Uma amiga reclama que o seu ex, que nunca a levava para sair, pois dizia “não gostar de festas, shows ou baladas” (quando ia, era a contragosto, fazia “cara de poucos amigos” e em minutos a obrigava a irem embora), agora só vive nas tais festas e baladas que tanto “odiava”. E perdi a conta da quantidade de amigas (tanto as solteiras como as descasadas) que reclamam da falta de honestidade e caráter dos homens que costumam encontrar pelas noites (e pela vida) afora.
Se insisto, nos meus textos, em focar prioritariamente no sexo masculino, em matéria de (ou da falta de) respeito entre os sexos, não é por “ira feminista ou carência no ego” (como equivocadamente já tentaram me rotular), mas sim porque ainda é o sexo masculino que mais desrespeita o feminino, e não o contrário (mas, infelizmente, do jeito que as coisas andam, as mulheres em breve já estarão se igualando aos homens).
Assim, para reflexão sobre o tema, e para tentar entender as queixas e lamúrias das amigas, relembro aqui um texto do escritor Marcelo Rubens Paiva, intitulado “E daí que acaba...”, que ele escreveu ao constatar que nós, mulheres, temos nos recusado a nos casar pela segunda vez. No texto, Marcelo dizia que “não aguentava mais ouvir uma voz feminina afirmando, com amargura e rancor, não querer se casar de novo”. E um tanto quanto “desesperado”, Marcelo continuava:
Se insisto, nos meus textos, em focar prioritariamente no sexo masculino, em matéria de (ou da falta de) respeito entre os sexos, não é por “ira feminista ou carência no ego” (como equivocadamente já tentaram me rotular), mas sim porque ainda é o sexo masculino que mais desrespeita o feminino, e não o contrário (mas, infelizmente, do jeito que as coisas andam, as mulheres em breve já estarão se igualando aos homens).
Assim, para reflexão sobre o tema, e para tentar entender as queixas e lamúrias das amigas, relembro aqui um texto do escritor Marcelo Rubens Paiva, intitulado “E daí que acaba...”, que ele escreveu ao constatar que nós, mulheres, temos nos recusado a nos casar pela segunda vez. No texto, Marcelo dizia que “não aguentava mais ouvir uma voz feminina afirmando, com amargura e rancor, não querer se casar de novo”. E um tanto quanto “desesperado”, Marcelo continuava:
”Trégua. Que
venham os clichês. Cá está o ombro para o choro da mudança de humor
inexplicável e inesperada. Quer que eu apague a luz quando tiver enxaqueca? Explico com toda a
paciência a regra do impedimento... Fique na cama na TPM. Trarei uma bolsa
de água quente e o jantar...
Sim, vamos comprar
sapatos. Eu espero. Levo um livro, enquanto você experimenta toda a loja... Adorei
a cor do esmalte e o corte do cabelo. Batom vermelho te deixa mais bonita... Não, a calcinha não está
marcando... Ah, põe o tubinho preto, se bem que gosto quando você coloca aquele
vestidinho colorido... Não, o sutiã não está aparecendo...
Eu ligo para o
despachante, faço um rodízio nos pneus, troco a bateria, “reconfiguro” seu
computador, mando lavar o tapete, o forro do sofá, “também adoro ele com
almofadas indianas em cima”...Cuido de você na
velhice, não te trocarei por uma adolescente que cheira a tutti-frutti, nem
pela secretária vulgar da firma... E tomaremos vinho tinto todas as noites.
Prefere branco?... Celulite? Que celulite?...
Mas a maioria de vocês
agora já conhecem as teclas, os atalhos, a pressão nos pneus, sabem chamar
o seguro para uma pane elétrica, e sabem que “carrinho por trás” dá cartão
vermelho. Tornaram-se independentes.”
É, Marcelo, tornamo-nos independentes, e não é nos agradando com a
realização desses famosos clichês que vocês nos farão felizes, pois o que na
verdade queremos é essa liberdade que vocês sempre tiveram, e só vocês sabem
como ela é vital para a realização plena do ser humano (por isso vocês não
abrem mão dela). E nós, mulheres, só estamos reconquistando isso depois que voltamos
a ficar solteiras, por isso é difícil abrir mão em prol de um novo casamento. Pagar prá ver? Na prática não tem funcionado ainda, depende muito mais de vocês homens do que de nós.
O escritor Mário Prata disse certa vez que, para o homem, o casamento significa “botar um mulher dentro de casa para ele poder sair para a rua”, e ao voltar encontrá-la pronta para satisfazê-lo “na cama, na mesa e no banho” e, detalhe, isto quando a mulher for solicitada (fora do horário do jogo de futebol na TV, da leitura do jornal da manhã, da “pelada das quartas-feiras” só com os amigos, ou seja, é a tal liberdade que vocês sempre tiveram e que jamais abrem mão por nós).
