não mais se importam em serem más, as pessoas agora inclusive se vangloriam por terem má índole. 

O educador de Filosofia e Ciências Humanas e professor de História Leandro Karnal tenta entender e explicar o que leva pessoas de bem a se comportarem tão conservadoramente e tão irracionalmente resistem a um senso crítico de seus conceitos pré-concebidos.



Tiburi cita também, em seu livro, a filósofa judia Hannah Arendt que se dedicou a explorar o “vazio de pensamento” que assola a nossa sociedade contemporânea, a partir do que ela chamou de “banalização do mal”, fenômeno que percebeu nos torturadores da era nazista (e também visto em toda a América Latina, quando sob a ditadura militar) em que muitos desses carrascos alegaram (no caso em questão, o nazista Adolf Eichmann ao expor a solução final” para os judeus nos campos de concentração, durante o “Julgamento de Nuremberg”), estarem “apenas cumprindo ordens“apenas obedecendo aos seus superiores” (a tal banalização do mal), sem exercerem no entanto uma reflexão (o tal vazio de pensamento) crítica, ética e moral sobre o seu cruel comportamento.

O filme norte americano “O leitor” (“The reader”) é um ótimo exemplo desse devastador fenômeno de banalização do mal, onde a protagonista Kate Winslet encarna uma ex oficial nazista, apenas “cumpridora” dos seus deveres profissionais (tudo em nome do “dever cumprido”), que só refletiu sobre seus abomináveis atos décadas depois... (o problema é que alguns torturadores jamais se arrependem, como é o caso do tal General Ustra, venerado pelo macabro Bolsonaro no processo de impeachment, que morreu se vangloriando das torturas que professou durante a nossa ditadura militar, como um bem prestado à nação, por ter evitado o mal comunista, levando-nos à ditadura e às torturas do bem dos militares).




E, ao contrário, o belo filme alemão “A vida dos outros” (durante a “guerra fria”, todos eram vigiados em ambos os lados do ridículo maniqueísmo da época entre capitalismo e comunismo) é um magnífico exemplo cinematográfico de como essa banalização do mal pode tomar um rumo totalmente diferente, se o indivíduo fizer uso de uma reflexão crítica (questionando eticamente e moralmente as ordens a serem obedecidas e conceitos e paradigmas pré-estabelecidos) e estiver aberto a sentimentos de alteridade e altruísmo (no caso, o personagem espião da polícia secreta alemã, vivido pelo ator Ulrich Mühe, numa bela e imperdível atuação).





Agora, o que a filósofa Márcia Tiburi comenta surpresa no seu livro é o número de pessoas politicamente analfabetas, muitas delas letradas e pós graduadas. Uma passagem que me chamou a atenção no seu livro (principalmente porque pertenço a área médica) foi o relato surpreendente (para a escritora, mas não para mim, pois canso de topar com tipos idênticos) de uma médica que, de maneira bem ingênua, relata sua “experiência na sua profissão” para explicar porque é contra a legalização do aborto.

Ironicamente, a tal médica não percebe que, ao ser contra a legalização do aborto, ela incorre inevitavelmente na defesa da ilegalidade e da criminalização do aborto em si, uma vez que o aborto é uma prática que existe no Brasil convivendo na ilegalidade há pelo menos meio século, e que essa prática vitimiza apenas as mulheres pobres desassistidas, já que mulheres com bom padrão socioeconômico também praticam o aborto apesar de ilegal – tirem as viseiras e deixem de ser hipócritas – mas, ao contrário da população carente, sob total assistência médica/anestésica/hospitalar (apesar de toda a ilegalidade do ato).

A escritora comenta em seu livro que a postura da tal médica não é a “banalidade do mal” nem o “vazio de pensamento” (uma vez que a tal médica não parecia uma pessoa de má índole, nem sem discernimento entre o bem e o mal, ou entre o certo e o errado), mas que a tal médica com a sua postura assume o que Tiburi chama de “a malignidade do bem”, pois essas pessoas são dotadas de uma viseira individualista, envoltas em conceitos arcaicos de “céu e inferno e de pecado”, e não conseguem enxergar a hipocrisia desses supostos preceitos religiosos (mas totalmente desprovidos de espiritualidade), uma vez que nem tudo que parece certo é justo (e não conseguem enxergar que Jesus tinha justamente compaixão pelo incerto e pelo errante).

