Ufa! É cansativo ser anarquista num mundo
cercado de “motherfuckers”. Como “adorável anarquista”, eu detesto regras e
leis, pois o compromisso e a consideração para com o próximo é que são as
verdadeiras “regras e leis” que seguem os anarquistas.
Liév Tolstói (escritor russo do célebre
livro “Guerra e paz”), um pacifista que “flertava” com o anarquismo, foi
perseguido pelas suas idéias libertárias contra os costumes da época em que
viveu, ao pregar afazeres sem regras excessivas, sem leis e sem punições, nos
primórdios do século XIX.
Em um dos meus trabalhos atuais, o excesso
de “motherfuckers” tem tornado o ambiente, no mínimo, insuportável.
Infelizmente não pude me livrar desse trabalho ainda (estou caminhando para
tal, em breve), apesar de, no fundo, não ser exatamente o que eu queria, mas do
jeito que as coisas andam por lá, parece que não tem volta.
Horários e regras infundadas têm feito as
pessoas se afastarem cada vez mais do ambiente hostil e improdutivo que se
tornou o tal serviço (um colega acabou pedindo aposentadoria precocemente, e
infelizmente, cada vez é mais raro pessoas querendo prestar serviço por lá).
Assim, para amenizar um pouco o mal estar e
o clima pesado do ambiente, até onde eu posso ter algum tipo de autonomia com aqueles
que me auxiliam nesse meu serviço, eu tento liberá-los da chatice de cumprir
horários quando não mais se tem o que fazer (deixando-os, em comum acordo, em
“stand by”, para qualquer eventualidade ou necessidade).
A revista “Info” publicou recentemente um
texto intitulado “Sem chefe, sem horário, sem estresse” alertando para a
necessidade (das empresas) de se rever a relação de trabalho com os seus funcionários,
alegando que “a ausência de hierarquia e a liberdade no horário do trabalho
acabam por reverter em maior produtividade e um ambiente de trabalho mais
acolhedor”, com o funcionário satisfeito e mais cooperativo, por se sentir
menos pressionado e mais respeitado, sem cobranças excessivas.
Não se trata de ser ou não ser “bonzinho”; ao
contrário, como diz o texto, “não se trata de troca de favores, mas sim de
confiança em pessoas responsáveis, pró-ativas e comprometidas”. No texto,
presidentes e diretores de grandes empresas ensinam: “o controle rígido de
horário pode até fazer o funcionário trabalhar por mais tempo, mas não
necessariamente de maneira mais produtiva”.
Perdi a conta de quantas vezes já fui chamada pejorativamente de “boazinha”. Como anarquista e brigona, considero um elogio quando me chamam de “louca, histérica, desvairada”, é melhor do que ser rotulada de “panaca, bunda mole, maria vai com as outras, babaca, baba ovo”, como muitos que conheço. Mas... “boazinha”!!!
Perdi a conta de quantas vezes já fui chamada pejorativamente de “boazinha”. Como anarquista e brigona, considero um elogio quando me chamam de “louca, histérica, desvairada”, é melhor do que ser rotulada de “panaca, bunda mole, maria vai com as outras, babaca, baba ovo”, como muitos que conheço. Mas... “boazinha”!!!
No meu prédio, vizinhos “de porta” já me
botaram “contra a parede”, por ser “boazinha” demais com minhas empregadas domésticas,
rotulando-me quase como “um mau exemplo como patroa”, pois não estipulo horário
de entrada nem de saída dos meus “subordinados” dentro da minha casa, que não
trabalham aos sábados, domingos e muito menos nos feriados (e, claro, pago todos os encargos trabalhistas).
Percebem? As pessoas querem impor como eu devo
proceder no trato com a minha empregada dentro da minha própria casa, para não
influenciar “a anarquia” nos outros empregados vizinhos. Não é o máximo? Quer
gente mais “motherfucker” que isso? Não satisfeitos em explorar seus próprios empregados
ainda se acham no direito de se intrometer na casa alheia.
O que posso dizer é que, em troca da minha
boa relação com minha empregada, há um respeito mútuo, e as pessoas vivem me
perguntando como eu consigo ter uma empregada que “cozinha divinamente, se
prontifica a fazer minhas compras de supermercado, se oferece para pagar minhas contas no
banco, resolver as pendências das obras do apartamento, e ainda estar sempre
com um alto astral e um sorriso de orelha a orelha”. Por que será, hem?
