Em outro meu texto, intitulado “Efeitos especiais: making of no cinema” (link**
no final do texto) comento sobre a produção do vídeo “Sunscream”, e recordo
aqui algumas das frases mais reveladoras do vídeo: “Não trate os sentimentos alheios
de forma irresponsável”. “Não tolere aqueles que agem de forma irresponsável em
relação a você”. “Lembre-se dos elogios que recebe; esqueça os insultos (se
conseguir fazer isso, diga-me como)”.
Por que a lembrança desses textos antigos e do comentário? Já me explico.
Fui pedir auxílio, numa pesquisa num arquivo no meu trabalho, a um sujeito que estava no seu intervalo de almoço, zapeando pela rede em busca de lugares para mergulho e pesca submarina. Inocentemente (querendo ser simpática, ainda mais por estar atrapalhando o indivíduo em questão em sua hora de descanso), comentei que também gostava e já tinha praticado tal esporte. Para minha surpresa, terminada a pesquisa, me deparo com o tal sujeito no meu encalço pelo corredor do prédio, me alcançando já no elevador.
Fui pedir auxílio, numa pesquisa num arquivo no meu trabalho, a um sujeito que estava no seu intervalo de almoço, zapeando pela rede em busca de lugares para mergulho e pesca submarina. Inocentemente (querendo ser simpática, ainda mais por estar atrapalhando o indivíduo em questão em sua hora de descanso), comentei que também gostava e já tinha praticado tal esporte. Para minha surpresa, terminada a pesquisa, me deparo com o tal sujeito no meu encalço pelo corredor do prédio, me alcançando já no elevador.
Meio sem graça e sem papo, falou do tempo que estava algo chuvoso e
que, mesmo assim, iria fazer o tal passeio submarino, e eis que, de repente, me
convida, se eu não gostaria de ir com ele... só então percebi que o cara deve
ter achado o meu comentário (sobre o mergulho) uma cantada para ser convidada,
e então aproveitou a deixa, e fez o convite... delicadamente, agradeci
inventando uma desculpa qualquer e pronto, nos despedimos sem maiores
transtornos.
Me chamou a
atenção como, às vezes, interpretamos as coisas equivocadamente. Acho que tem a
ver com a nossa receptividade do momento. Um simples elogio pode ser
interpretado como uma cantada ou vice-versa, dependendo do “espírito” de quem
dá ou recebe a cantada/elogio.
A grande
diferença está em como contornar a situação, sem magoar o iludido que entendeu
o comentário ou elogio inocente como uma cantada.
Como eu não tinha nenhum
interesse no indivíduo em questão, gentilmente mostrei isso a ele, sem magoá-lo
e sem promessas de um encontro no futuro.
Mas nem
sempre é assim que as coisas acontecem. Principalmente quando acontece o
contrário, ou seja, quando nós mulheres achamos que recebemos uma cantada (e
não era), muitas vezes o homem (com h minúsculo) aproveita-se da situação para
ir em frente com a sedução e, como se diz na gíria, “tirar uma casquinha”, para
depois cair fora como se nada tivesse acontecido.
Em geral,
são os cafajestes/canalhas (que pode ser de qualquer gênero, masculino ou
feminino) que se aproveitam da situação para curtirem uma “aventurazinha” e
depois descartarem o(a) pobre coitado(a) a “ver navios, ao léu”. Não têm a
nobreza de espírito para perceberem que podem estar magoando a pessoa em
questão. Alguns chegam ao cúmulo de dizerem “não ferirem ninguém com seus
atos”.
No meu
blog, “vira e mexe” a minha boca e o meu pescoço (das fotos no blog) viram temas de cantadas dos machos que acessam os meus textos – um deles chegou ao cúmulo
de conseguir meu celular (de uma amiga em comum) porque queria conhecer “a
autora sensual dos textos anti-machistas” – na maioria das vezes finjo não
entender a cantada, e vou “levando a vida”, até que há pouco tempo um certo
conhecido (de pouco tempo) me escreve, dizendo não ter conseguido ler os meus
textos, porque se perdeu “concentrado nas fotos do meu pescoço e da minha boca”
e o fatídico “rsrsrs” após a frase. Sutilmente mudei o assunto, e o papo
continuou se aprofundando por temas como turismo, cinema e música, a ponto do
tal fulano comentar que me convidaria para dançar e para um Karaokê, entre outros convites.