A tal médica é nitidamente uma analfabeta política por não buscar compreender o real objetivo da necessidade da liberação da lei em questão. É a viseira da “bondade potencialmente maligna” que só enxerga a “bondade” individualista (o ato do aborto em si como “um pecado”), sem perceber que a sua visão “bondosa” limitada contribui para a maldade imputada na coletividade (no caso, a comunidade carente desassistida, em contrapartida com a classe abastada que aborta com total assistência, mesmo ilegalmente).

E insisto, não são poucos os médicos com esse pensamento limitado, pois é o que mais vejo na minha profissão (e em outros profissionais graduados), esse analfabetismo político generalizado em aparentes letrados... imagina o povão... é por isso que a mídia corrupta “faz a festa”, informando mas na verdade desinformando e manipulando facilmente essa massa de manobra, tal qual uma “roda de bois mandados”. 

E, interessante, assim como eu que, apartidariamente, defendo essas leis sociais e também defendo o mandato da atual presidenta pelo simples fato de defender o voto de uma maioria democrática, independente da corrupção em torno da mesma (uma vez que os corruptores e corruptos têm que ser julgados, mas o mandato dela não) sou assim rotulada como petralha”, “comunista”, e nos mandam “levar prá casa o menor infrator”(e por aí vai a incoerência e a ignorância dessas pessoas desprovidas de argumentos convincentes), também o professor Leandro Karnal e todos os que apartidariamente pensam como eu, são também assim rotulados por esses analfabetos políticos do bem.

Tudo isso prova a tese da judia Hannah Arendt (abaixo trailer do filme sobre a filósofa), que foi chamada de traidora, defensora de nazista”, justamente por mostrar que o horror do Holocausto poderia ter sido minimizado, uma vez que também judeus participaram do destino de muitos aos campos de concentração e às câmaras de gás, simplesmente por “cumprirem ordens”, se recusando a serem humanos com ética e moral, não refletindo na consequência dos seus atos e atitudes cruéis (transportando para a nossa atualidade, o voto de pessoas de bem em figuras fascistas como Bolsonaro e Malafaia mostra o “colapso moral”, palavras da filósofa Arendt no seu discurso, em que se enquadra a nossa atual sociedade brasileira, incapaz do ato de pensar e de interrogar os porquês e de se questionar intimamente, antes de querer condenar negros e pobres a um destino ainda pior do que eles historicamente já estão condenados, antes mesmos de se tornarem possíveis infratores).



A lei visa descriminalizar o aborto e não incentivar o ato em si de abortar; ao contrário, ao descriminalizar o aborto, nós médicos seríamos procurados por essa comunidade carente (que assim não o fazem por conta do ato ser considerado hoje ainda um crime), antes de tentarem práticas cruentas e perigosas para abortar (que compromete, como vemos no nosso cotidiano da prática médica, inclusive a vida da gestante); e poderíamos assim antes tentar reverter o desejo de abortar (muitas casos são resolvidos com conversas com os familiares, e muitas inclusive desistem de abortar), e caso a paciente ainda assim insista no aborto, pelo menos sem a criminalização, nós médicos estaríamos legalmente autorizados no serviço público a dar os mesmos cuidados médicos que pacientes da classe abastada assim sempre o fizeram, independente da lei.

A mesma interpretação vale para a descriminalização das drogas pesadas, que deveria começar inicialmente pela legalização de drogas leves como a maconha (que já está provado cientificamente que não causa danos cerebrais ou morte), o que salvaguardaria a população (principalmente a de baixa renda) do acesso ao tráfico, que hoje é a única forma da sociedade conseguir a droga, que é uma escada sim, mas para que os traficantes ofereçam drogas mais pesadas (como cocaína e crack) aos usuários de drogas leves.

