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sábado, 4 de janeiro de 2014

Uma "apimentada" na relação: o cinema sensual

O cinema é um excelente “mestre” tanto para crianças como para adultos. De um extremo a outro, a sétima arte tanto pode ser usada como um incentivo ao currículo escolar (como mencionei no texto anterior) como também pode ser um método excelente para dar uma “apimentada” no relacionamento de um casal. Agora, se não der certo e o casal continuar “assexuado”, então talvez não haja outra opção e o melhor conselho pode ser desistir e partir “prá outra”.

A falta de libido e de tesão numa relação antiga (leia-se, no mínimo, com mais de cinco anos) pode até ser compreensível.
O estresse do dia a dia (problemas familiares, filhos em crises, dificuldades profissionais ou financeiras) pode ser uma tremenda “água fria” no relacionamento, e pode ser a única causa da ausência de tesão no casal, mas nem sempre é só isso.

Se a relação tem pouco tempo (de 2 a 5 anos, ou menos) a coisa já é mais complicada, pois raramente o estresse do dia a dia afeta um relacionamento recente, pelo contrário, o sexo até funciona como relaxante nesses casos; então há de se pensar se o relacionamento esfriou talvez porque não vingou e/ou nunca houve sintonia de verdade.

Alguns casais já começam um relacionamento insosso desde o início, e só de olhar a gente percebe de longe que falta sintonia na relação (conheço um monte de casais assim que, no entanto, insistem em ficar juntos). Já outros relacionamentos começam “calientes” demais, mas depois percebe-se que o casal nada tem em comum (o ideal é cair fora dessas relações, mas tem gente que insiste em continuar). 

E existem outros relacionamentos que são calcados em infidelidade, ausência de companheirismo e de admiração mútua, e lê-se nitidamente tristeza e dor nos olhos do traído e mal-amado, mas a falta de amor-próprio e de autoestima impedem que o mesmo saia da relação de cabeça erguida.

Pausa para reflexão: avessa a novelas (eu parei de acompanhar esses folhetins, lá se vão décadas), principalmente por conta da proliferação de gente calhorda e relacionamentos infiéis (retratados nessas novelas como se fossem “a coisa mais normal e saudável do mundo”), eu dei o braço a torcer e resolvi “dar um crédito” a uma dessas produções globais “chatérrimas” (mas continuo me recusando a “acompanhar” capítulos) quando me mandaram a imagem de um dos personagens desses novos folhetins, dando um conselho providencial, e que, incrível, trata-se de um conselho muito sensato de um personagem gay considerado “do mal” (apesar do sucesso do personagem, hipocritamente associaram a escolha sexual do mesmo com a falta de caráter).

Voltando ao tema “apimentar o relacionamento”: em todos os casos, sem exceção, eu aconselho uma última e derradeira tentativa para reavivar a relação, ou seja, o cinema sensual. Diferente dos “clássicos” pornôs de segunda categoria que são, na maioria dos casos, anti-tesão para grande parte das mulheres, com suas historinhas medíocres (isso quando têm) dignas de descerebrados, entremeadas por cenas forçadas de sexo explícito e simulações ridículas de orgasmo, com a mulher como objeto sexual descartável (tal qual um papel higiênico, usado e sujo “com o número 2”), existem filmes de qualidade, com conteúdo sensual (e consequentemente sexual) no meio de uma história bem construída, que podem dar uma “animada” na vida sexual de um casal em crise de libido.

O cinema europeu sempre esteve à frente do cinema estadunidense em matéria de sexo. Quando “Deus criou a mulher”, na década de 50, uma natural e sensualíssima Brigitte Bardot surgia em dezenas de filmes franceses carregados de erotismo e cenas sensuais. A “glamourosa bombshell” foi filmada por grandes diretores, como Jean Luc-Godard em “O desprezo” e Louis Malle em “Viva Maria". BB (como era chamada) tornou-se sinônimo de moda, divulgando a sapatilha e o biquíni, e popularizou tanto a cidade de Saint Tropez na França como Búzios no Brasil, ao passar por essas duas cidades até então “fora do mapa” (link* no final do texto sobre o sensual cinema europeu ).