Mutuamente, eu dou uma ajuda extra, no estudo e no pagamento de um curso de enfermagem em medicina do trabalho (descobri que, antes de se empregar na minha residência, ela tentou trabalhar como técnica de enfermagem, pois tem o curso, mas nada conseguiu no ramo); brinco com ela que, só a liberarei para a nova profissão, se me arrumar outra empregada como ela (realmente ela é merecedora da minha ajuda, pois é talentosa e compromissada em tudo o que faz).
Mutuamente, eu dou uma ajuda extra, no estudo e no pagamento de um curso de enfermagem em medicina do trabalho (descobri que, antes de se empregar na minha residência, ela tentou trabalhar como técnica de enfermagem, pois tem o curso, mas nada conseguiu no ramo); brinco com ela que, só a liberarei para a nova profissão, se me arrumar outra empregada como ela (realmente ela é merecedora da minha ajuda, pois é talentosa e compromissada em tudo o que faz).
E no meu trabalho também não é diferente; tenho
“seguidores” que, mesmo sem nenhum tipo de interesse (a não ser troca de
conhecimentos profissionais), continuam frequentando o meu serviço mesmo quando
eles já cumpriram, no meu setor, a carga horária determinada pelos seus
superiores. Por que será, hem?
Minha relação com as pessoas com quem eu trabalho
é de respeito pelo profissional que se mostra interessado no que faz, detesto regras
e horários, cobro eficiência e comprometimento; se o meu “subordinado” já cumpriu
eficientemente suas tarefas para comigo, eu o libero para sua vida lá fora, e o
retorno disso é sempre promissor, e a confiança é sempre total (até que me provem
o contrário, eu sempre acredito e confio nas pessoas com quem me relaciono).
Um adendo: desta vez, quem me chamou de
“boazinha”, não é, em hipótese alguma, um “motherfucker” (muito pelo
contrário), mas com certeza foi pressionado por um deles, e acabou se sentindo
obrigado a me interpelar para que eu cobrasse “horário” (como sempre, com a
mesma desculpa de sempre, para não provocar a “anarquia” entre os demais) de um
dos que estão sob o “meu comando” no meu horário de trabalho.
e anarquista que sou, fiquei indignada porque, na verdade, o tal “motherfucker” está literalmente “putinho” por ter perdido o seu “boy” (que cansou de ser explorado) e que agora é um dos “meus seguidores” (pois este sabe que agora tem o respeito que merece). Quem mandou o fulaninho de m.... ser um “motherfucker” (“filho da p...”)?
E como “tudo que acontece na minha vida me leva ao mundo do cinema”, assista Sacha Baron Cohen com a música “Aladeen motherfucker” (vídeo abaixo), do seu último (e não menos irreverente) filme “O ditador”.
O comediante britânico, mais uma vez, chega “sacudindo” a sétima arte, cada vez mais na limítrofe e tênue linha entre o politicamente incorreto e o francamente ofensivo e escatológico, com suas loucas e antológicas cenas (como esquecer da desvairada, constrangedora e não menos hilária cena da luta nudista, do filme “Borat”?).
Para ilustrar, deixo também o vídeo do comediante
canadense Jon Lajoie, numa sátira intitulada “Everyday normal guy”, ironizando os
rappers típicos que, em geral, posam de “fodões”, com suas músicas carregadas
de palavrões (e claro, não podia faltar o “motherfucker”).
e anarquista que sou, fiquei indignada porque, na verdade, o tal “motherfucker” está literalmente “putinho” por ter perdido o seu “boy” (que cansou de ser explorado) e que agora é um dos “meus seguidores” (pois este sabe que agora tem o respeito que merece). Quem mandou o fulaninho de m.... ser um “motherfucker” (“filho da p...”)?
E como “tudo que acontece na minha vida me leva ao mundo do cinema”, assista Sacha Baron Cohen com a música “Aladeen motherfucker” (vídeo abaixo), do seu último (e não menos irreverente) filme “O ditador”.
O comediante britânico, mais uma vez, chega “sacudindo” a sétima arte, cada vez mais na limítrofe e tênue linha entre o politicamente incorreto e o francamente ofensivo e escatológico, com suas loucas e antológicas cenas (como esquecer da desvairada, constrangedora e não menos hilária cena da luta nudista, do filme “Borat”?).
Brilhante !! Lembrei-me de Jorge Amado, pois seu texto foi como uma lâmina afiada que, profunda e cuidadosamente, atingiu o cerne de tudo sem perder a delicadeza e a precisão. Parabéns !!!
ResponderExcluirEdu Abreu