O programa humorístico “Pretinho básico”, da rádio sulista Atlântida, num bate-papo ao vivo com um espectador sobre “o que os homens querem” (veja abaixo), confirma este pensamento que ainda povoa a cabeça e o desejo de muitos homens, que ainda insistem em querer viver esta “realidade” distante.
Quanto a nós, mulheres, quando resolvemos nos casar, somos praticamente obrigadas a mudar nossas rotinas de solteiras, para nos subjugarmos a vocês. Homens, vocês precisam entender que “o tempo da vovó” acabou. Acordem, nossas mães e avós é que eram “as donas de casa” (por falta de opção,
diga-se de passagem) e precisavam de vocês como protetores e provedores.
Nós, mulheres (as verdadeiras, não as “marias gasolinas” que sempre existirão) do século XXI, trabalhamos fora e ganhamos nosso próprio dinheiro (e adoramos, e não
vamos abrir mão disso) e não gostamos de ser subjugadas. Mas claro que
gostaríamos sim de ter a mesma liberdade e dedicação exclusiva, do mesmo jeito
que vocês querem e sempre exigem de nós mulheres, mas vocês aprenderam a nos tolher e
a nos trair e ainda nos querem submissas.
Freud deixou a pergunta, aparentemente sem resposta: “afinal, o que querem as mulheres?”. Mas a pergunta correta seria: “por que as mulheres não querem o que os homens querem delas?”. Os homens querem de nós o que nós simplesmente não queremos (por isso muitos continuam no “colinho da mamãe”, que continua lavando, passando e cozinhando para eles).
Na verdade o que nós queremos é o mesmo que os homens querem e já têm, ou seja, poder. Mas não necessariamente o substantivo poder, mas sim o verbo poder – poder ter uma profissão e independência financeira (já conseguimos em parte), poder participar de congressos, poder fazer pós-doutorado... Poder tirar os nossos sapatos quando chegamos em casa (os nossos muitos pares de sapatos que compramos com nosso dinheiro e não queremos que reclamem disso) e também colocar os pés pra cima a espera da mesa pronta e do jantar servido (afinal, a nossa batalha na rua é tão árdua quanto a de vocês,... ou vocês não sabiam?)
Mas, e qual seria a melhor resposta para a pergunta freudiana? A resposta é muito simples. Querem dicas? Então lá vai: se quiser a mulher na cozinha, vá pra lá junto com ela. Se quiser café na cama, faça o mesmo por ela (mas não só no dia dos namorados, no dia internacional da mulher ou no nosso aniversário). Se quiser ir num bar, jogar conversa fora com amigos, convide-a e leve-a junto (se não, iremos sozinhas mesmo, mas antes dispensaremos vocês, pois preservamos o respeito e a fidelidade e assim, livres, ficaremos prontas para um novo relacionamento novamente fiel e companheiro).
Na verdade o que nós queremos é o mesmo que os homens querem e já têm, ou seja, poder. Mas não necessariamente o substantivo poder, mas sim o verbo poder – poder ter uma profissão e independência financeira (já conseguimos em parte), poder participar de congressos, poder fazer pós-doutorado... Poder tirar os nossos sapatos quando chegamos em casa (os nossos muitos pares de sapatos que compramos com nosso dinheiro e não queremos que reclamem disso) e também colocar os pés pra cima a espera da mesa pronta e do jantar servido (afinal, a nossa batalha na rua é tão árdua quanto a de vocês,... ou vocês não sabiam?)
Poder nos vestir bem, sem ninguém questionar com perguntas do tipo
“por que este ou aquele vestido”, “por que o novo corte de cabelo”, “por que o batom vermelho”, etc – já
notaram que os homens só percebem a roupa ou o novo corte de cabelo da parceira (e “implicam”, mas elogiar que é bom,
jamais) quando percebem e/ou cismam que “vamos
chamar atenção” do sexo oposto? E o que tem acontecido é que nós mulheres só voltamos a usar o verbo “poder” quando estamos descasadas, quando voltamos a ficar solteiras de novo, e perder essa reconquista por um novo casamento... jamais. Mas não estamos contra o homem, nem contra o relacionamento a dois, estamos contra esse padrão de casamento “do tempo da vovó”.
Mas, e qual seria a melhor resposta para a pergunta freudiana? A resposta é muito simples. Querem dicas? Então lá vai: se quiser a mulher na cozinha, vá pra lá junto com ela. Se quiser café na cama, faça o mesmo por ela (mas não só no dia dos namorados, no dia internacional da mulher ou no nosso aniversário). Se quiser ir num bar, jogar conversa fora com amigos, convide-a e leve-a junto (se não, iremos sozinhas mesmo, mas antes dispensaremos vocês, pois preservamos o respeito e a fidelidade e assim, livres, ficaremos prontas para um novo relacionamento novamente fiel e companheiro).