Na verdade esta é a única e real situação que leva um usuário de droga leve a experimentar uma droga pesada, ou seja, já está provado que uma droga leve não leva a necessidade de consumo de uma droga mais potente, mas é a proibição que leva o usuário a ter contato com todo o tipo de droga no esquemão do tráfico, e também é a proibição que cria um mercado negro com preços exorbitantes das drogas, o que leva a população carente a aceitar “emprego” fácil e rentável dentro do tráfico para custear inclusive o seu próprio vício; 

Assim, tornando o acesso às drogas através de controle e cadastro dos usuários dependentes estaria desmantelada toda a máfia do tráfico, num benefício final para toda a sociedade coletiva como um todo que, por sua vez, não precisaria ser armada (como querem os que defendem a suspensão do estatuto do desarmamento vigente), outro risco de aumento dos homicídios numa sociedade com tamanha desigualdade social, com os ânimos acirrados no trânsito, nas redes sociais, nos estádios de futebol e por aí vai

Para abrir de vez a mente e mudarmos a atual estratégia que não tem funcionado, existe uma gama de documentários comprovando as afirmações acima (inclusive ), tais como os brasileiros Cortina de Fumaça”e Quebrando o tabu”, e os estrangeiros Weed, parte 1 e 2 (o americano Dr Sanjay Gupta antes um ferrenho opositor à liberação da maconha conta porque mudou de opinião após se aprofundar no conhecimento da droga), The Union: the business behind getting high”, “Cannabis rising: the key in the loke”, “Run from the cure” (esses dois últimos sobre seu uso medicinal da maconha, dificultado pela proibição) e muitos outros.




Outro exemplo de analfabetismo político: o antes pacifista Nélson Mandela acabou aderindo à guerrilha (quando do massacre de Shaperville, quando civis desarmados foram mortos pela polícia sul-africana), participando de combates violentos e sanguinolentos (com mortes dos dois lados, entre civis e militares) e também participando de assaltos a instituições (já que eram civis desarmados e tinham que conseguir armas para lutar contra uma polícia sul-africana muito bem equipada) e a partir disso foi caçado sem tréguas, até que após mais de 20 anos preso injustamente como terrorista, foi solto, e enfim reconhecido com o Prêmio Nobel da Paz e voltou nos braços do povo (reconhecido como herói por quem ele tanto lutou e sofreu torturas) como presidente eleito democraticamente...

Assim foi o caso dos nossos guerrilheiros que eram inicialmente pessoas pacíficas e democráticas (o caso da nossa atual presidenta e também do jornalista e politico Fernando Gabeira, que também participou da luta armada contra a ditadura militar) que, no entanto, se viram obrigados a pegar em armas para lutar por nós contra a violência dos nossos policiais militares (que “suicidavam” nas celas jornalistas e outros que tentavam denunciar as torturas da era militar), guerrilheiros esses que os analfabetos políticos equivocadamente julgam como “terroristas”, “bandidos”, “assaltantes” e “comunistas” (coisas que nunca foram).

Ao contrário, assim como Mandela, os guerrilheiros lutaram por nós, pela volta da democracia que temos hoje. E se for preciso, para defender a democracia agora de novo em risco, muitos cidadãos de bem vão se entrincheirar e lutar (eu, inclusive) para defender o nosso estado de direito, a nossa democracia e a nossa liberdade de expressão, caso tomem de novo o país pela força.

O que não é o caso do deputado fascista Jair Bolsonaro, que finge ser democrata, mas ele sim um incentivador de golpe e guerra contra a democracia, uma vez que alegou que, mesmo se eleito (mesmo democraticamente) “daria golpe e fecharia o Congresso no mesmo dia” (isso é autoritarismo ditatorial contra o estado de direito numa democracia) e que “através do voto não vai mudar nada

O macabro deputado diz também ser “favorável à tortura”, e diz em alto e bom som que espancaria se visse um casal de gays se beijando na rua (mas falso e esperto, com medo de perder voto, anda agora bradando que não é homofóbico e outras coisitas mais) e incentiva uma guerra civil para que se morra uns 30 mil, começando pelo FHC” e se “vai morrer alguns inocentes, tudo bem” (todas as aspas são palavras do próprio macabro), além de racismo (disse a Preta Gil que relacionamento inter-racial é promíscuo), opiniões típicas de um verdadeiro nazi-fascista anti-democrático (vide abaixo)


