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domingo, 11 de maio de 2014

O cérebro reptílico do homem-de-neandertal das músicas da atualidade

concepção científica da neurofisiologia moderna divide o nosso cérebro em três partes: o cérebro central reptílico (o nosso lado primitivo), o cérebro direito (o nosso lado sensitivo) e o cérebro esquerdo (o nosso lado analítico).
O cérebro reptílico ganhou este nome por estar associado à primitividade, ou seja, é a parte do nosso cérebro semelhante à dos répteis e outros animais menos favorecidos de sentimentos e discernimento. 

O cérebro reptílico está localizado na parte central do nosso encéfalo e está associado às nossas mais rudimentares necessidades como instinto de sobrevivência, acasalamento e preservação da espécie, e é predominante ao nascimento, daí o bebê humano se identificar com sons, toques e ritmos repetitivos, quase tribais, incentivados pelas mães que então se comunicam com os seus rebentos por onomatopeias.

Com o crescimento e a evolução do homo sapiens, passamos a depender menos desta parte do cérebro (pelo menos, até o século passado, assim acontecia) e quanto mais educados e civilizados mais deixamos de lado o cérebro primitivo e passamos a priorizar os outros dois cérebros, que envolvem sensibilidade e sentimentos (cérebro direito) e poder analítico e contestador (cérebro esquerdo).

Sigmund Freud denominou os três processos cerebrais em id, ego e superego. O “id” corresponderia ao lado reptílico, seria o inconsciente coletivo, a natureza humana; o ego seria o nosso lado direito, as aspirações pessoais, os sentimentos; e o superego seria a formação educacional e cultural do nosso lado esquerdo, que é analítico e censor. Piaget, na Psicologia da Aprendizagem, chamou os três processos de: pensamento concreto ou reptílico (do cérebro central), pensamento imaginário ou sonhador criativo (do cérebro direito) e o pensamento lógico abstrato (do cérebro esquerdo).

Diz o provérbio que “gosto não se discute”. Sim, concordo mas em parte, pois eu acrescentaria um adendo ao provérbio que, a meu ver, ficaria melhor assim: “bom gosto não se discute, mas mau gosto, este sim, se discute e se lamenta”. Discute-se sim o mau gosto porque passamos a usar o cérebro esquerdo analítico e contestador, e lamenta-se porque o nosso cérebro direito sensitivo não é capaz de tolerar mau gosto extremo (só quem o suporta é o cérebro primitivo).

O gosto pela música, por exemplo. Não se discute o bom gosto musical, entre preferências como a música clássica, a bossa nova, a boa MPB, o jazz, o blues, o rock, o tango, o reggaeNão há cérebro direito sensítivo que não se delicie com a cena dos majestosos passos de dança do personagem cego de Al Pacino no filme “Perfume de mulher” (abaixo) ao som do belo tango “Por una cabeza”, do argentino Carlos Gardel. 

Quanto à boa melodia folclórica e a do sertão (que enaltecem os valores, os sentimentos e sofrimentos do homem do campo), estas não deveriam jamais ser confundidas com a pobreza sonora e linguística das, assim chamadas pela mídia fonográfica, “duplas sertanejas” e sertanejas universitárias” da atualidade, pois o sertão nada tem a ver com guitarra e muito menos com universidade e letras pseudo românticas ou de baixaria explícita.

É preciso discutir sim o quão lamentável é o mau gosto musical desta novíssima geração do século XXI, pois trata-se de esperteza midiática da indústria fonográfica para vender lixo para uma juventude imbecilizada que sofre de inanição cultural. Claro que, de vez em quando, surge uma ou outra novidade que se salva da pobreza musical da nossa atualidade brasileira, como é o caso por exemplo da Vanessa da Mata (abaixo, com o cantor americano Ben Harper), mas no geral é puro trash”.

Muitos dos expoentes da boa música, tais como Bob Marley, Bob Dylan, Eddie Vedder (do Pearl Jam), Raul Seixas e outros, usaram suas melodias para mostrar seus cérebros evoluídos (o direito sensitivo e o esquerdo analítico contrapondo ao cérebro primitivo reptílico) denunciando as atrocidades do mundo sin perder la ternura jamás” (muitos “sem noção” criticam estes gênios por se drogarem, mas não é fácil manter a sensibilidade e ficar limpo e sóbrio neste mundo cada vez mais primitivo e insensato).