Aprendam passos de dança e vocês vão ter uma bela surpresa, vocês terão para sempre suas mulheres
aos seus pés. Não há como não se curvar diante de um bom dançarino, vide a cena
do filme “Perfume de mulher” (inesquecível a expressão de puro prazer e
“embriaguez” da personagem da bela atriz britânica Gabrielle Anwar sendo conduzida, pelo salão, pelo
majestoso “cavalheiro e dançarino”, o personagem cego do Al Pacino). A cena do filme (abaixo) é a prova cabal de que o que eu digo é a
mais pura verdade, mas é óbvio que para isso uma dança sensual é vital (no caso do filme,
o belo tango “Por una cabeza”, do argentino Carlos Gardel).
O mesmo não se pode dizer (em se falando de sensualidade de uma dança) quando se trata das musiquinhas bregas sertanejas ou da baixaria das “universitárias” e do funk, com suas letras e danças chulas de cunho extremamente sexual, mas nada sensual (muito pelo contrário, diga-se de passagem).
Um adendo: na maioria das vezes que vejo alguma mulher dançando funk, ou algumas dessas musiquinhas sertanejas, de gosto duvidoso (tipo “Não tô valendo nada”, “Lepo lepo” ou a tal ridícula “Beijinho no ombro”), em geral as mulheres estão usando modelitos apertados realçando as celulites bundais, com silicones fartos saltando pelos decotes, cabelos “loiros de farmácia” e alisados na marra (que lembram caroço de manga chupada) e muitas vezes com escandalosas peças de roupas em padronagens...“aff”... de onça.
E, diante de tais cenas esdrúxulas e dantescas, imediatamente me vêm logo à lembrança a engraçada piada, em forma de pergunta, que ouvi certa vez do jornalista humorístico José Simão: “sabe qual é o sonho (de consumo) de toda onça”? A resposta é: “o maior sonho de consumo de toda onça é ter uma roupa de puta”. Ótima essa. Tudo a ver, não? E qualquer semelhança com a Valeska Popozuda e companhias ilimitadas (como a mulher do clipe “Ela é top”, que mais parece um traveco, com um monte de machos de baixo nível “babando” atrás), não é mera coincidência.
E as mulheres querem reclamar que os homens não as respeitam??? Como, se elas mesmas não se respeitam, quando aceitam dançar estas baixarias de musiquinhas que vilipendiam o sexo feminino (Mr Catra, Popozuda, Psirico e um monte de outras baixarias, como as tais que, equivocadamente, ousam intitular de “músicas sertanejas”). Alguém tem dúvida qual o tipo de macho que frequenta esses tipos de baladas e quais as intenções deles?? (garanto que respeito, honestidade e caráter é que não são).
Mas, voltando à reflexão, em relação ao texto do ótimo escritor Marcelo Rubens Paiva – na verdade é só isso que nós mulheres (as de verdade, não estas p.... travestidas de onça) queremos, ou seja, nós queremos um companheiro não
só na cama, mas também junto conosco na pia da cozinha, na mesa do bar, na troca de
fraldas, nas tarefas escolares, no teatro, no cinema, nas festas... É só isso o que queremos. E aí, quem sabe, assim
resolvemos partir para um segundo casamento.
E não aceitamos mais fingir (como acontecia com nossas mães e avós)
que não sabemos que vocês estão “pulando a cerca”; se sequer desconfiarmos que nós
estamos sendo traídas, imediatamente colocamos “a fila pra andar”, porque
antes de tudo gostamos mais de nós mesmas antes de qualquer outra pessoa, e somos
seres humanos antes de sermos mulheres e queremos ser respeitadas do mesmo
jeito que respeitamos vocês.
E Marcelo Rubens Paiva finaliza no seu texto: “Não façam do homem uma noite sem vento, um mundo sem gravidade. Parecemos
tolos e infantis, controladores e insensíveis. Mas as amamos tanto....”. Mas, se vocês nos amam tanto assim, porque não temos exclusividade
na vida de vocês? Por que deixamos nossas vidas de solteiras para trás por vocês, abrimos mão dos encontros e baladas com as amigas, dos batons, das mini-saias (que vocês implicam que “tá chamando a atenção”, mas quando é outra que passa ao lado, vocês entortam o pescoço para olhar).
Paramos nossas leituras, nossos estudos e nossos programas favoritos quando vocês chegam em casa, mas por que vocês jamais abrem mão de um dia sequer da “pelada” com os amigos, para sair conosco numa ocasional quarta-feira festiva? Por que temos que ser fiéis e vocês raramente o são? Por que muitas de nós perdoamos suas “escapadas” (não esperem isso de mim, tenho amor-próprio, não contem comigo, me tira fora dessa) e vocês raramente nos perdoam, quando a traição parte da mulher?
