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sexta-feira, 25 de abril de 2014

A grande pensadora popozuda da pornografia

Praticamente todo mundo (ou pelo menos a maioria dos mortais, com um mínimo de inteligência e cultura), sintonizado com a linguagem coloquial do nosso cotidiano, entende o famoso sinal “entre aspas”. Ou seja, na língua falada, as aspas significam ou que estamos reproduzindo, na íntegra, a fala de outrem (fulano disse: abre aspas ...blá blá blá... fecha aspas) ou então, através da famosa forma gesticulada com dois dedos (o indicador e o dedo médio) de ambas as mãos levantadas, quando estamos querendo dizer exatamente o contrário do que estamos falando (significando que estamos, por exemplo, ironizando um adjetivo que acabamos de dar a uma determinada pessoa).

Já na forma escrita, usamos as aspas (simples ou duplas) quando queremos ressaltar gírias, neologismos, estrangeirismos ou quaisquer palavras que não pertençam ao nosso próprio vernáculo. Usamos também as aspas nas citações da fala de outrem (do mesmo jeito que na forma falada), nos títulos de livros, jornais, revistas e filmes e, óbvio, usamos aspas também quando queremos usar palavras ou expressões irônicas, em sentido figurado, do mesmo jeito que na língua falada (nos meus textos, eu uso muito as aspas visando estes diversos objetivos).

Aproveito o cinema para exemplificar o tal gesto na prática. Na escrachada comédia “Austin Powers”, o personagem de nome Dr Evil frequentemente usa essa linguagem, do famoso sinal mundialmente conhecido, gesticulando as tais aspas com os dedos das mãos (abaixo).
Agora, onde quero chegar com “tanto rodeio”? Pois bem, se “praticamente toda a torcida do Flamengo e do Corinthians” sabe o significado das aspas, então aí vai a pergunta que não quer calar: por que, cargas d’água, uma questão de prova de filosofia (do terceiro ano do ensino médio de uma escola do Distrito Federal) não veio acompanhada das tais aspas, ao se referir à cantora Valeska Popozuda como uma “grande pensadora contemporânea” (as aspas aqui são minhas), já que se tratava de “uma brincadeira”, segundo o professor que elaborou a questão? Se nem mesmo os alunos entenderam como uma brincadeira, já que um deles, abismado com a inusitada pergunta, escreveu: “é sério isso?!” (veja abaixo).


A tal frase da prova faz parte de uma musiquinha ridícula chamada Beijinho no ombro que, além de ser de muito mau gosto, incentiva a rivalidade entre as classes sociais, estimulando provocações e violência, como podemos perceber na resposta correta” (se bater de frente é só tiro, porrada e bomba) além de vangloriar sentimentos menos nobres ainda, tais como inveja, recalques e ressentimentos. 

E a tal “pensadora” não sabe nem cantar, muito menos conjugar um verbo decentemente, pois a retardada canta assim um dos versinhos chulos: “prá que elas veja cada dia mais nossa vitória”. E fala sério, e quem é que vai ter inveja e recalque de uma Valeska Popozuda? Só gente escrota e pobre de espírito pode ter inveja e recalque de uma sirigaita como essa tal Popozuda toda recauchutada e artificial, ou seja, só outra igual a ela (no caso, a tal funkeira Anitta, que parece que é o que rola nos bastidores do submundo fonográfico de merda que é o funk).

Se ainda fosse uma grande modelo tipo Gisele Bündchen, ou uma bela atriz como Angelina Jolie, ou então uma grande e sensual cantora como Marisa Monte ou Vanessa da Mata (vídeos abaixo e no final do texto), vá lá..., mas inveja e recalque de uma Valeska Popozuda?? Ora, me poupe. Tem gente que não se enxerga. Alguém, por favor, mande um espelho para o camarote da tal recauchutada, descerebrada e sem noção.
E o tal professor deveria procurar saber quem é a tal Valeska Popozuda antes de citá-la nas suas provinhas. Ou melhor, parafraseando Arthur Xexéo, o tal professor deveria procurar saber “o que é Valeska Popozuda, antes de dar destaque, nas suas aulas de filosofia, a qualquer coisa referente à tal. A pergunta “o que é” (ao invés de quem é” ) Valeska Popozuda é uma alusão de que se trata de uma coisa qualquer”, ou seja, de gentalha” sem nenhuma relevância. Tive que, literalmente, me chafurdar na web, para descobrir algo sobre a tal (o que o tal professorzinho deveria ter feito), tentando achar outros “grandes pensamentos” da Popozuda, e adivinha o que encontrei?

