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domingo, 16 de dezembro de 2012

Predadores sociais no cinema e na vida real

Tem gente que acha que "a vida imita a arte", mas na verdade a arte é que imita a vida real. Pelo menos, assim o é no cinema. O cinema pode, muitas vezes, romanticamente florear a realidade, mas retrata as relações humanas na maioria das vezes. E o meu blog reflete isso, tudo o que me acontece no dia a dia me remete sempre ao mundo do cinema, porque algum cineasta já vivenciou e/ou cinematografou algo parecido. 

Mas o  meu último texto "Tim, tim... um brinde aos inimigos" saiu sem nenhuma dica de cinema, porque tem gente que reclama dos meus textos, por serem "muito longos" (interessante que os bons textos nas boas revistas e nos bons blogs são sempre extensos - já fiz questão de comparar o número de palavras dos meus textos com os de periódicos famosos e meu texto ainda é bem menor que muitos deles), assim deixei as dicas para esse novo texto.


E também não pensei que o tema sobre psicopatas daria tanto "ibope". Quando escrevi o texto "Precisamos falar sobre os Kevins nas nossas vidas", já tinha assistido ao filme há algum tempo, mas tinha acabado de me confrontar com o meu ex-chefe psicopata - infelizmente o malévolo ocasionalmente frequenta o meu atual ambiente de trabalho e tenho que lidar com as barbaridades que ele faz num método complementar que ele finge que entende; 

como já disse, ele é professor de medicina e totalmente incompetente no tal método, mas como todo psicopata ele é astuto, tem conhecimento muito superficial sobre o método, e só quem realmente entende do tal exame complementar (que ele faz parecer ser um "expert") percebe a total ignorância dele no assunto, ou seja, como costumo dizer, o tal professorzinho, phD em p... nenhuma, usa a tática do "Ctrl C - Ctrl V", ou seja, ele copia laudos anteriores de outros colegas e/ou junta inúmeras dicas de outros exames do paciente que sugerem um determinado diagnóstico e pronto, acaba "acertando" algumas vezes, e com isso vai enrolando os trouxas que não entendem o método.

Além de ter que conviver com os laudos equivocados do sujeitinho, ainda tive um embate com alguns colegas do trabalho porque, por não entenderem o poder de persuasão desses indivíduos macabros, fazem pilhéria da situação, e eu simplesmente não suporto quem leva na brincadeira assunto tão sério como esse. Mas devo admitir que a última foi realmente engraçada - em medicina, um exame de qualidade que tem grande especificidade é chamado de "padrão ouro", ao que um dos colegas gaiatos disse, dos exames feitos pelo tal professorzinho, que os mesmos têm "padrão urina". 

Realmente hilário, mas ao mesmo tempo triste, pois os maiores prejudicados são os pacientes que recebem diagnósticos equivocados que comprometem a conduta dos seus tratamentos (pelo menos, minhas denúncias geraram bons frutos, a maioria dos colegas do meu setor já confirmaram, na prática, a imperícia do fulano e não mais acreditam na competência do tal professorzinho e debocham do mesmo, desconsiderando e descartando os laudos do fulano, a tal ponto de mandarem o paciente "jogar o laudo no lixo", dizendo que "não serve nem como papel higiênico").

A maioria comentou o texto sobre psicopatas por"via e-mail", apenas um anônimo o fez pelo blog e indicou o site http://delivro.blogs.sapo.pt/  e me pediu que comentasse sobre o mesmo. O site reúne inúmeros depoimentos de pessoas que tiveram, assim como eu, um psicopata rondando e tentando destruir sua vida. São depoimentos sofridos de quem teve um psicopata como pai, como filho, como marido, como chefe, como confessor, e dá inúmeras dicas para reconhecimento desse que é um verdadeiro camaleão da sociedade atual, predadores sociais de personalidade histriônica que se infiltram na nossa sociedade sob a forma de "bons" partidos,"generosos" chefes, profissionais "competentes", "devotados" religiosos

Psicopatas são na verdade verdadeiros vampiros emocionais, sugam a energia das suas vítimas até destruí-las e o fazem sem nenhum remorso ou compaixão. E a cada depoimento, os internautas do tal site deixam, como dica, o contato zero, ou seja, nenhum contato é o único jeito de lidar com o malévolo pois todas as relações com o fulano é no mínimo doentia e destrutiva.

O cinema não cansa de mostrar os tais sujeitinhos macabros, mas se detém nos mais malévolos, os "serial killers" principalmente, como já citei no texto anterior. Assim, misturando os dois textos anteriores, deixo mais dicas de cinema englobando os dois temas, pois os psicopatas são os piores inimigos da sociedade contemporânea e temos que aprender a lidar com eles (ou melhor, aprender a reconhecê-los e nos afastar deles).  

A atriz Julia Roberts já passou "o pão que o diabo amassou' com um deles como marido, no filme "Dormindo com o inimigo" (veja trailer no final do texto) e a "babá" Rebecca de Mornay mostra traços de psicopatia no suspense "A mão que balança o berço"(trailer no final do texto). No terror "A órfã", a personagem do título também "passeia" pelo universo da psicopatia, não há remorso por trás da crueldade com que se livra de suas vítimas. 

Mas, para não deixar a coisa só no âmbito da psicopatia, o inimigo pode ser o próprio ser humano, como no antigo, mas belo e singelo, filme "Inimigo meu" (trailer no final do texto) em que a amizade com um extra-terrestre parece inverossímil, quase improvável. 

E a elogiada série americana intitulada "The walking deads", mostra um mundo tomado por zumbis, em que a maioria da população por uma razão desconhecida se transformou em mortos-vivos, e os poucos humanos sobreviventes, apesar do mundo hostil que restou, ainda agem como predadores de si mesmos, não confiam na própria raça humana, muitos deles continuam mesquinhos, pervertidos e desumanos, eternos inimigos de si mesmos (e como não podia deixar de ser, um psicopata aproveitador entra em ação, na emblemática figura do "carismático governador"). 

A música de abertura da série é do compositor Bear McCreary e vai num crescendo de sons de violinos (veja abaixo) e, por si só, já é um chamariz, dá vontade de ver a série só pela abertura empolgante. Baseada em uma história produzida inicialmente em quadrinhos, a série tem como principal protagonista o ótimo ator Andrew Lincoln (em "Simplesmente amor" ele era aquele tímido personagem apaixonado pela mulher do seu melhor amigo).


Vale a pena assistir, mas já está na 3ª temporada. A série é excelente porque, por trás da aparente e única necessidade básica que é sobreviver num mundo de "walkers", a série mostra que, no meio do caos que assola todo o planeta, o que ainda importa são as relações humanas, pois são elas que farão a diferença na luta pela sobrevivência. Num mundo desesperançoso, a série aborda os eternos conflitos das relações entre os seres humanos, tais como fidelidade, traição, amizade, lealdade, confiança, companheirismo e tantos outros sentimentos genuinamente humanos. "Demasiadamente humanos" (parafraseando Nietzsche). 













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