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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Johnny "Ed Wood" Depp - o pior cineasta de todos os tempos

Diz o dito popular que “beleza não põe a mesa”, mas dirão os machistas que, se a mulher for "bonitona e gostosona" esse conceito não teria valor, mas a verdade é que só quem atura uma mulher descerebrada é obviamente um parceiro igualmente desprovido de cérebro e vice-versa.

Para nós, mulheres, a beleza do homem com certeza é preferencialmente desejada, mas não totalmente necessária. Claro que o ideal seria as duas qualidades num mesmo "espécime". No início tudo são “flores”, e a “belezura” de boca fechada é o máximo, mas com o tempo, aturar aculturado(a) só por ser bonitinho(a) é com certeza o “ó do borogodó”.

Isso vale em todos os níveis, até na fantasia do cinema, ser só bonitinho(a) cansa. Por exemplo, prá mim, o ator Richard Gere é o famoso "bonitinho" sem conteúdo, seus filmes giram sempre na mesma temática, e o ator está sempre com a mesma cara, só aceita papel em que atua como o "fodão", já o ator Johnny Depp é bonito, charmoso e a cada filme dele é sempre uma incógnita o seu personagem e uma surpresa a atuação dele.

Talentoso, Johnny Depp é um verdadeiro "camaleão", tem grande facilidade em interpretar papéis complexos, e muitas vezes, escolhe personagens bizarros e totalmente diferentes para interpretar. Bonito e sedutor - "vira e mexe" ganha repetidos títulos de "o mais sexy" , "o mais bonito", o mais “estiloso” do ano - ele usa sua arte de atuar com maestria e escolhe sempre personagens inéditos.

Papéis comuns, certeza da aceitação do público, principalmente feminino, o típico "galã de Hollywood", não o seduz - ao contrário do repetitivo Richard Gere, que faz sempre o papel do galã bonito e conquistador (basta ver apenas um filme do Gere e você simplesmente "já viu todos"). Ao contrário, aquele papel que ninguém quer, por covardia e/ou medo de se expor, é justamente esse que Depp escolhe.

Ousado, ele sempre está atrás de personagens polêmicos, a cada filme que atua temos um novo Johnny Depp em cena, na pele de um personagem sempre inusitado – ora ele é um pirata “do mal”, sujo e feio (se é que isso é possível) em “Piratas do Caribe”, ora ele é um galanteador romântico em “Chocolate” com Juliette Binoche, 

ora ele se fantasia como uma criação não humana, ingênua e sensível, em “Edward mãos de tesoura”, ora como o sensual "Don Juan de Marco" (ver vídeo abaixo com a música tema "Have you ever really loved a woman" de Brian Adams) atuando com (e "enfrentando") o ícone Marlon Brando, sob a direção de Francis Ford Copolla.



No suspense "Tempo esgotado" ele é um pai que tem a filha sequestrada e para salvá-la tem que assassinar uma mulher candidata ao governo local. Atuou como o criador do personagem Peter Pan no filme "Em busca da terra do nunca" e como o charmoso bandido Dillinger em "Inimigos públicos".

No filme "Gilbert Grape - Aprendiz de sonhador” ele é o conformado e protetor irmão mais velho de uma família repleta de traumas e conflitos, e o papel do irmão mais novo é interpretado pelo Leonardo di Caprio (veja cena desse filme no final do texto) –

pausa prá uma observação curiosa nesse filme – Di Caprio bastante jovem ainda, numa das suas primeiras aparições na telona, faz o papel de um pré-adolescente com certo grau de retardamento mental, num papel difícil e bastante convincente – meu filho, espirituoso como ele só, diz que "é a melhor atuação do ator, pois Leonardo di Caprio não precisou interpretar o personagem", numa alusão de que o ator é "normalmente" um tanto quanto “debilóide” (é bem verdade que atualmente anda melhorando na arte de representar).

Mas voltando ao camaleâo Johnny Depp, ele levou fama de rebelde a partir do filme "Cry Baby", fama essa reforçada por uma vida particular nada convencional, com envolvimento com drogas e com a polícia (nada muito grave, e parece que, com a idade, está mais compenetrado). 

Sempre ousado, Depp aceitou o papel de travesti no filme "Antes do anoitecer" contracenando com Javier Bardem, na biografia de um escritor homossexual cubano, exilado nos EUA, lutando pela sua liberdade de expressão e escolha sexual.

Carismático, costuma ser simpático e gentil com os fãs, e sua vida particular é um prato cheio pros paparazzis, seus casos amorosos são sempre alvo de fofoca, chegou a tatuar o nome "Winona Forever" no seu braço, na época do seu namoro com a atriz Winona Ryder (se envolveram na época do filme "Edward mãos de tesoura"). Depois do fim do namoro, Depp mudou a tatuagem para "Wino Forever" (bêbado para sempre).

Dos filmes ousados e polêmicos, que muitos recusaram, está o caso da biografia do "pior diretor de todos os tempos", Johnny Depp é o bizarro "Ed Wood". Mais uma vez, Johnny Depp "jogou" e acertou em cheio. O filme, em preto e branco (mais uma ousadia que ele apostou junto com o não menos ousado diretor Tim Burton) é um primor, graças ao talento de Depp, que incorpora magistralmente a biografia prá lá de polêmica do "pior diretor" de filmes trash, de terror e de ficção científica, da década de 50 (veja cenas do filme no final do texto).

O cineasta Ed Wood, hoje consagrado "um cult" do cinema classe B, se considerava um incompreendido, mas seus filmes eram tão precários em efeitos especiais (por parcos recursos técnicos e financeiros), que o que deveria ser terror, virou um verdadeiro "terrir", daí hoje um cult, descobrir as falhas bizarras nos filmes dele passou a ser um "hobby" cultivado pelos cinéfilos.

Por exemplo, ele usava isopor no lugar de concreto nas cenas de cemitério, que tombavam no meio da cena (e ele não regravava a cena, mantinha o embuste descaradamente na telona), usava pratos de cozinha prá simular um disco voador, todo o cenário dos seus filmes era ridiculamente precário, com atores de 2ª linha ou atores em fim de carreira como o ator Bela Lugosi, famoso ator decadente de filmes B da época (encarnou "Drácula" dos anos 30).

Vale a pena assistir Johnny “Ed Wood” Depp, numa caricatura genial do “pior cineasta de todos os tempos”.










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