Imagem

Imagem

Select Language

domingo, 20 de setembro de 2009

Mal - amados

Tudo que se passa ao meu redor, nunca passa “impune”, tenho sempre que analisar a situação que estou vivendo, e acabo transcrevendo para o papel, às vezes em rabiscos que só eu consigo traduzir, e deixo minhas impressões registradas numa folha de papel, até que um dia junto tudo numa “crônica” para o meu próprio deleite e quem mais quiser compartilhar.

Há muito o termo “mal-amada” me diverte e me intriga ao mesmo tempo – por que só nós, mulheres, recebemos esse rótulo? Qual de nós, mulheres, num momento de raiva (daqueles que dá vontade de “voar no pescoço de outrem”), ao desafiarmos a superioridade (???) de machos que, ao se verem ameaçados por mulheres que os interpelam, que não aceitam suas regras, não foi chamada por eles, de “mal-amada”, ao virar as costas?

Interessante – pausa prá reflexão – por que o homem nunca recebe o “elogio” de “mal-amado” quando literalmente “tá puto” com alguma coisa? Pois deveria, porque o termo condiz mais com os homens, pois segundo pesquisas, os homens conseguem aliviar suas tensões do dia a dia com uma boa noite de sexo (e as mulheres não),

portanto a falta de sexo (literalmente “mal-amado”) deve ter grande influência sobre o estado emocional do homem durante o dia, o que justificaria a profusão de homens irritados e briguentos (e olha que eles nem tem TPM) que nós mulheres temos que lidar no nosso dia a dia.

Já vi esse termo ser professado por algumas mulheres, mas quando isso ocorre (é raro, mas ocorre), percebo que, na maioria das vezes, há um ranço de inveja nelas (em geral são mulheres que se encaixam no tipo “sou infeliz, mas tenho marido”) porque parece que a mulher desafiadora, contestadora, “brigona” (a tal “mal-amada”) nada mais é que o retrato do que a outra jamais será, ou seja, livre e revolucionária.

Quanto aos rótulos, tenho vários. Se estou feliz, irradio entusiasticamente para todos os lados minha alegria, se ao contrário estou triste, todos perceberão, não sei disfarçar, e se estou com raiva, “sai de baixo”, pois o alvo desse sentimento sentirá a flecha que atirarei, doa a quem doer,
talvez por tudo isso eu tenha tantos “rótulos” – sou uma “adorável anarquista” (entre meus familiares), sou “zen”, “fashion” e agora “paquita” (minha mania por botas) nos lugares que trabalho onde reina ética e bom convívio, sou “taqui guru” (entre os estudantes que convivo e repasso, com meu jeito “elétrico”, meus parcos conhecimentos de medicina),

e provavelmente sou rotulada de “mal-amada” (pelas costas, com certeza) nos lugares que tenho que brigar pela ética e contra mau-caratismo. Não posso me queixar, pois minha vida nunca há de ser morna, monótona, como “anarquista, graças a Deus”.

Mas o rótulo de “mal amada” é nada, é “pinto”, perto do rótulo de “babaca” que alguns homens ganham (vinda tanto de homens como de mulheres) por “certas atitudes babacas”, e que vão persegui-los o resto da vida, dificilmente eles se livrarão dessa pecha, diferente do rótulo de “mal-amada” que se esvai logo, logo, ao se encontrar um “bem-amado” (ou quando a briga pela ética e contra o mau-caratismo rendem frutos positivos para todos, inclusive os que não se entregaram à luta).

E abaixo divirta-se com a atriz Agnes Zuliani que brinca com o rótulo no ótimo "Terça insana".

2 comentários:

  1. O rótulo de "babaca",para os homens, nada mais bem empregado para a grande maioria deles que pensam estarem "abafando" com seus comentários grotescos do tipo "ela é mal amada" por isso agiu assim.... Mal sabem eles que as mulheres tem personalidade (e muito mais que eles) e sabem ser auto-suficientes em tudo, principalmete no que tange à relacionamentos... sabem viver sozinhas e muito bem resolvidas!! Não necessitam de ninguém para acalentar seus desalentos (coisa que eles "os babacas" não sabem fazer!!)São guerreiras e vencedoras da batalhas da vida... Infelizmente na raça humana o macho não aprendeu até nossos dias a grande tática de driblarem seus desafetos e suas dores tão magnificamente como as fêmeas!!! Abraços a todos. Climber

    ResponderExcluir
  2. Concordo com a autora em gênero e em grau!
    Eu ñ curto rótulos! Ñ quando se referem a pessoas! Menos ainda quando vêm manchados com impressões digitais rançosas de ressentimentos, desafetos, interesses... Quem nunca se irou, apesar de uma noite esplêndida? Quem se manteve com pele de pêssego e voz mansa diante de uma injustiça, mesmo depois de super bem servida (ou comida)? Machos, fêmeas, babacas, mal amadas, guerreiras, casadas, chifradas, cornos mansos, etc... Dependendo do cenário, vive-se todas essas personas em um único dia de passagem pela vida! Vai julgar? Pega a senha e entra na fila! mas... espera a sua vez sentado(a)! E chupa que é de manga!!!

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...