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quarta-feira, 5 de maio de 2010

"Conta comigo" ("Stand by me")

Existem filmes que podemos dizer que são "hereditários", nos seguem desde a infância/adolescência, nos marcam, e invariavelmente passam de "pais para filhos". Um desses filmes é "Conta comigo" ("Stand by me").

É a história de um escritor "de volta" a sua infância (papel de Richard Dreyfuss), relembrando seus amigos de "brincadeiras de moleque", seus dramas infanto-juvenis e suas indeléveis experiências da adolescência.

O escritor começa rememorando a sua juventude, com a lembrança de um episódio que marcou a sua adolescência e a de seus jovens amigos – o desaparecimento de um adolescente, que ocorreu na época na sua cidade natal, é o estopim para desencadear uma série de aventuras cheia de emoções, mistérios e medos.

A partir desse episódio, quatro jovens se aventuram na busca do corpo do então adolescente, e a "busca" se repercute muito mais na reflexão da vida de cada um desses meninos do que na morte do adolescente em si. A aventura acaba tornando-se, na verdade, uma jornada de auto-conhecimento e descobertas que os marcaria para sempre.

A história é baseada num romance, intitulado "O corpo", do famoso escritor Stephen King (também autor de famosos romances recheados de suspenses, já imortalizados pelo cinema, como "Carrie, a estranha", "O iluminado", "À espera de um milagre" e "Um sonho de liberdade"). 

São apenas quatro adolescentes, mas você certamente vai se considerar o quinto adolescente da história, tal a sensação de envolvimento e de pertencer àquele grupo de meninos em busca de aventuras.

Porque mesmo rodado nos anos 80, e retratando jovens dos anos 60, todos se reconhecerão naqueles meninos, pois, para qualquer um de nós, qualquer que seja a época, a adolescência é sempre igual, é o mesmo medo de crescer e de ter que enfrentar a chegada da vida adulta que a infância cisma em nos abandonar.

Um dos meninos é protagonizado pelo ator River Phoenix que faz o papel de um menino rebelde que, num dado momento, retira a máscara de pretensa rebeldia, revelando-se frágil diante da vida e de todos.

Revendo o filme, a sensação de estranhamento (quase uma premonição - veja o filme e entenderás), com a fragilidade do personagem por trás da máscara de rebeldia, é ainda maior, pois o ator (que tinha em torno de 14 anos na época do filme), por volta dos vinte e poucos anos, morreu subitamente após sair de uma boate (depois de participar de "Indiana Jones e a última cruzada” – ele foi o Indiana jovem) em condições estranhas, pois era tido como vegetariano e aparentemente não usava drogas (mas houve boatos de overdose, depois confirmada). Ele era um dos irmãos do ator Joaquim Phoenix (de "A vila" e  também "O gladiador" ao lado de Russel Crowe).

É um filme eterno e etéreo, qualquer geração, seja dos anos 60, 80 ou da geração do atualíssimo e globalizado século XXI, todos, sem exceção, se reconhecerão nesses meninos em busca de sua identidade, seus desejos, seus medos e seus sonhos de adolescentes.

E a música famosa que dá nome ao filme ("Stand by me"), na voz do Ben E. King, foi depois imortalizada pelo John Lennon, e virou recentemente brincadeira para o desenho animado "Timão e Pumba" (veja trailer do filme e a música com John Lennon e no desenho animado no fim do texto).

Não deixe de ver, e aproveite e "transmita hereditariamente" para os seus. Vale a pena. As gerações agradecerão o presente.










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