Bem, se
isso não era uma cantada (link***para o meu texto "Cantadas", no final de texto), então eu não entendo mais nada... o que eu podia
pensar, a não ser que era mais uma cantada de um indivíduo interessado em mim?
Como o fulano em questão era alguém que, apesar de eu ter conhecido há pouco
tempo, eu conviveria com ele por bastante tempo em um dos meus trabalhos (ou
seja, não era alguém virtual, muito menos alguém que conheci numa noitada ou
num lual qualquer), e apesar de nunca ter me interessado pelo fulano até então
(o papo no trabalho era agradável, mas sempre profissional), a cantada serviu
para eu começar a “olhá-lo com outros olhos”. E talvez tenha sido esse o meu
erro.
Mas se eu
entendi como cantada e não era (como aconteceu comigo e o fulano do mergulho
submarino), se era apenas um elogio e os convites (para o karaokê, etc) eram só
“da boca prá fora”, por que “diabos” o fulano não fez o que eu fiz? Ou seja,
podia sutilmente ter me mostrado que só estava querendo ser gentil e tudo
ficaria bem..., mas não, o fulano aproveitou-se da situação, deixou-se envolver
comigo (e me envolveu) para só depois de um envolvimento consentido mutuamente,
resolveu sair fora, alegando que nunca teve interesse por mim “a não ser como
amigo”.
Se dissesse que teve interesse sim, mas que depois “se desencantou,
percebendo que nada tínhamos em comum etc”, vá lá, dava para entender, mas
não... e ainda diz que “todos os seus atos são cuidados para não ferir
ninguém”??. What?? O fulano não tem noção do quanto machuca as pessoas a sua
volta, com essa sua atitude descompromissada com os sentimentos alheios?
Pois
eu acho que o mesmo deveria repensar bem as suas atitudes, pois não foi só eu
que me senti usada, o fulano está passando por um inferno astral com outras mulheres
vingativas que resolveram dar o troco da pior maneira possível, revelando os
segredos dele, para uma infinidade de pessoas, nessas redes (nada) sociais.
Quanto a
mim, não sou vingativa, quando me decepciono com uma pessoa, a admiração e o
respeito vão por água abaixo, e sem respeito e sem admiração é bem mais fácil
apagar o sujeito da minha vida. E foi isso que eu fiz, me retirei do convívio
com ele, é bem mais digno. "A indiferença é a maneira mais polida de se desprezar alguém" (Mário Quintana).
E para mim, esses tipinhos são anti-tesão pois não aceito ser preterida num relacionamento; como dou exclusividade nas minhas relações, exijo exclusividade, e como diz Chico Buarque, "qualquer desatenção, faça não, pode ser a gota d'água".
E para mim, esses tipinhos são anti-tesão pois não aceito ser preterida num relacionamento; como dou exclusividade nas minhas relações, exijo exclusividade, e como diz Chico Buarque, "qualquer desatenção, faça não, pode ser a gota d'água".
Mas por que
os homens são tão cafajestes/canalhas assim? Por que não conseguem ser
honestos, como nós mulheres? Por que têm que se aproveitar da situação em que o
outro está frágil e brincar com os sentimentos alheios?
Já tive
ímpetos de retirar as fotos da minha boca e do meu pescoço do meu blog, mas
além dos (verdadeiros) amigos me convencerem de desistir da idéia (“é sua marca
registrada”, dizem eles), realmente adorável anarquista que sou, não vou me
dobrar a preconceituosos que querem me julgar (e me subjugar), e se é esse o
objetivo do meu blog, lutar contra esse eterno preconceito contra as mulheres,
não devo me dobrar a ninguém.
Uma amiga, certa vez, numa festa num congresso
médico, me criticou (numa boa) quanto à minha dança sensual, na pista do clube. Ora,
eu não danço funk pois acho a dança vulgar e sexual e, ao contrário, quando
danço evito olhar para qualquer homem que seja (a não ser para o meu parceiro
oficial, se na ocasião eu estiver com um) porque meu objetivo é apenas dançar e
não seduzir ninguém com minha dança; se passo sensualidade ao dançar, o faço
para mim, até dentro da minha casa sozinha, na minha sala de estar (“dance, mesmo que o único lugar que você tenha seja sua sala de estar” como diz o vídeo
“Filtro solar”).
