No submundo, no universo da prostituição e das drogas, sabemos
que rola de tudo em matéria de taras e transgressões sexuais em troca do vil metal, mas quando uma notícia
dessa vem de famílias de classe média aparentemente de padrão socioeconômico e cultural razoável é de cair o queixo (e o meu queixo literalmente caiu quando vi que a
notícia não parava por ali, também um rapaz de 23 anos, de nacionalidade russa e que se declara heterossexual, também
leiloa sua virgindade – que eu saiba, na prática, não se pode provar isso num homem – e até o momento, os “pretendentes a desvirginá-lo” são,
em sua maioria, pasmem, do sexo masculino).
Primeiro incrédula, depois no mínimo, abismada e chocada, essa foi a minha reação. Um verdadeiro
contra censo. De um lado a sociedade se mobiliza contra o machismo na “marcha das vadias”, e do
outro lado jovens leiloando sua virgindade, validando o domínio machista sobre o corpo da mulher??!! Que mundo é esse? Parem o planeta, eu quero descer!!!!
A chamada “marcha das vadias” é um movimento recente que surgiu da indignação
de mulheres canadenses após uma série de abusos sexuais e estupros ocorridos
na Universidade de Toronto em 2011. O protesto aconteceu por conta da declaração de um
policial que ousou dizer que as mulheres canadenses deveriam evitar se vestir como “sluts” (vadias) porque, segundo o tal policial, “devido às suas vestimentas, elas praticamente pediam para serem estupradas”.
Indignadas, as canadenses tomaram as ruas de Toronto, protestando contra o machismo que cisma em querer impor um comportamento das mulheres na sociedade. E o movimento, que ganhou o nome de "slut walk", rapidamente se “alastrou” por todo o planeta (vídeo no final do texto), inclusive no Brasil.
Ao macho perdoa-se tudo, as traições (homem que trai é "garanhão", mulher que trai é "vadia"), os assédios, as violências domésticas, e agora querem livrá-los também dos estupros, culpando a roupa da vítima??!! E não contentes, quando não submissas ao domínio machista, somos todas, sem exceção, rotuladas de "vadias"??!! No Brasil, o movimento deveria ter começado muito antes por aqui, na época da “célebre” frase do machista e político mau caráter Paulo Maluf, quando disse, nos idos dos anos 90, sobre violência sexual seguida de assassinato de mulheres: ”Tá com vontade sexual? Tá bom, estupra, mas não mata”.
Indignadas, as canadenses tomaram as ruas de Toronto, protestando contra o machismo que cisma em querer impor um comportamento das mulheres na sociedade. E o movimento, que ganhou o nome de "slut walk", rapidamente se “alastrou” por todo o planeta (vídeo no final do texto), inclusive no Brasil.
Ao macho perdoa-se tudo, as traições (homem que trai é "garanhão", mulher que trai é "vadia"), os assédios, as violências domésticas, e agora querem livrá-los também dos estupros, culpando a roupa da vítima??!! E não contentes, quando não submissas ao domínio machista, somos todas, sem exceção, rotuladas de "vadias"??!! No Brasil, o movimento deveria ter começado muito antes por aqui, na época da “célebre” frase do machista e político mau caráter Paulo Maluf, quando disse, nos idos dos anos 90, sobre violência sexual seguida de assassinato de mulheres: ”Tá com vontade sexual? Tá bom, estupra, mas não mata”.
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A marcha das "vadias" no Brasil |
O corpo da mulher mais uma vez como o centro das atenções em direções
contrárias e contraditórias. Tanto no movimento das "sluts" como na atitude da jovem catarinense, a mulher defende-se, fazendo jus ao seu corpo para
usá-lo ao seu bel prazer, mas é um contra censo e um total retrocesso o leilão da tal virgem – o corpo em situações opostas – ambos os movimentos pregam o uso do corpo ao bel prazer do seu dono, mas no caso da virgem de 21 anos, o corpo da mulher passa a
mercadoria de luxo ao bel prazer, na verdade, do macho que não o toma pela violência mas por um punhado de trocados, enfim dá no mesmo, o machismo ganha mais
uma vez. Não há envolvimento afetivo, é "um negócio", como diz a jovem "virgem", mas para mim é, nada mais nada menos que, um "estupro consentido".
É o corpo da mulher como mercadoria, usado como poder de
barganha. É um direito de a mulher usar o corpo como melhor lhe convém, mas valorizar
a virgindade como uma relíquia nos dias de hoje é um retrocesso, é incentivar
o machismo e o domínio que os homens querem ter sobre o corpo da mulher, o que
me fez lembrar o filme “Menina bonita” ("Pretty baby”) dos anos 70, que lançou a
então pré adolescente Brooke Shields, de apenas 12 anos de idade, na "calçada da fama", no papel da filha de uma
prostituta cuja virgindade é leiloada no bordel onde a mãe trabalha.
