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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Clichês difíceis de derrubar

Certos clichês são difíceis de derrubar, como por exemplo, o mais famoso deles, que os machistas chauvinistas adoram, reforçados ainda mais com piadas típicas, de que “toda loira é burra”. Mesmo mulher não loira, mas avessa a esses estereótipos, tenho que admitir que é difícil derrubar esse protótipo do imaginário popular, no caso das loiras, pois são décadas e mais décadas de exposição da loira (infelizmente com o aval delas e muito por culpa delas) como símbolo sexual e QI de “ameba paralítica de plástico”.

A “loira burra” original foi a protagonista do livro “Os homens preferem as loiras” escrito na década de 20 e encarnada no filme homônimo com a atriz Marilyn Monroe (que era na verdade morena) que ajudou a sedimentar a velha e sempre atual oposição “loira burra” x “morena inteligente” que ronda até hoje o imaginário popular. Tanto que, na literatura, a sequência desse livro foi justamente o livro “Mas os homens casam-se com as morenas”.

Todo clichê em geral é recheado de preconceitos e nem sempre revela uma verdade 100% verdadeira, mas concordo que é difícil derrubá-los, por isso que me perdoem os amigos flamenguistas, mas o clichê que me persegue é o dos machos que insistem em vestir a camisa rubro-negra,

por mais que eu tente, não consigo desvincular a imagem deles à de um perfeito debilóide, mesmo que eu, a seguir, descubra que o fulano é até um letrado, mas infelizmente a primeira impressão é a que fica, meio tipo a loira burra. No imaginário popular, o bêbado e/ou baderneiro sempre estará envergando a camisa rubro-negra, nunca será a de outro time carioca.

E prá reforçar como é fácil vincular a imagem deles a um “desprovido de cérebro”, há a piada clássica de Einstein que, numa festa, depois de altos papos com QIs elevados, de teoria da relatividade a física quântica, se vê diante de um sujeito com QI de 10, então puxa conversa com a frase fatídica: “e aí, mano, tranqüilo? E o Mengão?”

A camisa rubro-negra é também vista frequentemente em “ratos de academia” e sem querer estes também me remetem ao estereótipo de pouquíssima massa cinzenta, já que aparentemente o cara passa o tempo todo dele entre assistir os jogos do seu time, “zoar” os outros times e a “bombar” os músculos esqueléticos, sobrando pouco tempo para “malhar” o cérebro.

Peço mais uma vez perdão aos amigos flamenguistas, mas deve ser trauma de infância, porque por mais que eu tente, não consigo desvincular a imagem da camisa rubro-negra à dos mendigos e/ou bêbados que rondavam os arredores da minha casa na minha infância, algo parecido com os filmes de Drácula e Frankenstein que aterrorizavam nossos pesadelos infantis,

e prá piorar eu morava em frente a uma casa onde o velho morador, por acaso avô de uma amiguinha vizinha, tinha um quartinho nos fundos da casa que vivia fechado, um mistério aquele cubículo, eis que um “belo” dia, deparo com a porta do mesmo entreaberta,

e minha curiosidade de menina me fez olhar prá dentro daquele minúsculo quartinho e deparei com cores vermelha e preta espalhadas nas paredes daquele cubículo,  além de velas vermelhas acesas e a imagem de um diabo em negro reluzente com um tridente vermelho sangue.

Hoje, quando vejo a torcida ruidosa, briguenta e baderneira dos torcedores do Flamengo, com aquela profusão de fumaça e explosões em cores vermelha e preta, não há como não vincular a imagem àquela dantesca da minha infância naquele cubículo infernal.

Decididamente nem anos de terapia me tirarão essa imagem horripilante que carrego desde menina, e a pentelha torcida flamenguista (tema de um dos meus textos em outubro de 2009) não tem ajudado muito prá que eu me livre desse trauma (aliás só tem reforçado). Sinto, amigos flamenguistas, mas definitivamente a torcida rubro-negra (aliás, vermelho e preto definitivamente são cores que não combinam e as listras nessas cores dão um certo ar de “presidiário do inferno”) me remete a lembrança de uma verdadeira “visão do inferno” (veja imagem no final do texto e certamente concordarão comigo).

P.S. Detalhe, já escrevi sobre outra “visão do inferno” (link abaixo) e prá variar, o sujeito em questão é flamenguista doente (só podia ser), assim, sinto muito, mas fica cada vez mais difícil derrubar esse famoso estereótipo. 
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2009/11/visao-do-inferno.html


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