Já o cinema estadunidense, nos primórdios da 7ª arte, tentava driblar a censura da época (primeira metade do século XX) com cenas de garotas lambendo sorvete com um olhar lânguido para o amado (uma ex-morena insossa é transformada na “fake” Marilyn Monroe, que então invade as telas com voz infantil e olhar sensual). E as cenas inocentes de beijos (link*, no final do texto, para o filme “Cinema Paradiso” que retrata divinamente essa época) eram em geral seguidas por cenas sutis criadas para ludibriar a censura como, por exemplo, um trem entrando num túnel, que deixava a imaginação solta do espectador, antevendo assim o que estava por vir (ao insinuar cenas de sexo que não podiam sequer ser pensadas, muito menos torná-las explícitas).

A censura em prol da “moral e dos bons costumes norte-americanos” vigorava desde a década de 30, época em que o presidente dos distribuidores de filmes hollywoodianos, Will Hays, liderou o tal movimento censor, com o apoio de religiosos e políticos da época com a criação do Código Hays (que imperou até os anos 60) que impôs regras rígidas ao cinema estadunidense, proibindo cenas de nudez e qualquer insinuação de sexo na telona.

Tudo começou a mudar com a divulgação do relatório Kinsey na década de 50 (leia sobre o filme “Kinsey, vamos falar de sexo” que aborda a famosa pesquisa sobre a sexualidade do norte-americano, no link* no final do texto), mas ainda assim os filmes estadunidenses dos anos 80, apesar de repletos de sensualidade, ainda relacionavam o sexo a pecado, traição, luxúria, punição e morte.

O cinema retratava a mulher como “um ser malévolo e desagregador da família e dos bons costumes”, na telona o gênero feminino era visto como o “único culpado por todos os pecados capitais”, e o gênero masculino era visto como uma “mera vítima tentada pela serpente do mal a mulher”, como podemos conferir em “Atração fatal”, “Instinto selvagem”,  “Corpos ardentes”, “Infidelidade”, “Dublê de corpo”, “À procura de Mr Goodbar”, “Perdas e danos”, “A marca da pantera”, “Fome de viver”, “Diabo no corpo” e “Lua de fel”.
Dos filmes prá lá de ousados para a época estão também os clássicos dos anos 80/90 (que nem é preciso comentar porque todo mundo já conhece, ou pelo menos já ouviu falar): “O último tango em Paris”, “9 e 1/2 semanas de amor”, “Gigolô americano” e  “Orquídea selvagem”. Já em “Sexo mentiras e videotape”, o cinema norte-americano experimentou mais liberalidade e colocou “o dedo na ferida” da hipocrisia dos relacionamentos oficiais do povo americano, e abriu espaço para outros questionamentos sexuais como os recentes “De olhos bem fechados”, “Closer, perto demais” e “Shame” (links*, para detalhes desses filmes, no final do texto) com cenas picantes e explícitas.

Baseado num romance de Marguerite Duras, a atriz Jane March vive uma sensual adolescente francesa no filme franco-britânico-vietnamita “O amante” (trailer no final do texto), personagem que se envolve com um rico chinês mais velho que ela, na Indochina francesa, num Vietnã cheio de preconceitos sociais e raciais, no início do século XX (e a sensualidade da atriz também pode ser vista no filme “A cor da noite”, contracenando com Bruce Willis, em cenas “prá lá de calientes”).

Óbvio que eu não poderia deixar de citar o sensualíssimo cinema espanhol do cineasta Pedro Almodóvar - no final do texto, link* para a filmografia deste ousado diretor. E para quem curte sexo muito, muito, e muito explícito mas, como eu, detesta filme de má qualidade, recomendo “9 canções” (trailer no final do texto), filme britânico que mescla ótima trilha sonora (sob a forma de shows de rock ao vivo) com cenas dignas de filmes pornôs (inclusive com “closes” de cenas, não simuladas, de sexo, inclusive oral), mas ao contrário do que possa parecer, trata-se de um dos filmes, não pornô, mais ousados da atualidade, com cenas incendiárias em termos de sexo explícito.
E para terminar, deixo o trailer do filme “Corra que a polícia vem aí ” (“The naked gun”) com o divertido ator comediante Leslie Nielsen (abaixo) satirizando famosas cenas sensuais do cinema.

Em tempo: links* citados no texto: 
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2011/07/o-sexo-no-cinema-europeu.html
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2009/10/cinema-paradiso.html
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2012/07/o-erotico-inquietante-e-polemico-de.html
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2011/06/sexo-mentiras-e-videotape.html
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2012/11/mas-enfim-relacionamentos.html
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2010/08/as-cores-de-almodovar.html
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2009/11/afinal-fila-anda-pra-quem.html












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