Parece que existe um “código de ética” velado, por
parte dos homens, em relação a amigos enrustidos que escondem a famosa “chave
do armário”. Fui recentemente numa festa e era gritante “o fenômeno” entre
um grupo de amigos, ou seja, os que realmente são homens (com H maiúsculo) em
geral brincam entre eles sem nenhum problema, é um tal de viado prá cá, bichona
prá lá (os fluminenses tiram de letra o apelido “pó de arroz e blush”, e os flamenguistas ouvem, numa boa, o bordão "flagay você", por conta da famosa torcida organizada “Fla-Gay”), mas quanto ao amigo suspeito...
É quase um tabu, praticamente proibido tocar no assunto
“gay” na frente do tal amigo, mas o sujeito “não convence”, ou seja, toda a “torcida do Fla-Flu” já percebeu que o
fulano é “doido para escorregar no quiabo”, mas ele não deixa cair a máscara de
jeito nenhum, posa de machão, é flamenguista (time de “mach...ucado”) e tem sempre uma namorada a tiracolo, muda a toda hora de “girlfriend”, ou arranja defeito na garota ou é a garota que cai fora... Será que a coitada descobre a tempo? Conheço algumas mulheres que, infelizmente, só perceberam a furada que caíram, depois de casar e/ou engravidar do fulano enrustido (que faz questão de “mostrar serviço“, assim quem vai duvidar da virilidade do tal?).
Os amigos podem até sacanear o time do fulano (apelidos, tipo “frango” é liberado, mas “franga” jamais), e é só;
o “lado gay de ser” do fulano é “campo minado”, e todos fingem não saber a
verdadeira preferência sexual do tal amigão, mas no fundo desconfiam de que o
fulano quer mesmo é “agasalhar um croquete” (será que têm medo de ser a paixão
secreta do fulano? será que é por isso que o assunto é proibido? Assim, na
dúvida...cala-te boca).
O interessante é que, em muitos casos, nem mesmo ele (e às vezes alguns
amigos também não) admite que tem uma “queda” (mesmo que seja uma desmunhecada
e tanto), como no filme “Será que ele é” (“In & out”) em que o ótimo ator
Kevin Kline (assista abaixo) tem uma atuação que é uma comédia por si só, ao não
aceitar a sua preferência sexual (detalhe, como acontece na vida real, nem a noiva desconfiava), tenta (sem sucesso) provar a própria
virilidade, na hilária “aula virtual de masculinidade”, ao som de “I will
survive”, de Gloria Gaynor.
Parece que o “viadômetro” dessas pessoas está sem pilha. O pior é quando o fulano enrustido é homofóbico, e esconde a sua verdadeira tendência homossexual, alguns hostilizando e mesmo agredindo os assumidos publicamente, como hoje admite ter cometido “bullying” contra gays na escola o próprio cantor Ricky Martin, agora assumidamente homossexual.
Um estudo realizado em 1996, pela Universidade da Georgia (vídeo abaixo), usou testes psicológicos associados a estímulos audiovisuais e detecção de excitação sexual, em grupos de estudantes universitários do sexo masculino que se declararam héteros, provando o que já se suspeitava, ou seja, os que se mostraram mais homofóbicos foram os que mais se excitaram com os vídeos homoeróticos.
Pesquisas mais recentes (nos EUA nas Universidades de Rochester e da Califórnia, e na Inglaterra na Universidade de Essex), agora com avaliação de impulsos e respostas cerebrais, reforçou o conceito de atração (e desejo retraído) pelo mesmo sexo e negação da própria sexualidade pelos homofóbicos, principalmente os agressivos, que mostraram graves problemas psicológicos de repressão sexual no âmbito familiar.
O amigo enrustido, que por acaso estava na tal festa, tem uma história familiar altamente suspeita, tem atitudes misóginas com as mulheres no seu trabalho, de vez em quando dá umas desmunhecadas bem estranhas e tem verdadeiros acessos histéricos quando contrariado, e a única vez que presenciei um questionamento da parte dele, em relação ao tema homossexual, foi no trabalho, e o tom não foi de brincadeira e zoação, me pareceu algo homofóbico, pois o fulano parecia querer “dar um alerta” para os ouvintes, como se ser gay fosse uma doença.
O revelador documentário “Outrage” (que significa “ultraje, afronta”), de 2009, denunciou a hipocrisia de políticos americanos que votam contra os avanços dos direitos dos gays e, inclusive, protegem homofóbicos que praticam crimes violentos contra assumidos, mas “por trás das câmeras” esses conservadores enrustidos (a maioria do partido republicano) escondem furtivas relações homossexuais, a sete chaves, no “closet” (trailer no final do texto). E o interessante do documentário é mostrar que os políticos que resolveram assumir sua homossexualidade não foram linchados politicamente, muito pelo contrário, foram continuamente reeleitos pela população que passou a considerá-los mais honestos e confiáveis.
Já os que não têm nenhum jeito para “a coisa”, curtem as brincadeiras numa boa. Paulo “Amigão” Soares e Antero Greco, os dois apresentadores (abaixo) do programa SportsCenter, do canal pago Sport TV, são uma comédia a parte, dão um show de humor com as suas gafes e risadas hilárias, principalmente quando a zoação gira em torno de reportagens com interpretações dúbias, com piadas e/ou deboche de cunho homossexual entre eles mesmos.