Além da ridícula e recalcada musiquinha de merda “Beijinho no ombro”, pasmem, a tal tem outras “músicas”, cujos títulos dão uma “vaga” idéia da quão “grande pensadora” ela é (obviamente, buscando ressaltar a minha ironia, escrevo sempre entre aspas, as tais aspas que o professorzinho simplesmente esqueceu de colocar na tal provinha de merda). Fiquei pasma, incrédula, só em checar os títulos das tais “músicas”, imagina as letras das baixarias. Títulos como “Agora virei puta”, “Comece a me chupar”, “Um otário pra bancar”, “Beijando o seu marido”, “A foda tá liberada”, “Fiel é o caralho”, “Segura esse chifre”, Tô com o c. pegando fogo”, “A porra da b..... é minha” (tive que colocar alguns títulos com as palavras incompletas, pois as mesmas são totalmente impublicáveis) são só alguns “singelos” exemplos da extensa obra da grande pensadora” Popozuda.

O tal professor de filosofia, em momento algum, se desculpou na mídia, pela ausência das aspas na sua prova, pois talvez se assim o fizesse, ele tivesse convencido a todos nós de que se tratava realmente de “uma brincadeira” (mesmo que de muito mau gosto, diga-se de passagem) entre ele e os alunos da sua turma, e que “queria chamar a atenção da turma e provocar a imprensa” ao colocar tal questão na prova. Tenho minhas dúvidas se o tal professor espertamente assim não o fez (a tal provocação da mídia”, segundo ele) para chamar a atenção, na verdade, para si mesmo, e conseguir ter assim direito aos seus famigerados (premeditados e bem calculados) cinco segundos de fama (como sempre digo, Andy Warhol só errou no tempo ao citar a célebre frase “Um dia todos terão direito a quinze minutos de fama”).

O que me irrita não é a tal Valeska Popozuda, acho até que ela tem o direito de ganhar a vida do jeito que ela bem entende, e quem quiser consumir a porcaria que ela produz que faça bom proveito” (se é que se aproveita alguma coisa dessa baixaria explícita)O que me deixa possessa, indignada mesmo, é o escárnio em volta desta polêmica, tanto da mídia como de pessoas que deveriam ter no mínimo o papel de formadores de opinião como é o que esperamos dos jornalistas e educadores em geral.

Pois parece que a mídia como sempre caiu feito um patinho, dando visibilidade e fama a quem não merece (tanto a pensadora quanto o tal professorzinho). Uma jornalista mineira totalmente sem noção teve a audácia de publicar um texto elogiando a funkeira e o professor. O texto da tal jornalista abre com o título “Fecho com a Valeska e com o bonde por um Brasil menos desigual”. Eu diria “por um Brasil mais pobre de espírito, de moral e de caráter”. Ou seja, a jornalista pede por um Brasil nivelado por baixo, cada vez mais rasteiro moral e culturalmente. Depois querem reclamar do estrangeiro que vem atrás de turismo sexual no Brasil, pois é essa a visão que a nossa mídia divulga lá fora.

O grande Gabito (o escritor colombiano Gabriel Garcia Marques) se foi, mas nos deixou a sua extensa obra literária (o belo romance “Cem anos de solidão” é uma delas), que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1982 pelo conjunto da sua obra. E é quase certo que os tais alunos da escola de Brasília não leram Gabo, no entanto devem saber de cor e salteado a letra do "Beijinho no ombro", incentivados pelo tal professorzinho e agora pela nossa famigerada, grande e inútil mídia.

Já a nossa Academia Brasileira de Letras tornou “imortais” nomes como Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Roberto Marinho (ou seja, “figuraças” nada literários) ao invés de aclamar nossos grandes e verdadeiros autores literários como Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Érico Veríssimo e tantos outros esquecidos pela tal entidade. Mas o Ronaldinho Gaúcho não foi esquecido pela nossa “estimada” Academia, o jogador já recebeu a medalha “Machado de Assis” (que deveria ser atribuída só aos grandes escritores). Deviam aproveitar e dar a medalha também a Valeska Popozuda pelo “conjunto da obra” pornográfica dela como um todo. A nossa mídia podre com certeza vai aplaudir.

“Aff...”. Descartes, desculpa o mau jeito, mas penso logo desisto”. E só me resta de novo apelar: “Pára o planeta, eu quero descer”.


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