De novo, outra interpretação equivocada dos analfabetos políticos: ao contrário do que pensam, o ideal (para os que pensam no coletivo, na sociedade como um todo, óbvio) é barrarmos a lei que visa diminuir a maioridade penal, uma vez que encaminhar pequenos infratores cada vez mais jovens para uma prisão conjunta com marginais adultos é prepará-los para aprenderem ainda mais a prática de latrocínio e outros crimes mais hediondos, ameaçando ainda mais toda a sociedade que acredita estar fazendo “um bem para a sociedade” (de maneira equivocada, no caso de pessoas de bem mas analfabetos políticos, e hipocritamente, no caso de pessoas de má índole mas muito espertas, tais como Bolsonaro) rebaixando a idade penal desses jovens ( o que não significa que não devam sofrer imputabilidade penal).

Qualquer pessoa com um mínimo de dignidade e compaixão sabe que nenhum recém-nascido nasce com má índole, os seus conceitos morais e éticos vão ser formados de acordo com o ambiente em que vive (e por conta disso, se exercermos nossos verdadeiros conceitos religiosos espiritualizados, temos que ter obrigação de dar uma chance para que todos possam ser regenerados); e todos bem sabemos como a sociedade protege hipocritamente os seus filhinhos nascidos em berço de ouro (mesmo os maiores de idade), na hora que cometem um delito ou uma infração, mas quando se trata de um menor carente (ou qualquer outro pobre, principalmente negro e de qualquer idade) julgam impiedosamente o tal, muitas vezes sem nenhuma chance de defesa (se pegos em flagrante, podem inclusive serem julgados e linchados ali mesmo).

O excelente filme argentino “Relatos Selvagens”, de 2014, conta numa das histórias (são seis histórias independentes, não interligadas, no mesmo filme) um acidente no trânsito provocado por um jovem rapaz, sob efeito de álcool, da alta sociedade, que atropela uma mulher grávida e foge sem prestar auxílio e a mesma morre (junto com o feto) ao dar entrada no hospital levada por transeuntes que a socorreram.

O desenrolar da história revela um jogo macabro, arquitetado pela família rica do rapaz para salvar a pele do mesmo (que nem era menor de idade, mas a mamãezinha dele insiste que o rapaz não vai suportar ficar atrás das grades), uma vez que a família da gestante morta não é abastada, mas também não é uma “joana ninguém” (ou seja, por ser a gestante da classe média, a repercussão na mídia foi estrondosa, à cata do culpado)... não dá para revelar mais, pois se trata de um filme recente que muitos ainda não viram, e revelar mais eu teria que fornecer “spoilers”, tirando o suspense final da história, mas quem assistir esse filme, vai se lembrar imediatamente desse meu texto em relação aos que realmente acabam “pagando o pato” nessas horas...



E, só prá lembrar: todas essas problemáticas do Brasil (drogas, aborto, tráfico, menores infratores e outras), nenhuma delas é invenção comunista, ou culpa da esquerda, pois assim como nunca teve comunismo por aqui, também proporcionalmente, em matéria de tempo, o país sempre foi reinado principalmente por uma direita que exclui cada vez mais os excluídos socialmente.

Ou seja, todas essas mazelas da nossa sociedade estão aí, no mínimo, há mais de meio século (e não aumentaram,  apenas estão mais expostas e discutidas abertamente, outrora muito bem acobertadas dentro da nossa “tradicional família, mídia e sociedade branca brasileira”) sob a batuta da direita conservadora e reacionária (o voto de cabresto, o coronelismo e outros vícios eleitoreiros são heranças da direita elitista que não tem interesse de deixar o poder para essa coisa chamada povo), e se as políticas proibitivas até hoje não surtiram nenhum efeito benéfico, muito pelo contrário, então está mais do que na hora de mudar.

E mais uma vez, o genial “Porta dos fundos” mostra de maneira cômica, mas trágica ao mesmo tempo, a farsa que há por trás do “suposto benefício” da redução da maioridade penal: “é só um bebê”... “estatisticamente, daqui a pouco vou ter que prender o garoto”... “vai anotando que o meliante é black block”).



