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segunda-feira, 21 de junho de 2010

"MATRIX" e as "MidiATRIXs" brasileiras

A ficção científica no cinema costuma ser “algo” repetitiva em seus temas. Em geral gira em torno de uma 3ª guerra, levando a destruição total do planeta (fazendo jus a fatídica frase de Einstein: “não sei como será a 3ª guerra mundial, mas sei como será a quarta - com pedras e paus”), ou então temas com alienígenas, invadindo o planeta e “vampirizando” os terrestres.

Talvez por isso, muitos não tiveram interesse em assistir o recente Matrix, e também desconhecem “Blade Runner” (veja texto e trailer deste filme, aqui no blog, em dezembro de 2009), que são, prá mim, dos filmes de ficção, os mais apocalípticos de todos os tempos, com uma visão filosofal que "fazem a diferença" em relação a todos os demais filmes de ficção.

“Matrix” revolucionou a sétima arte, ao misturar, com maestria (e esperteza), temas filosóficos (a “Alegoria da Caverna” de Platão) com efeitos prá lá de especiais, e acabou agradando em cheio, ao mesmo tempo, aos “cabeças pensantes”, assim como os “fissurados” em ação, videogames e computadores que, ao contrário, nada questionam. Assim, aqui vai a dica, com a visão filosófica do filme, para os cabeças pensantes.

Desde Platão a humanidade se pergunta: “de onde viemos”? “prá onde vamos”? “Qual o sentido da vida”?  “E... afinal, a vida tem sentido”? Claro que essas perguntas continuam sem respostas, mas “Matrix” e “Blade Runner” questionam toda a nossa existência e finitude, e ao deixarmos a poltrona do cinema,  meio incrédulos, nos perguntamos, se Descartes tinha razão quando disse: “Eu duvido, logo penso, logo existo”. Será???

À primeira vista, como era de se esperar, “Matrix” parece não sair do velho clichê dos filmes de ficção em que, num futuro distante (talvez não tão distante, do jeito que a coisa anda), a raça humana, depois de inúmeras guerras e crescente destruição do planeta, encontra-se refém  de máquinas, controladas por computadores inteligentes.

Mas aí entra o diferencial a proposta de "Matriz" passa então, para o "campo filosofal" o tema filosófico foi inspirado no “Mito da Caverna” de Platão, em que o filósofo, através dessa parábola, exemplifica como podemos nos libertar da condição de "escuridão" que nos aprisiona, através da luz da verdade e do conhecimento.

Trata-se de um diálogo entre Sócrates e seus discípulos, em que ele cita a parábola de Platão, mostrando a "visão de mundo" do ignorante que vive do senso comum, e a visão do filósofo na sua eterna busca da verdade. Sócrates dizia que "uma vida não questionada, não vale a pena ser vivida".

Assim, a "Matrix" é o mundo irreal, virtual, em que os computadores "enganam" os humanos, para que não se rebelem, enquanto “sugam” a energia desses sobreviventes que, capturados, vivem na verdade, em verdadeiros casulos gigantes (os efeitos especiais aqui são impressionantes).

Enquanto “vegetam”, esses sobreviventes têm a ilusão (criada pelos computadores) de que estão vivendo normalmente na Terra (que na verdade foi totalmente destruída), mas que é apenas uma criação virtual da Matrix, enquanto isso, outros sobreviventes, que conseguiram escapar do domínio das máquinas, vivem escondidos no subterrâneo e tentam mostrar aos humanos “da superfície” a ilusão que eles estão vivendo.

Para isso o personagem de Keanu Reeves, um hacker de nome Neo, que também vive dentro da ilusão criada pela Matrix, mas como na parábola de Platão, ele questiona aquela “realidade”, e assim é visto, pelo líder dos rebeldes (do subterrâneo), como o grande e possível “filósofo a levar luz e conhecimento” (quase um “messias” da raça humana), capaz de trazer os humanos para a verdadeira realidade que os cerca, e libertá-los da condição de prisioneiros.

Quando os humanos do subterrâneo entram no virtual planeta Terra, são percebidos como vírus (numa alusão ao que acontece hoje, nos nossos computadores) e entra em ação o pelotão de “agentes antivírus” (comandados pelo personagem de Hugo Weaving – o ator foi uma das drag queens do divertido “Priscila , a rainha do deserto”) para proteger a Matrix, a “Inteligência Artificial”.

Aí teremos verdadeiros “balés acrobáticos” de artes marciais, tiroteios em câmera lentíssima, e efeitos especiais de última geração, que “fazem a festa” do público fissurado em vídeo games e filmes de ação.

E a pergunta fatídica: Você está preparado prá fazer a escolha? Vai seguir o "coelho branco"? E a pílula? A vermelha ou a azul ? (atenção - a azul não é viagra, não). Veja o filme e entenderás.

Quem já viu Matrix, recomendo rever sob esse questionamento, mas Matrix tem várias releituras, com suas mensagens filosóficas, religiosas, morais, e questões diversas, alguns inclusive condenando o filme, por enxergarem nele "o anticristo" (o que acho um exagero, mas realmente o filme "dá o que falar").

Enfim, é genial o Matrix original, já as continuações deixam a desejar, viraram um “videogame” sem graça, só agradando aos "fissurados". Aos cabeças pensantes, recomendo a leitura do “Mito da caverna” para melhor entendimento (veja abaixo, no final do texto, vídeo comparando com o filme), e aproveitem e veja também a "Alegoria da caverna" em quadrinhos - pura realidade, mas prá lá de divertida

E não deixem de ver um dos últimos vídeos (abaixo) com a sensacional montagem da "MidiATRIX revelations" com a rede Globo (e a revista Veja), dominando nossas mentes, nos transformando no idiota Homer Simpson, e decidindo por nós que "pílula" escolher (as eleiçóes estão aí, que não nos deixa mentir).

Outras excelentes ficções: O encantador “ET, o extraterrestre, O divertido “MIB homens de preto” I e II, “O exterminador do futuro” e suas continuações, “De volta pro futuro” e suas continuações, “O planeta dos macacos” (prefiro a versão antiga com o ator Charlton Heston, bem antes dele virar o ridículo presidente da Associação americana de rifle), “O homem que caiu na Terra” (com o cantor “andrógino” David Bowie - já vi há anos em fita cassete, difícil de achar em locadoras, não achei ainda em DVD), “Contatos imediatos do 3º grau”, “Inimigo meu”, “O predador”, “2001 uma odisséia no espaço”, "Alien o 8º passageiro".












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