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sábado, 20 de novembro de 2010

Os covardes textos apócrifos da internet

"Vira e mexe" recebo mensagens por e-mail montadas em power point (por sinal muito mal editadas, e muitas vezes com musiquinhas orquestradas sofríveis ao fundo - veja uma delas no final do texto, se é que você vai conseguir assistir até o fim tamanha chatice e podridão), cujo texto em geral seria baseado ou "de autoria" de um conhecido escritor - dois desses textos dizia ser do Arnaldo Jabor - fiquei chocada com tais textos, tal o machismo explícito, pedante e nojento em um deles (sobre como nós mulheres devemos nos relacionar e aceitar a infidelidade masculina como "um mal necessário"),

e um outro texto era extremamente boçal, elitista, racista e de extrema direita (sobre o brasileiro ser um bobalhão, um vagabundo, um babaca que "elege um presidente que não tem preparo nem para ser gari"). Eu custava a crer que aqueles textos fossem mesmo do Jabor e me perguntava: aonde foi parar a sensibilidade do autor do tocante e audacioso filme "Eu sei que vou te amar" dos anos 80? Sei que as pessoas mudam, e até acho que o Jabor atualmente anda falando muito "a língua global" dos seus patrões, mas...

E enfim, constato que tais textos são na verdade um embuste (confirmadas pelo próprio Jabor no texto "Existe um sub eu vagando na internet", divulgado em 03/11/2009 no caderno do jornal "O tempo"), são textos apócrifos (muito mal redigidos por sinal) de covardes que se escondem por trás do nome de uma celebridade, como é o caso do Jabor (outra também já "clonada" foi a Lya Luft),

com o intuito de divulgar textos machistas, de extrema direita, muitos deles racistas, com explícita apologia a homofobia, e que promovem a manutenção da exclusão social e da disparidade socioeconômica no país, com o claro objetivo de controle da sociedade por uma elite cruel, maniqueísta e autoritária que se acostumou a mandar e desmandar no nosso país desde a era militar.

Jabor em seu desabafo termina seu texto dizendo: "na internet, eu sou machista, gay, idiota, corno e fascista, é bonito isso?" 


Infelizmente conheço muita gente boa e ingênua o bastante para cair facilmente nesse engodo,
e como falsamente esses textos seriam na maioria das vezes, de autoria de formadores de opinião (a ponto de influenciarem inclusive nas decisões políticas durante as eleições), muitos acham que Jabor e Lya Luft têm gabarito e são autoridades em tais "temas", e quase que por osmose passam a acreditar nesses textos como "verdade verdadeira e absoluta',

e pior, divulgam esses textos ingenuamente entre os seus (e sou incluída neles, pois contestadora e anarquista que sou, tentam me convencer através desses falsos textos que estou errada nas minhas convicções, já que se trataria de textos de "verdadeiros" formadores de opinião e quem sou eu então para contestá-los). Como bem descreve Lya Luft no seu texto "Não fui eu" na revista Veja de 04/11/2009 (queixando-se também, como o Arnaldo Jabour, de falsos textos seus que rolam na web): "a internet é, a um tempo, terra de maravilhas e antro de covardes", diz a escritora.

Para ilustrar, cinéfila que sou, deixo no final do texto o trailer de um dos grandes filmes do Jabor - em "Eu sei que vou te amar" Jabor conseguiu a proeza de falar de amor e sexo carnal sem tornar o tema chulo e grosseiro, apesar de usar e abusar de palavrões no seu filme e transbordar em linguagem carnal sobre sexo, traições e frustrações - a comovente e ousada história dos "pivôs" que motivaram (e culminaram) a separação de um jovem casal, que se passa nas quatro paredes de um apartamento, é tocante e sensível, apesar de extremamente ousado para os anos 80.

E para terminar, um detalhe: no vídeo abaixo ("Homem perfeito") baseado num falso texto do Jabor, a única "revolta" é que os homens não olham o próprio umbigo (também como poderiam se, na maioria das vezes, está escondido no meio de um monte de banha?), o texto, ao contrário, é hilário pois o imbecil do tal "homem perfeito traidor efêmero" (e quem quer essa m....?) só trai com mulheres casadas, 

ou seja, sem perceber, o idiota faz apologia a que mulheres casadas devam trair para satisfazer ao homem, assim ele convida a sua própria mulher a "pular a cerca", em prol da "natural necessidade fisiológica e hormonal" de um outro homem, e isso é fácil prá ela que, como o mané mesmo diz, "não é dona de casa, trabalha fora, se cuida... e está de passagem pela cidade" (ou seja, "de passagem pela cidade" não dá tempo "prá admirar, nem para envolvimento algum", o único problema nosso - e da mulher desse "homem perfeito traidor efêmero" - é que há poucos "Brad Pitts" dando sopa por aí). Que otário (e corno manso, diga-se de passagem)!

 



 

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