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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Efeitos especiais - "making of" no cinema

Quem é cinéfilo, não se contenta apenas em assistir a um filme. Cinéfilo que se preza, quer saber tudo o que rolou por trás dos bastidores das gravações, como foi montada esta ou aquela cena – câmera na mão ou gruas, os efeitos especiais (sonoros por mixagem de som ou produzidos digitalmente, visuais por computação gráfica, mecânicos ou físicos como maquiagens e outros), os jogos de câmera ou de luzes e sombras.

A fotografia, os enquadramentos, a câmera em zoom, em close, em "slow-motion" ou "stop-motion", e as técnicas cinematográficas mais modernas como "time-lapse" e "bullet-time" (detalhes, sobre essas técnicas, mais adiante), enfim todos os detalhes que fazem a diferença numa produção cinematográfica. A trilha sonora escolhida para criar toda a atmosfera do filme. Para tanto, vale grandes produções hollywoodianas, curtas-metragens ou mesmo vídeos promocionais de propaganda.

O vídeo "Sunscreem", por exemplo, foi divulgado via internet há alguns anos atrás, e é composto de vários "conselhos úteis", sob a forma de um discurso, que "caem como uma luva" como uma lição de vida, nos dias de hoje. 

Cinéfila que sou, curiosa, fui atrás da história desse vídeo, do "making of" da produção, desde o texto até a escalação da trilha sonora que compõem o belo vídeo. 



O tal "discurso", que se acreditava ser de um orador direcionado a uma turma de formandos, na verdade era um ensaio de uma escritora (apenas foi escrita na forma de um discurso para chamar a atenção dos leitores) de uma coluna de um jornal de Chicago  o título original era "Advice, like youth, probably just wasted on the young" (instigante, não?), e que acabou ficando famoso nas mãos do diretor australiano Baz Luhrmann (diretor do também ótimo “Moulin Rouge”, que já comentei aqui no blog, em "Musicais imperdíveis").

Luhrmann chamou um ator australiano, chamado Lee Perry, para ler o discurso. A voz do ator é envolvente e extremamente convincente. Ao contrário, a versão tupiniquim do Pedro Bial chega a ser esdrúxula, pois (o mala do) Bial literalmente “detonou” o vídeo – a fala do apresentador brasileiro soa em tom debochado em vários trechos, querendo parecer “meio malandro”, que nada tem a ver com a temática do texto, e a tradução é péssima, por exemplo, a palavra "floss", que no discurso tem sentido de "relaxe", o retardado do Pedro Bial traduz como “use fio dental”. Nada a ver, simplesmente horrível, o mala conseguiu estragar completamente o vídeo (também, o que esperar de um apresentador do intragável "Big Brother"?).

A parte musical do vídeo é composta pela música "Everybody’s free" (música original de uma cantora africana chamada Rozalla) que Luhrmann já havia incluído em seu filme "Romeo+Juliet" (já comentei sobre esse filme, no texto anterior sobre Shakespeare), com a voz de um jovem cantor afro-americano (uma voz maravilhosa, diga-se de passagem) chamado Quindom Tarver, e aproveitou e colocou-a também no vídeo (veja, no final do texto, uma pequena parte do "making of" do filme "Romeo and Juliet", com o diretor Luhrmann e o cantor adolescente ensaiando no set de filmagens). 

Abaixo, alguns dos trechos, dos tais "conselhos", que mais gosto:

"Don't be reckless with other people's hearts, don't put up with people who are reckless with you" (que pode ser traduzido como: "Não trate os sentimentos alheios de forma irresponsável, não tolere aqueles que agem de forma irresponsável em relação a você")  esse eu sigo à risca, é o meu lema atualmente.

"Remember the compliments you receive, forget the insults; if you succeed in doing this, tell me how" ("Lembre-se dos elogios que recebe, esqueça os insultos; se conseguir fazer isso, diga-me como")  eu também gostaria de aprender como fazer para esquecer os insultos (hoje, reajo aos insultos tratando meus desafetos com indiferença, mas esquecer, ainda me é impossível).

"Dance...even if you have nowhere to do it but in your own living room" ("Dance...mesmo que o único lugar que você tenha para dançar seja sua sala de estar")  isso eu sempre fiz desde a adolescência (e continuo fazendo até hoje).

"Do not read beauty magazines, they will only make you feel ugly" ("Não leia revistas de beleza, elas só farão você se sentir feio")  essa é realmente uma verdade. 