O “Porta dos fundos” é uma crítica mordaz aos paradigmas de uma sociedade hipócrita e, como bem diz o criador do humorístico Antônio Tabet, quem não quer assistir aos esquetes, apenas não o acesse (isso sim é democracia, jamais aceitem um boicote fascista) porque o grupo vai continuar prezando a liberdade de expressão e a civilidade e não vai abrir mão da democracia, e “vai continuar tacando pedras prá cima” (para que caiam para qualquer lado e em qualquer direção), mas “jamais em minorias oprimidas ou em injustiçados históricos” (fundamental, diga-se de passagem), como diz Tabet, em recente entrevista.

E, quando acabar essa ridícula rivalidade política (digna de um “Fla x Flu”), os tais “fascistas em potencial” voltarão, quem sabe, o ridículo boicote de novo contra o grupo, por conta das esquetes altamente denunciatórias de intolerância, por parte de “religiosos” igualmente reacionários que julgam que o time de humoristas são “satânicos”, uma vez que a viseira não deixa que eles enxerguem que os tais comediantes ironizam, nas milenares passagens bíblicas, justamente a própria pseudo-espiritualidade desses tais intolerantes babacóides, como bem disse “Jesus” na esquete lá de cima (“O que foi, gente?”... em “A cura”, o grupo mostra a verdadeira compaixão de Cristo ao curar a única doença do sujeito, causadora do “fogo interno que o corroe”... Uahuahuah). Genial!!!



Postado por *Rosemery Nunes ("Adorável anarquista")

O mundo está muito escroto, digo, estranho e nada belo (nem recatado)





O mundo está mesmo muito escroto estranho... E não é só no Brasil... Uma enxurrada de pensamentos retrógrados e machistas e de figuras macabras e esdrúxulas tem tomado conta do novo cenário mundial... Na América, quem desponta nessa categoria é o Donald Trump, com suas ideias fascistas do alto daquela cabeleira ridícula de palha assada (ou seria, palhaçada?? uahuahuah).

Já no Brasil a lista é enorme, começando pelo deputado EduRato Cunha que, da sua cadeira cheirando a enxofre (relembrando o discurso inesquecível de um deputado do PSOL na votação do impeachment), apesar de réu corrupto confesso, continua presidindo o Esgoto Nacional, e que agora, sob o falso pretexto de salvaguardar a rede virtual de crimes cibernéticos, o malévolo tem pretensões de mudar o Marco Civil da Internet” (que foi amplamente discutido com a participação aberta ao público internauta até à aprovação em 2013), com propostas de emendas que restringirão gravemente os nossos direitos de liberdade de expressão na web, uma vez que a proposta do maquiavélico rato de esgoto só poupará os que tiverem foro privilegiado (por que será, hem??).



E essa lista de gente escrota estranha se continua com o deputado Jair BolsoMonstro (assista ao vídeo abaixo e descubra a razão do macabro apelido) que evoca e enaltece torturadores (mas, se tiver que “morrer alguns inocentes”, como bem diz o monstrengo no vídeo aí abaixo, que seja então os seus eleitores sem noção que pactuam com o macabro, e que o levem junto).


Não satisfeito, o tal devil distribui agressões verbais “a torto e à extremíssima direita nazifascista”, tudo em nome da família brasileira” e, pasmem, “em nome de Deus” (em vão, óbvio)... e por aí vai a baixaria, a pobreza de espírito, a sandice e a falta de vergonha na cara (ou de 54 milhões e 500 mil cusparadas a mais na cara do tal).




O desfile de escrotidão é digno de um circo de horrores, que vai desde os “agradecimentos” esdrúxulos dos políticos na votação do impeachment até o ridículo boicote fascista aos humoristas do “Porta dos fundos” por conta das esquetes políticas, quando os mesmos ironizaram os políticos de direita (mas não houve o mesmo boicote aos comediantes quando o deboche era voltado para os políticos de esquerda), passando pela agressão covarde da PM aos protestos dos estudantes secundaristas de São Paulo  (e por trás dessas agressões, rola a obstrução da CPI da corrupção da merenda em SP), que obrigou pais e professores a levarem denúncia inclusive à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 


E o mais grave de todos, estamos assistindo crianças de 5-7 anos de idade reproduzindo o discurso de ódio e intolerância dos pais, agredindo coleguinhas da escola, desenhando a presidenta enforcada e fazendo panelaço como se fosse mera brincadeira, num cenário real de crise de polarização tão grave por que passamos, a ponto de nos levar a uma guerra civil...