Abaixo, uma mistura internacional de muito bom gosto, os nossos eternos “Titãs” com o músico argentino Fito Paez cantando “Go back” na versão hispânica e emendando com Stir it up”, do Bob Marley.
Dizem as más línguas que “ser romântico é ser brega”. Será que para ser romântico tem que necessariamente ser brega, a ponto de ter que ouvir, por exemplo, as tais duplinhas sertanejas sofríveis da atualidade (que proliferam qual praga incontrolável)? Os caras não cantam, só berram, em geral têm uma voz esganiçada, e as letrinhas pseudo-românticas são de amargar, com rimas chinfrins demais, primitivas e rudimentares em demasia.

E para ser jovem nos dias de hoje necessariamente tem-se que ser um descerebrado? Pois apenas cérebros reptílicos podem gostar de ouvir “músicas” monossilábicas, repletas de onomatopéias do tipo “eu quero tchú tchú tchá tchãn”, e vai rolar o tchê tchererê tchê tchê”, “eu sei fazer o lê lê lê lê”, ela gosta do meu rá rá rá rá, do lepo lepo”, e por aí vai a pobreza linguística. Aff... mais primitivo que isso, impossível.

E para ser “cool” é preciso ouvir música sertaneja “universitária”? Os tais “cantores universitários” têm vozes estridentes, cantam musiquinhas com letras chinfrins (quase sempre conta histórias de algum imbecil que está numa balada, contando vantagens) repletas de gente bêbada, de traição escancarada, de desrespeito ao sexo feminino e estímulos a azaração despudorada e sexo sem compromisso.

A baixíssima qualidade da música produzida, na década atual, associa a idéia de que para ser jovem é preciso ser, antes de tudo, um imbecil, e estimula o modelo atual de uma juventude irresponsável, mediocrizada e de baixíssimo nível cultural. Tanto que a década está sendo considerada “a era da imbecilidade monossilábica” tal a hecatombe cerebral que assola a atual juventude brasileira. Nesta hora é bom não ser mais tão jovem (graças a Deus, sou da contestadora geração coca-cola), pois eu teria vergonha de pertencer a uma juventude tão mal afamada e infantilizada.
Assim, voltando às músicas da nossa atualidade brasileira, qualquer um que use preferencialmente os dois cérebros evoluídos (o direito e o esquerdo) não pode gostar, ou mesmo tolerar, e sequer ouvir, as tais musiquinhas medíocres, pois as tais remetem à primitividade, com suas letras monossilábicas, cunhadas no esteio da pobreza de vocábulos, que incentivam danças praticamente tribais, e cujas letras lembram o homem-de-neandertal puxando suas mulheres pelos cabelos e praticando sexo animal como cachorros no cio. 

Alguns ousam dizer que, por exemplo, o tal cantorzinho Michel Teló faz sucesso lá fora com “Ai, ai, se eu te pego”. Sucesso? Como assim, sucesso?? Que eu saiba o sucesso é só entre a horda de jogadores de futebol semi-analfabetos e se disseminou fora do Brasil entre outros trogloditas igualmente desmiolados. Nada que se compare ao sucesso de Tom Jobim com a bossa nova no exterior (bons tempos em que o Brasil produzia música de qualidade reconhecida internacionalmente).
Em tempo: como costumo ilustrar meus textos com exemplos audiovisuais mas, ao mesmo tempo, me recuso a postar, no meu blog, baixarias e lixos pseudo-românticos, capazes de agradar apenas a cérebros rudimentares, assim quem quiser ouvir os tais, é só ir no “youtube que está recheado deles“O melhor do sertanejo universitário (dá pra imaginar o pior?), Jorge e MateusVítor e LéoJoão Bosco e Vinícius, Luan Santana, Michel Teló, Gustavo Lima e mais uma leva sem fim de oportunistas desta onda brega de péssimo gosto musical. 

E, para  terminar, eu peço emprestado, e faço minhas, parte das palavras do Sherlock Holmes pois, nessa hora, eu só tenho a lamentar, meu caro jovem”. Agora, pra quem quer deixar de ser um jovem réptil e evoluir, aqui vão dicas de ótimos filmes (trailers abaixo) sobre expoentes da boa música de vários estilos (“Bird, “Cadilac records”, Ray”, o nosso Renato Russo em “Somos tão jovens”, o imperdível Mozart) e mais dicas de músicas, estas sim, verdadeiramente românticas e de muito bom gosto (Marisa Monte, Frejat, Cazuza, a banda Coldplay, Norah Jones, as cantoras britânicas Adele, Joss Stone e Sade Adu, Eric Clapton,e outros), que estimulam ambos os dois cérebros evoluídos. 
















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