Já os que não têm nenhum jeito para “a coisa”, curtem as brincadeiras numa boa. Paulo “Amigão” Soares e Antero Greco, os dois apresentadores (abaixo) do programa SportsCenter, do canal pago Sport TV, são uma comédia a parte, dão um show de humor com as suas gafes e risadas hilárias, principalmente quando a zoação gira em torno de reportagens com interpretações dúbias, com piadas e/ou deboche de cunho homossexual entre eles mesmos.
Para os homens (de verdade), a zoação em relação a esse
assunto é levada numa boa, sem problema algum, a brincadeira e o entendimento são
mútuos pois a sexualidade está bem resolvida. Como acontece no filme britânico “Ou tudo ou nada” (“The full monty”), em que o ótimo ator
Robert Carlyle e um grupo de amigos, desempregados de uma indústria de uma
“cidade do aço” inglesa, descobrem o grande filão que é a dança de “strippers” numa
boate para mulheres, e resolvem dançar, sem preconceitos, à moda dos gays (com direito a minúsculas
sunguinhas de onça, tipo “tapa sexo”, em seus corpanzis desproporcionais) para
enfim saírem do sufoco financeiro de suas vidas, ao som de “Hot stuff”,
sucesso da musa gay dos anos 80, Donna Summer.
Já no filme “Priscila, a rainha do deserto”, da década
de 90, o preconceito e a intolerância são vividos, e encarados sem medo, pelos
protagonistas; o filme, divertido e irreverente, retrata a aventura de três
drag queens que deixam o conforto urbano da cidade de Sidney e se aventuram,
por diferentes motivos, no deserto australiano, a bordo de um ônibus todo
pintado de rosa pink (a “Priscila” do título).
Neste divertido filme australiano, os atores machões, que
di-vi-na-men-te encaram esse “jeito gay de ser”, são: Terence Stamp (o ícone
sexual dos anos 60), o ator Hugo Weaving (o chefe do esquadrão antivírus de
“Matrix”) e Guy Pearce (do suspense “Amnésia”). Os três estão ma-ra-vi-lho-sos, mais “gays”
impossível, e a trilha sonora, claro, gira em torno dos famosos hinos gays dos
anos 80, dos grupos Abba, Village People e outros.
Sem esquecer também dos misóginos e na contramão da homofobia e do “bullying” contra assumidos, dois
curtas-metragens, o americano “It gets better” (dos estúdios Pixar) e o
brasileiro “Não gosto de meninos” (no
final do texto) mostram pessoas normais que apenas têm preferência sexual
diferente dos héteros, e como tais, devem ser respeitados, e quem sabe, seja
uma dica para os enrustidos enfim “saírem do armário”, e viverem “felizes para
sempre”, sem dissimulações, sem perseguições e sem preconceitos.
Em tempo: contrariando o hilário “videotape sobre masculinidade” do filme “In & out”, homens (com H maiúsculo) dançam sim, a diferença sutil é o movimento dos braços e mãos, se "para cima" desconfie.
E o que seria do cinema sem a música e a dança? Assim, fecho esse texto com cenas inesquecíveis de dança no cinema, no vídeo abaixo (se você for como eu, não vai resistir e vai dançar também), unindo héteros, homos e quem mais chegar, sem preconceitos, todos “humanos, demasiadamente humanos” (parafraseando Nietzsche).
Em tempo: contrariando o hilário “videotape sobre masculinidade” do filme “In & out”, homens (com H maiúsculo) dançam sim, a diferença sutil é o movimento dos braços e mãos, se "para cima" desconfie.
E o que seria do cinema sem a música e a dança? Assim, fecho esse texto com cenas inesquecíveis de dança no cinema, no vídeo abaixo (se você for como eu, não vai resistir e vai dançar também), unindo héteros, homos e quem mais chegar, sem preconceitos, todos “humanos, demasiadamente humanos” (parafraseando Nietzsche).
Seu blog é um oceano de preconceito.
ResponderExcluirLamento discordar totalmente, Anônimo, inclusive porque, com certeza, você não entendeu o texto...leia e releia até o fim e repense... não há nada preconceituoso no meu texto, ao contrário, apenas ironizo os que se escondem atrás de um falso machismo com atitudes homofóbicas inclusive (aliás nem sou eu que questiono, o documentário "Outrage" não me deixa mentir).
ExcluirE, além do documentário "Outrage", como "a arte imita a vida", o filme "Beleza americana" mostra um desses enrustidos, no papel do pai de um jovem que cisma que o filho tem relações homossexuais com o vizinho e, por conta disso, machista e homofóbico xinga, denigre e espanca o filho, mas no final do filme vamos descobrir que quem tinha tendências e intenções homossexuais era o próprio...e quem se esconde atrás de um pseudônimo "Anônimo" para me ofender (não publiquei a última baixaria que o mesmo mandou) faz o mesmo que o tal pai no filme, denigre e bate para que ninguém desconfie das suas verdadeiras intenções...quem é realmente bem resolvido (emocionalmente e sexualmente, seja hetero ou homo), entendeu perfeitamente meu texto e não se ofendeu (e nem me ofendeu) de maneira alguma...enfim...
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