Apesar de todo esse escracho que assola nosso país e toda essa polarização escrota, onde a população defende com unhas e dentes o seu “malvado favorito” (esperava-se que fossem corruptos apenas os políticos) como se fosse seu “time do coração”, eu vou me deter mesmo na reportagem mais escrota da hora, a da revista Veja, intitulada “Bela, recatada e do lar”...

A tal revista (aliás, alguém ainda tem coragem de ser assinante desse lixo??!!) se referia a Marcela, a esposa do nosso ainda vice-presidente Michel Temer, que publicou uma entrevista com a fulana (entrevista??!! a tal sequer abriu a boca...)


Aff!!! Que reportagenzinha medíocre e totalmente dispensável!!! Mas ainda bem que, apesar do mundo estar mesmo muito escroto estranho, ainda tem gente batalhando para desfazer essa péssima impressão de que o mundo não tem mais jeito... até os franceses se reuniram a nosso favor em defesa da nossa frágil democracia, ameaçada por empresários corruptos, policiais truculentos e políticos nazifascistas (e o povo tem medo de comunistas??!!).




E aqui no Brasil, sob a alcunha da hashtag “belarecatadaedolar” não foram poucos os “memes” (inclusive com ampla participação de artistas, inclusive de ambos os sexos, e do público da web em geral) contra a tal reacionária revista Veja...


Mulheres, todas não necessariamente tão belas, mas empoderadas e nada do lar, com muita honra (a Cléo Pires como guerrilheira está divina) se posicionaram contra a ridícula reportagem (que diz sem subterfúgios que a mulher ideal tem que ser “bela, recatada e do lar”, desmerecendo quem não se enquadra nesse padrãozinho) avacalhando e ironizando a decadente revista Veja (a ironia e o deboche brasileiro sobre o tema ganharam destaque inclusive na revista Forbes).





Óbvio que nenhuma mulher (nem mesmo a mais feminista de todas) está contra quem quer ser apenas uma mulher do lar, mas quando isto é uma escolha voluntária e não uma imposição machista... os defensores da tal revistinha medíocre alegam que uma grande parcela das mulheres brasileiras são também do lar e que isso não as desmerecem”...

É óbvio que ninguém questiona isso, mas esse discurso não cabe na reportagem da famigerada revista, pois lá está uma mulher NÃO representante da base da pirâmide da nossa sociedade feminina, pois a maioria das mulheres brasileiras donas de casa assim o são por falta de oportunidade e/ou de perspectiva e, inclusive, por imposição machista do marido, e não por livre e espontânea escolha como é o caso de uma minoria de mulheres, representada na vexatória reportagem da tal revistinha pela tal mulherzinha que parece que sempre esteve pronta para assumir o posto de primeira dama, ao lado do atual vice presidente (prá lá de) golpista.

Agora analisemos as “qualidades” da tal Marcela... a beleza plástica (e de plástico, pois parece uma boneca Barbie) da tal Marcela (devidamente conservada pelas idas ao dermatologista e ao salão de beleza, como a própria reportagem aborda) é contrastada pela juventude da mesma em relação ao seu maridinho (mais de 40 anos de diferença de idade, que fica ainda mais evidente com os vestidinhos de rendinhas e frufrus que a fazem parecer ainda mais jovem, praticamente parece a neta e não a mulher do tal, uahuahauah).

Quanto a ser recatada... a tal está mais para muda do que para recatada, uma vez que a mesma não abre a boca um só minuto na reportagem, só há frases indiretas de pessoas falando da dita cuja, todos falam por ela, desde a mãe, a irmã, o cabeleireiro... não há uma frase sequer vinda diretamente da fulana, só abordam o dia a dia fútil de uma mulher que passa o dia no salão e no dermatologista para ficar bela e mais fútil ainda.