Já fiz aula
de vários tipos de dança, desde hip hop a salsa e merengue, e agora estou
fazendo aula de dança flamenca. Gosto de dançar e de dança sensual, e não vou
embarcar nessa de me policiar pensando no que os outros vão pensar (ou deixar de
pensar) sobre mim. Chega de preconceitos machistas nos podando o tempo todo.
E, para terminar, e não deixar de falar de cinema, o filme “Ele não está tão a fim de você” (não
é nenhum grande filme, mas é “assistível”, trailer no final do texto) mostra como as mulheres, de qualquer
nacionalidade, ainda são bobinhas em relação ao homem (com h minúsculo); assim, não vou dizer que, de vez em quando, não caio numa furada, mas o meu amor próprio e a minha auto estima sempre falam mais alto, e sempre caio fora antes que acabe me apaixonando
por um fdp que não me mereça.
E outro filme, também "assistível", que fala sobre o tema, é "Sexo sem compromisso" (trailer no final do texto, com Natalie Portman e Ashton Kutcher) que mostra como, na verdade, existe um medo do indivíduo de enfrentar um relacionamento sério (no filme, é o caso da personagem da Natalie Portman) e como alguém sempre acaba machucado com esse tipo de relação descompromissada (no filme "água com açúcar" em questão, tudo acaba bem, mas na vida real, não é o que, em geral, acontece). Ou seja, para mim, tenho até pena desses cafas pois, com certeza, nunca viverão a beleza e a cumplicidade de um amor "eterno enquanto dure" (como diria o nosso poetinha Vinicius de Moraes).
E outro filme, também "assistível", que fala sobre o tema, é "Sexo sem compromisso" (trailer no final do texto, com Natalie Portman e Ashton Kutcher) que mostra como, na verdade, existe um medo do indivíduo de enfrentar um relacionamento sério (no filme, é o caso da personagem da Natalie Portman) e como alguém sempre acaba machucado com esse tipo de relação descompromissada (no filme "água com açúcar" em questão, tudo acaba bem, mas na vida real, não é o que, em geral, acontece). Ou seja, para mim, tenho até pena desses cafas pois, com certeza, nunca viverão a beleza e a cumplicidade de um amor "eterno enquanto dure" (como diria o nosso poetinha Vinicius de Moraes).
E o cineasta espanhol Carlos Saura em 2010, depois de quase 20 anos de "Flamenco", filmou o seu novo "Flamenco, flamenco" com a participação novamente de grandes nomes da arte flamenca como, por exemplo, Paco de Lucia. E, quem quiser saber mais sobre o cinema espanhol, acesse o link
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2010/08/as-cores-de-almodovar.html
*http://rosemerynunescardoso. blogspot.com.br/2010/06/o- eterno-preconceito-contra- mulher.html
**http://rosemerynunescardoso. blogspot.com.br/2011/12/ efeitos-especiais-making-of- no-cinema.html
***http://rosemerynunescardoso. blogspot.com.br/2009/10/ cantadas.html
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2010/08/as-cores-de-almodovar.html
*http://rosemerynunescardoso.
**http://rosemerynunescardoso.
***http://rosemerynunescardoso.
Ahhh, pareceu sim uma cantada... mas até que foi educado , não acha ?
ResponderExcluirQuanto aos cafas , ainda existem os cafas com ''H'' ... ou ''C'', no caso. Nem todo cafajeste simplesmente ilude ! Tem aqueles que deixam bem claro que são apenas aventureiros, e sempre tem alguém do sexo oposto querendo o mesmo.
Caro Trizarro
ResponderExcluirEsse foi o problema desse cafa em questão - ele só negou que foi uma cantada depois de me envolver e se deixar envolver, para só depois vir com essa conversa mole. E se estivesse se envolvendo só com aventureiras como ele, não estaria agora num inferno astral com outras mulheres literalmente vingando-se da desconsideração do mesmo com os sentimentos alheios.
O problema dos cafas é que, em geral, eles enganam bem, têm uma ótima lábia, e só deixam claro que "são apenas aventureiros" quando já envolveram o sexo oposto, sem se importar se a "aventurazinha" é, ou não, recíproca, e se há ou não sentimentos em jogo. O dia que sentirem na própria pele o gostinho de serem usados e descartados feito papel higiênico sujo talvez passem a parar de brincar com os sentimentos alheios.