Por ser contestadora, "anarquista" e, segundo um grande amigo, "a mais feminina das feministas", vivo sendo assediada (sexualmente) por machinhos predadores (vulgo "pegadores"), mas também por machinhos enrustidos (aqui, óbvio, o assédio é moral e não sexual).
Os machinhos pegadores, heteros (???), me abordam "como quem não quer nada", dizendo "ainda vou conseguir pegar você de jeito", com um sutil jeito "brincalhão" para me desarmar e não "levar a mal" a cantada troglodita, fraca e sem graça - será que esses otários não percebem que eu jamais vou me envolver com machos que nos tratam como mercadoria de supermercado - "peguei? comi?" - vai pegar a mãe, ô mané.
Já o macho enrustido, aquele que finge ser muito macho, e que a-do-ra futebol de paixão, parece brincadeira, mas esses literalmente "me perseguem".
Pausa para reflexão - será que é por que o meu viadômetro não falha nunca, tem selo de garantia e eu consigo detectar esses seres estranhos com mais facilidade que as outras mulheres a minha volta?? E sentindo-se ameaçados por mim, com medo que eu revele que eles estão "mais para Jane (ou Chita) que para Tarzan", por isso eles resolvem me hostilizar e me assediar moralmente????
Antes de continuar, uma pausa para ilustrar - abaixo, para quem ainda não conhece, apresento-lhes o enrustido Saraiva, do ótimo grupo comediante "Os melhores do mundo, pois todo enrustido tem, no fundo, um Saraiva no seu íntimo.
Convivo há anos com muitos desses enrustidos e os respeito - até onde me respeitam, é óbvio (pois se "baixam o nível", não respondo mais por mim) - tenho pena deles por viverem num falso mundo, com relacionamentos de fachada e certamente não devem ser felizes no seu íntimo, mas não tenho nada com isso, cada um é dono de sua própria vida e do seu próprio nariz.
O problema é que, com o tempo, sem perceberem, eles começam a se "trair" com algumas desmunhecadinhas básicas sutis, e se vêem assim ameaçados em seu segredo, então passam paradoxalmente a se mostrar falsamente homofóbicos, e começam a hostilizar gratuitamente também a nós mulheres, principalmente colegas de trabalho, e quando estão para ser descobertos, eles rapidamente arranjam um relacionamento hetero, da noite para o dia (em geral se casam com todas as pompas, de preferência com um rebento a caminho), numa tentativa infrutífera de esconder sua verdadeira tendência homossexual,
e claro que esse relacionamento, mesmo antes de começar, já está com os dias contados, dá até prá fazer um "bolão", apostando quanto tempo irá durar - o pior é que o fim desses relacionamentos é sempre trágico (eles em geral arranjam situações "insustentáveis" para por fim ao relacionamento), pois envolvem mulheres desenganadas e desiludidas, e pior ainda, filhos gerados da necessidade de autopreservar, para a sociedade, a imagem de macho garanhão que o enrustido bem sabe que não é.
Tenho pena desses seres estranhos, tanto dos machos pegadores como dos enrustidos, pois vivem em eterno conflito, não se apegam a ninguém, e querem provar o que não são, vivem atrás de uma próxima caça (no caso dos pegadores) ou vítima (no caso dos enrustidos), e nunca terão a sensação e a emoção de viverem um relacionamento sincero, sem preconceitos, em toda a sua plenitude, pois essa é a verdadeira graça da vida.
Aproveitando a deixa, recomendo o filme "Kinsey - vamos falar de sexo" (trailer no final do texto) baseado na verdadeira história de Alfred kinsey (com Liam Neeson no papel do protagonista, além de Laura Linney e Chris O'Donell), reconhecido por muitos como o "Pai da Sexologia moderna" pelo seu polêmico estudo sobre sexo, nos idos dos anos 40
, revolucionando os conceitos sobre sexo, masturbação e preferências sexuais, "barbarizando" com seu "relatório Kinsey" ao revelar detalhes, impublicáveis até então, sobre a tradicional e conservadora (mas nem tão comportada como se pensava) sociedade norte-americana. Era uma época em que, na maioria dos estados americanos, o sexo pré marital ou extraconjugal, a homossexualidade e o sexo oral (mesmo no casamento) eram considerados crimes previstos em lei e puníveis com prisão.
O cientista, na verdade um zoólogo, levantou a tese (amparada por milhares de entrevistas com homens e mulheres americanas de todas as idades e camadas sociais) de que, em matéria de sexo, não existe aberração ou desvio. Até então, o mundo só reconhecia duas categorias sexuais (os exclusivamente heteros e os exclusivamente homossexuais).
Polêmico e, para os conservadores, um pervertido (durante o estudo ele levou para a própria prática, algumas das suas teorias - em suma, um cientista que "só pensava naquilo"), Kinsey subdividiu a sexualidade humana no que chamou de "escala Kinsey" com novos conceitos que influenciaram a revolução sexual dos anos 60, surgindo assim novas categorias como os heteros ocasionalmente homossexuais, os igualmente hetero e homo (os bissexuais) e os homossexuais mais do que ocasionalmente heterossexuais (aqui inclui os atuais machinhos enrustidos que "não soltam a franga" por pressão da sociedade que os vê como machos "até debaixo d'água").
Voltando aos enrustidos, melhor seria se se assumissem, como fez o cantor latino Ricky Martin, que não deixou de ser respeitado por isso, ao contrário, hoje é muito mais cultuado por ter levantado essa bandeira contra homofobia e preconceito sexual.
Caracas, você disse tudo. Pura conhecedora do assunto,rsrss...Você deve sofrer com esses machões e com esses enrústidos,rsrsrs...
ResponderExcluirOdeio quem não se assume, foge disso! Eca pra eles!!!Beijos