"Do one thing every day that scare you" ("Todos os dias faça alguma coisa que seja assustadora") – acho que escolhi ser cardiologista/ecocardiografista emergencista por isso, meu dia a dia no trabalho é sempre desafiador, pois estou sempre no limite entre a vida e a morte, e no lazer também (de vez em quando estou em pleno ar saltando com meu filhote pára-quedista). 

E voltando ao "making of", assista no final do texto, como são criados os efeitos especiais e as diversas técnicas de fotografia e movimento (que tornam um filme uma verdadeira obra de arte), que cito, abaixo, algumas delas:

"Stop motion" é a técnica usada para animação de objetos inanimados, técnica esta muito utilizada em desenhos animados com massinhas; já a câmera em "slow motion" é a técnica que "desdobra", em câmera lentíssima, os mínimos detalhes de uma cena rápida que normalmente não pode ser bem detalhada a olho nu.

"Time lapse" é uma técnica cinematográfica em que a câmera registra uma imagem numa velocidade lentíssima, num período bem maior do que o que será mostrado na tela, fazendo parecer que o tempo "passou depressa", dando a impressão de "saltos" no tempo (lapsing). No filme "Brilho eterno de uma mente sem lembranças", além de vários efeitos de câmera, a técnica de "time lapse" foi também muito usada (veja trailer abaixo, e leia sobre esse belíssimo, intrigante e instigante filme, aqui no blog, na "lista de filmes").

Já na técnica "bullet-time" acrescenta-se um efeito especial à câmera lenta, em que a cena é registrada, inicialmente, em movimento ultra-lento, e ao mesmo tempo várias câmeras, ao redor do objeto focado, registram a cena em vários ângulos, numa espiral de até 360º. O efeito especial ficou famoso no filme “Matrix”, na cena em que a personagem Trinity (da atriz Carrie-Anne Moss) fica "congelada" no ar, quando perseguida por dois policiais, e também foi usada na cena em que Neo (personagem de Keannu Reeves) escapa de uma rajada de tiros, também quase totalmente "congelado", numa cena de 360º –  veja as cenas no final do texto, e leia sobre esse ótimo filme ("Matrix" e as Midiatrix brasileiras) na "lista de filmes" aqui no blog.

O gaúcho (nascido em Bagé, depois radicado em Porto Alegre) Rodrigo Teixeira é um expert em efeitos especiais, e se mandou prá América em busca de seu sonho e, depois de muita persistência, se tornou um dos diretores técnicos de efeitos especiais mais requisitados na "terra do tio Sam", tendo participado diretamente dos efeitos de diversos filmes famosos, como "Alice" de Tim Burton, "Sin City, a cidade do pecado", "2012" e "O dia depois de amanhã" (assista entrevista com o mesmo, no final do texto, falando sobre a "destruição" das cidades em "2012", que ficou para ele a incumbência da "destruição" de Los Angeles e de Las Vegas, se "inocentando" de não ter sido ele a "destruir" o Rio de Janeiro).

A série de televisão "The walking dead" (baseada numa série em quadrinhos, de mesmo nome), faz sucesso nos EUA, e agora também no Brasil (veiculada aqui pela TV paga Fox - veja no final do texto), com os inúmeros efeitos especiais de maquiagem, com uma profusão de zumbis em cena, que fazem a "alegria" dos amantes do "horror show". A série é envolvente, deixando um gostinho de "quero mais" no espectador, mesmo naqueles que não curtem muito esse tipo de história surreal (uma misteriosa doença transforma a maior parte da população do planeta em zumbis, restando aos poucos sobreviventes lutar por suas próprias vidas, fugindo dos ataques dos mortos-vivos).

E como "a propaganda é a alma do negócio", a indústria cinematográfica usa e abusa de todos os artifícios para atrair o espectador. O canal de televisão TNT, numa jogada prá lá de original, criou um comercial para divulgar os filmes da sua programação. Lançando mão de efeitos especiais e de câmera, o "espectador" passa a figurar entre o elenco da película em questão, estimulando o público a participar ativamente dos filmes, em especial daqueles que "não se deve deixar de ver antes de morrer" – veja no final do texto, as cenas montadas com as partes mais famosas dos filmes "O iluminado", "Juventude transviada", "Os intocáveis", "Máquina mortífera" ("Lethal wepon") e "Poltersgeist".


























Um comentário:

  1. é bom saber que nem tudo que vemos é o que parecer ser! me engana que eu gosto!!!!!viva os efeitos especiais.
    Otavio

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