Mas o filme “Pretty baby”, dirigido por Louis Malle (no elenco estão também Susan Sarandon e Keith Carradine), se passa bem no início do
século XX (trailer no final do texto), então era de se esperar esse “culto à virgindade”, mas nos dias de
hoje, em pleno século XXI, é no mínimo deprimente ouvir notícia decadente de
uma brasileira leiloando sua virgindade como um troféu à exposição.
A mãe da virgem catarinense parece que quer demovê-la
da ideia, na verdade o que a mãe precisa é levá-la a um psiquiatra, pois deve
ter algum parafuso solto ali, já que a dita cuja diz que "é romântica" e que é
apenas “um negócio”, e que com o dinheiro vai comprar “casas populares para
carentes” (hipocrisia ou "parafuso a menos"??)
Imagina se a tal brasileira cair nas mãos de um velho decrépito como os pretendentes do leilão da "menina bonita" do filme? As chances são grandes já que só alguém com certa idade e sem grandes dotes físicos é que terá disposição para desembolsar grana numa "aventura" desta (nos dias de hoje, virgem aos 21 anos... será?? e o hímen complacente?? otário é quem compra essa).
Talvez a virgem catarinense descubra tarde demais que “tem coisas na vida que não tem preço”, e com certeza perder a virgindade com um desconhecido, e quem sabe um decrépito desconhecido, certamente não é uma delas. Como já disse, para mim, me soa como um estupro consentido (e mal pago, diga-se de passagem, qualquer que seja o valor do vil metal). Ou então, trata-se de mais uma esperta e hipócrita ("romântica"?? "altruísta"?? me conta outra que essa é velha) que quer apenas garantir seu "milissegundo de fama" (o "visionário" Andy Warhol só se equivocou no tempo da fama, quinze minutos é muito para gente calhorda), o que é bem provável, e em breve veremos a futura "ex-virgem" capa da Playboy em troca de mais alguma "merreca".
Imagina se a tal brasileira cair nas mãos de um velho decrépito como os pretendentes do leilão da "menina bonita" do filme? As chances são grandes já que só alguém com certa idade e sem grandes dotes físicos é que terá disposição para desembolsar grana numa "aventura" desta (nos dias de hoje, virgem aos 21 anos... será?? e o hímen complacente?? otário é quem compra essa).
Talvez a virgem catarinense descubra tarde demais que “tem coisas na vida que não tem preço”, e com certeza perder a virgindade com um desconhecido, e quem sabe um decrépito desconhecido, certamente não é uma delas. Como já disse, para mim, me soa como um estupro consentido (e mal pago, diga-se de passagem, qualquer que seja o valor do vil metal). Ou então, trata-se de mais uma esperta e hipócrita ("romântica"?? "altruísta"?? me conta outra que essa é velha) que quer apenas garantir seu "milissegundo de fama" (o "visionário" Andy Warhol só se equivocou no tempo da fama, quinze minutos é muito para gente calhorda), o que é bem provável, e em breve veremos a futura "ex-virgem" capa da Playboy em troca de mais alguma "merreca".
O filme “Proposta indecente” ("Indecent proposal") do cineasta britânico
Adrian Lyne, também aborda a compra de sexo (e de pessoas e não necessariamente
de sentimentos) por um punhado de dólares. O charmoso “magnata” Robert Redford negocia, com o então marido da personagem de Demi Moore, uma noite de sexo com a bela esposa do coitado, em troca de milhões
de dólares que parece ser a redenção do casal em crise financeira, mas...
E os sentimentos, onde é que fica nessa história? A pergunta cabe no filme, e a trama rola em torno dessa polêmica (ao som da voz sensual da famosa cantora de beleza exótica, nascida nigeriana e radicada na Inglaterra, de nome Sade Adu, com a bela melodia “No ordinary love” - veja no final do texto), mas a pergunta também cabe na história da jovem brasileira que se diz “romântica” (??) mas leiloa sua primeira vez com qualquer um (quem sabe até um decrépito), em troca do vil metal. De novo, pára o planeta que eu quero descer.
E os sentimentos, onde é que fica nessa história? A pergunta cabe no filme, e a trama rola em torno dessa polêmica (ao som da voz sensual da famosa cantora de beleza exótica, nascida nigeriana e radicada na Inglaterra, de nome Sade Adu, com a bela melodia “No ordinary love” - veja no final do texto), mas a pergunta também cabe na história da jovem brasileira que se diz “romântica” (??) mas leiloa sua primeira vez com qualquer um (quem sabe até um decrépito), em troca do vil metal. De novo, pára o planeta que eu quero descer.