Graduada em Direito??!! A fulana tem cara de “QI de ameba paralítica de plástico”, cara de quem comprou a vaga e o diploma enquanto aguardava um otário para bancá-la (e encontrou, rsrsrs). E leva a mal não, mas mulher vaidosa (como está provado que ela é), com menos de 40 anos de idade, casada com um idoso com 40 anos de diferença, que só usa saia abaixo do joelho??!! Das duas, uma: ou tem pernas feias, ou então... hum, sei não.... deixa quieto...

Quanto ao lar... convenhamos, até prova em contrário, a mesma está mais próxima do dólar do que do lar, já que com certeza não lava, não passa, não costura e não cozinha como as nossas verdadeiras mulheres do lar desse nosso Brasil (prá lá de) varonil e, ao contrário, a fulana vive em restaurantes luxuosos, salões de beleza e dermatologistas torrando a grana do marido (se bobear, em breve, saberemos que é a nossa grana), dizendo  ser “do lar” (ou melhor, as pessoas dizem por ela), sob o único pretexto de “cuidar do filho e da casa” (leia-se “comandar quem cuida do filho e da casa”).


E a (totalmente dispensável) reportagem termina com a deixa machista: “Temer é um homem de sorte”... eu diria que, ela é que pode sim ser considerada uma mulher de sorte (se é que ter um marido 43 anos mais velho possa ser chamado de sorte...), pois ela não tem o que TEMER, já que só tem contato com o idoso marido nos fins de semana...

Aos 75 anos, o TEMERoso filhote de Cruz Credo passa os seus dias, de segunda a quinta, em Brasília (isso que é sorte, “my darling”) e a tal Marcela fica em São Paulo torrando os dólares dele... realmente uma “mulher de sorte” que, na época do famigerado casório, aos 19 anos, arranjou um trouxa de 62 anos para bancá-la, antes mesmo de se graduar...

E a pergunta que não quer calar: será que o TEMERoso aderiu ao golpismo depois de aprender essa arte com a Marcela??!! A escritora e filósofa Márcia Tiburi (no vídeo abaixo) vai fundo no que realmente há, politicamente falando, por trás dessa escrota reportagem da revista Veja.




E é óbvio que eu não poderia deixar de citar o cinema para ilustrar essa famigerada reportagem... o filme “Mulheres perfeitas” (“Stepford wives”), com Nicole Kidman e Matthew Broderick (não é nenhum filmaço, mas é “assistível”) tem tudo a ver com o tema, pois mostra que apenas homens decrépitos e machistas querem essas “mulheres perfeitas“ de outrora, as submissas donas de casa dos anos 30-50, cumpridoras dos seus “deveres” domésticos...

Mas nós, a maioria das mulheres (que somos as principais interessadas), não estamos nem um pouco animadas a esse retorno ao passado, pois aquelas “mulheres perfeitas” (que o filme, em parte ficcional, retrata) só convêm aos homens (trogloditas, diga-se de passagem). 


Para nós é a imagem perfeita da mulher robótica, que não tem sentimentos, não ri, é apenas servil como qualquer estrutura cibernética. Queremos ser tratadas como seres humanos, nem melhor nem pior que os homens, com erros e acertos, raiva, alegria, solidão, tristeza, amor, compaixão, sedução.



Mulheres “comportadas” não fazem história... e uma dessas mulheres revolucionárias que realmente merecem uma reportagem, e é destaque atual no cinema, é a psiquiatra brasileira Nise da Silveira (no filme interpretada por Glória Pires) que revolucionou a psiquiatria no Brasil e no mundo.



Até mesmo a Barbie cansou de ser apenas magra, bela e recatada, e desistiu do chato e pentelho Ken e foi atrás de um Bob muito mais interessante...kkkk... E Fred Mercury foi um dos mais curtidos memes da vexatória revista semanal (na performance de uma dona de casa que desde o século passado já ansiava ser livre, na música “I want to break free”, nos idos anos 80), na tal hashtag “belarecatadaedolar” (Uahuahuah).




Postado por *Rosemery Nunes ("Adorável anarquista")


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