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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Kinsey - o cientista que só pensava naquilo

Por ser contestadora, "anarquista" e, segundo um grande amigo, "a mais feminina das feministas",  vivo sendo assediada (sexualmente) por machinhos predadores (vulgo "pegadores"), mas também por machinhos enrustidos (aqui, óbvio, o assédio é moral e não sexual).

Os machinhos pegadores, heteros (???), me abordam "como quem não quer nada", dizendo "ainda vou conseguir pegar você de jeito", com um sutil jeito "brincalhão" para me desarmar e não "levar a mal" a cantada troglodita, fraca e sem graça - será que esses otários não percebem que eu jamais vou me envolver com machos que nos tratam como mercadoria de supermercado - "peguei? comi?" - vai pegar a mãe, ô mané.


Já o macho enrustido, aquele que finge ser muito macho, e que a-do-ra futebol de paixão, parece brincadeira, mas esses literalmente "me perseguem".

Pausa para reflexão - será que é por que o meu viadômetro não falha nunca, tem selo de garantia e eu consigo detectar esses seres estranhos com mais facilidade que as outras mulheres a minha volta?? E sentindo-se ameaçados por mim, com medo que eu revele que eles estão "mais para Jane (ou Chita) que para Tarzan", por isso eles resolvem me hostilizar e me assediar moralmente????

Antes de continuar, uma pausa para ilustrar - abaixo, para quem ainda não conhece, apresento-lhes o enrustido Saraiva, do ótimo grupo comediante "Os melhores do mundo, pois todo enrustido tem, no fundo, um Saraiva no seu íntimo.

Convivo há anos com muitos desses enrustidos e os respeito - até onde me respeitam, é óbvio (pois se "baixam o nível", não respondo mais por mim) - tenho pena deles por viverem num falso mundo, com relacionamentos de fachada e certamente não devem ser felizes no seu íntimo, mas não tenho nada com isso, cada um é dono de sua própria vida e do seu próprio nariz. 

O problema é que, com o tempo, sem perceberem, eles começam a se "trair" com algumas desmunhecadinhas básicas sutis, e se vêem assim ameaçados em seu segredo, então passam
paradoxalmente a se mostrar falsamente homofóbicos, e começam  a hostilizar gratuitamente também a nós mulheres, principalmente colegas de trabalho, e quando estão para ser descobertos, eles rapidamente arranjam um relacionamento hetero, da noite para o dia (em geral se casam com todas as pompas, de preferência com um rebento a caminho), numa tentativa infrutífera de esconder sua verdadeira tendência homossexual,

e claro que esse relacionamento, mesmo antes de começar, já está com os dias contados, dá até prá fazer um "bolão", apostando quanto tempo irá durar - o pior é que o fim desses relacionamentos é sempre trágico (eles em geral arranjam situações "insustentáveis" para por fim ao relacionamento), pois envolvem mulheres desenganadas e desiludidas, e pior ainda, filhos gerados da necessidade de autopreservar, para a sociedade, a imagem de macho garanhão que o enrustido bem sabe que não é.

Tenho pena desses seres estranhos, tanto dos machos pegadores como dos enrustidos, pois vivem em eterno conflito, não se apegam a ninguém, e querem provar o que não são, vivem atrás de uma próxima caça (no caso dos pegadores) ou vítima (no caso dos enrustidos), e nunca terão a sensação e a emoção de viverem um relacionamento sincero, sem preconceitos, em toda a sua plenitude, pois essa é a verdadeira graça da vida.

Aproveitando a deixa, recomendo o filme "Kinsey - vamos falar de sexo" (trailer no final do texto) baseado na verdadeira história de Alfred kinsey (com Liam Neeson no papel do protagonista, além de Laura Linney e Chris O'Donell), reconhecido por muitos como o "Pai da Sexologia moderna" pelo seu polêmico estudo sobre sexo, nos idos dos anos 40

, revolucionando os conceitos sobre sexo, masturbação e preferências sexuais, "barbarizando" com seu "relatório Kinsey" ao revelar detalhes, impublicáveis até então, sobre a tradicional e conservadora (mas nem tão comportada como se pensava) sociedade norte-americana. Era uma época em que, na maioria dos estados americanos, o sexo pré marital ou extraconjugal, a homossexualidade e o sexo oral (mesmo no casamento) eram considerados crimes previstos em lei e puníveis com prisão.

O cientista, na verdade um zoólogo, levantou a tese (amparada por milhares de entrevistas com homens e mulheres americanas de todas as idades e camadas sociais) de que, em matéria de sexo, não existe aberração ou desvio. Até então, o mundo só reconhecia duas categorias sexuais (os exclusivamente heteros e os exclusivamente homossexuais).

Polêmico e, para os conservadores, um pervertido (durante o estudo ele levou para a própria prática, algumas das suas teorias - em suma, um cientista que "só pensava naquilo"), Kinsey subdividiu a sexualidade humana no que chamou de "escala Kinsey" com novos conceitos que influenciaram a revolução sexual dos anos 60, surgindo assim novas categorias como os heteros ocasionalmente homossexuais, os igualmente hetero e homo (os bissexuais) e os homossexuais mais do que ocasionalmente heterossexuais (aqui inclui os atuais machinhos enrustidos que "não soltam a franga" por pressão da sociedade que os vê como machos "até debaixo d'água"). 

Voltando aos enrustidos, melhor seria se se assumissem, como fez o cantor latino Ricky Martin, que não deixou de ser respeitado por isso, ao contrário, hoje é muito mais cultuado por ter levantado essa bandeira contra homofobia e preconceito sexual. 

Um comentário:

  1. Caracas, você disse tudo. Pura conhecedora do assunto,rsrss...Você deve sofrer com esses machões e com esses enrústidos,rsrsrs...
    Odeio quem não se assume, foge disso! Eca pra eles!!!Beijos

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