Se vocês não sabem, nós mulheres fiéis somos diariamente
assediadas pelo sexo oposto, e só não “pulamos a cerca” porque respeitamos nossos homens e
sabemos que os humilharíamos (“a carne da mulher, mesmo fiel, também é fraca”, mas o
respeito pelo parceiro é maior). Mas o mesmo não acontece com a maioria de vocês homens, que
preferem não resistir às investidas de mulheres oferecidas, porque para vocês
não importa os nossos sentimentos, o que vale é o que os amigos vão pensar de
vocês, caso não aceitem a cantada de uma mulher que os assediam.
Ao contrário, vocês nos traem só pelo prazer de nos traírem. Porque
têm que “mostrar serviço” quando provocados, senão “o que dirão os amigos?”. Para
muitos de vocês (os famosos babacas infiéis e insensíveis do meu texto anterior),
o lema é “mais vale uma parceira humilhada do que um amigo contrariado” ou “depois
de 10 anos é só chute na bunda” ou a máxima “perco a mulher, mas não perco a
piada”.
Enfim, queremos e exigimos também dedicação, respeito e
exclusividade na relação. Bem, Marcelo, agora que já sabem o que nós mulheres
queremos de vocês, então arregacem as mangas, parem de reclamar e mãos a obra, vão a luta e façam
por onde.
E, apesar da seriedade do tema (e, para provar que não há, da minha parte, nenhuma “ira em relação ao sexo masculino”), para descontrair, continuem assistindo ao “Pretinho básico”, com esquetes de humor que não poupam nenhum dos dois sexos: “farra do casamento” e uma divertida “pesquisa sobre a traição das mulheres do zodíaco” (brincadeira ou não, o meu signo, Peixes, é o “único que não costuma trair”) e, apesar de sair do tema, assistam também as divertidas “Piadas de bêbado” e “O padre e os argentinos” (no final do texto). Deixo também o vídeo com a versão teatral do famoso conto “A princesa e o sapo”, adaptado com o texto do escritor Luís Fernando Veríssimo para os novos tempos, o século XXI. Tudo a ver com o texto.
E, para finalizar, segundo o colunista Ivan Martins (da revista “Época”), na verdade quem tem “ira e carência” são certos homens que não aceitam a independência das mulheres, como ele mesmo expõe no seu texto intitulado “Os homens que odeiam as feministas: de onde vem tanta irritação com mulheres independentes?”, onde ele mostra os motivos (e concorda com eles) pelos quais as mulheres estão dispensando o casamento.
“Por que tanta bile por parte dos homens?” e “por que tantos homens se sentem tão ameaçados?” são algumas das perguntas do colunista no seu texto, e Ivan completa: “entre ter um casamento de merda e ir ao cinema, sozinhas, elas escolhem a segunda opção, mas tem homem que se ofende com isso” (acesse o link abaixo* para ler o texto do colunista na íntegra, transcrito no final de outro texto meu intitulado “Ah, se eles soubessem...”).
* http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2013/06/ahse-eles-soubessem_8.html
E, apesar da seriedade do tema (e, para provar que não há, da minha parte, nenhuma “ira em relação ao sexo masculino”), para descontrair, continuem assistindo ao “Pretinho básico”, com esquetes de humor que não poupam nenhum dos dois sexos: “farra do casamento” e uma divertida “pesquisa sobre a traição das mulheres do zodíaco” (brincadeira ou não, o meu signo, Peixes, é o “único que não costuma trair”) e, apesar de sair do tema, assistam também as divertidas “Piadas de bêbado” e “O padre e os argentinos” (no final do texto). Deixo também o vídeo com a versão teatral do famoso conto “A princesa e o sapo”, adaptado com o texto do escritor Luís Fernando Veríssimo para os novos tempos, o século XXI. Tudo a ver com o texto.
E, para finalizar, segundo o colunista Ivan Martins (da revista “Época”), na verdade quem tem “ira e carência” são certos homens que não aceitam a independência das mulheres, como ele mesmo expõe no seu texto intitulado “Os homens que odeiam as feministas: de onde vem tanta irritação com mulheres independentes?”, onde ele mostra os motivos (e concorda com eles) pelos quais as mulheres estão dispensando o casamento.
“Por que tanta bile por parte dos homens?” e “por que tantos homens se sentem tão ameaçados?” são algumas das perguntas do colunista no seu texto, e Ivan completa: “entre ter um casamento de merda e ir ao cinema, sozinhas, elas escolhem a segunda opção, mas tem homem que se ofende com isso” (acesse o link abaixo* para ler o texto do colunista na íntegra, transcrito no final de outro texto meu intitulado “Ah, se eles soubessem...”).
* http://rosemerynunescardoso.
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